Como hoje é sexta-feira, dia bom para encher a cara com os amigos no bar, decidi republicar este post etílico-jornalístico.
Bar de jornalista não tem frescura.
É boteco, botequim. Simples. Não tem hostess na porta. É só chegar, entrar, sentar. Em cadeiras gastas, bambas, sem charme algum. Sem conforto algum. As mesinhas, unidas, viram mesonas e invadem as calçadas. Não tem regras de etiqueta.
Bar de jornalista é tosco. De tão feio, vira cult. A decoração não é assinada por designers. Nas paredes, de pintura descascada ou azulejos velhos, pôsteres de peças de teatro e filmes dividem espaço com a tubulação de água aparente e avisos de “Não aceitamos cheque”. Ar-condicionado aqui não entra. Só ventilador. LCD é luxo. TV tem que ser de tubo.
Bar de jornalista tem cardápio escrito com giz em lousas ou em folhas de sulfite plastificadas, remendadas com durex. Não tem garçom de mau humor. Não tem carta de vinho. Tem cerveja. Em garrafa. Tem moscas que sobrevoam as latinhas de Coca-Cola. Tem porção de calabresa, mandioca, provolone. Coisa boa, de entupir artéria.
Bar de jornalista é barulhento. São vozes que se cruzam, que discutem cultura, política, filosofia, sacanagem. Maledicências. Lamentações. Neuroses. Planos para mudar de vida que nunca saem do guardanapo.
Tem mulheres que pegam batata frita com a mão, homens que não têm vergonha de cruzar a perna como o Caetano Veloso. Tem gente feia, bonita, pobre, não tão pobre assim, branca, preta, multicolor. Tem artista. Tem gay. Tem artista gay. Tem intelectual. Tem gente metida a intelectual. Tem cheiro de mijo que vem do banheiro. Tem vida.
Bar de jornalista não tem frescura. Se tiver, desconfie.
Espetacular!
ResponderExcluirJornalista e frecura não combinam. Bar com frescura, então...
Deixa esses para os arquitetos e advogados...
Que delícia de texto!
ResponderExcluirÉ a mais pura verdade! Bar de jornalista é assim, com vida de verdade. E cheio de cerveja.
ResponderExcluirVou pro meu hoje hahaha
q porcaria
ResponderExcluirAqui em Minas, principalmente, praia de jornalista é bar... rsrs
ResponderExcluirCaro Duda,
ResponderExcluirvimos por meio desta intimá-lo para que compareça ao Copoanheiros para prestar esclarecimentos pertinentes aos textos aqui publicados. Como prova, já registramos cópia desta última evidência no referido boteco.
Desnecessário esclarecer que V.Sa. arcará com os custos da ação (a.k.a. *a conta*).
Abraços.
Texto delícia, sem pretensão e muito verdadeiro! Apesar de atualmente as coisas estarem mudando um pouco, este é o verdadeiro perfil do "bar de jornalista"!
ResponderExcluir@titajornalista
e se encontrar por aí um jornalista com frescure... desconfie também. ^^
ResponderExcluirArrepiei qdo li.
ResponderExcluirAdorei o texto.
ResponderExcluirEi Fran.UW, sou advogada e gosto de ambientes assim. Isso de achar q td advogado é fresco e de cultura limitada ao convencional é senso comum. Então todo jornalista é um Willian Bouner? rsr Generalizar não é legal.
Abraço a tds
haha adorei o texto
ResponderExcluirjornalista é caso sério!
Nossa! Amei! Amei muito. Seu blog é INCRÍVEL.
ResponderExcluirAmei MUITO. Seu blog é MARAVILHOSO. Sou muito apaixonada pelo jornalismo mesmo. Depois de ler tudo isso ainda quero, com todo meu ser, seguir essa profissão.
ResponderExcluirParabéns!
Oi querido, adorei seu blog e as postagens! =)
ResponderExcluirBeijos, Milla ♥
@sonhospontinhos
http://sonhosentrepontinhos.wordpress.com
Agradeço as mensagens de carinho. E um brinde aos bares sem frescura! Abraços.
ResponderExcluirAqui, no Estadão, esse bar atende pelo nome: Jhonny's Bar (assim mesmo, com o "h" antes do "o")
ResponderExcluirÓtimo retrato da gostosa realidade dos nossos botecos, caro colega jornalista! É verdade que não tem frescura, mas nunca faltou charme, existente nas boas conversas e na presença dos amigos. Não troco por nada!
ResponderExcluirO Cantinho do Hélio Chucro - Barra Funda -, preenche os requisitos.
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