Tem quem fale que repórter ingênuo devia nascer morto.
Sexta-feira à noite, véspera de minha folga, e o editor vem cheio de graça. Ô, Duda, você tem alguma coisa programada pro fim de semana? Só os ingênuos dizem “não, não tenho”. Se não tem, invente! Diga qualquer coisa. Diga que está rolando um ciclo de filmes romenos mudos imperdível, que você vai pegar um bronze numa praia qualquer – logo você que odeia sol. E praia.
É comum também, após um passaralho, o patrão reunir os repórteres sobreviventes e avisar que, por ora, as vagas estão congeladas e que todos deverão se esforçar mais, trabalhar pelos colegas demitidos. Mas é só por um tempo! Depois as vagas serão descongeladas. Tem repórter que acredita. Descongelam porra nenhuma! Tenho vontade é de congelar o patrão no freezer lá de casa. Em partes. Cabeça, mãos, vísceras, tudo embalado a vácuo.
Tem repórter que enche a boca para dizer que trabalha na grande imprensa, que é independente, sem o rabicó preso. Quanta ingenuidade! Alguns acreditam ser insubstituíveis numa redação. Quando eu sair, essa merda afunda. Mas merda não afunda, seu bobinho! Virão outros, ganhando um salário ainda menor. E o barco seguirá seu rumo.
Ingenuidade não combina com o trabalho de repórter. Desconfie de tudo e de todos, dos Malufs e Sarneys, da tal gente de bem, dos projetos artísticos de ex-BBB, dos releases infestados de superlativos. Desconfie até do que se vê com os próprios olhos.
Repórter tem que ser como puta velha, sabida das coisas da vida.
Por ora, ainda sou puta nova, mas com grandes chances de chegar na maturidade!
ResponderExcluirTambém ainda me sinto como puta nova, mas sei que eu ainda chego lá. Hahaha! Valeu, Duda!
ResponderExcluirTá cheia de puta nova, mas a gente chega lá... experiência é tudo! ;o)
ResponderExcluirMamãe, quero ser puta!!
ResponderExcluirhehehehe
Aprendi a desconfiar do salário proposto na entrevista. Se te propuseram meio piso, pode ter certeza que será um salário mínimo... e olhe lá.
ResponderExcluirO mais importante é desconfiar do próprio patrão...
ResponderExcluirIncrível Duda!!! Ri demais.. e minhas preces serão para que eu não seja uma repóter ingênua. Depois desse texto um radar habita em mim.
ResponderExcluirParabéns, muito engraçado e útil!
Muito bom!
ResponderExcluirmais uma crônica que chega para alegrar meu dia. Valeu Duda. E viva a nossa profissão, mesmo com as situações em que vivemos e os caminhos que percorremos em busca das pautas, mtas vezes furadas!!
ResponderExcluirNão posso dizer que sou puta nova, mas infelizmente continuo ingênua como no começo da profissão. Acredito no ser humano, apesar de ter levado muito pé na bunda; sempre disse ao patrão que não tinha nada a fazer no fim de semana...enfim, uma tolinha completa!!! É que eu amo tanto o que faço que acabo me jogando de corpo e alma nas coisas da redação!!!1
ResponderExcluirÉ, meus caros, ficar de desconfiômetro ligado não custa nada. Boas pautas a todos!
ResponderExcluir"Alguns acreditam ser insubstituíveis numa redação. Quando eu sair, essa merda afunda. Mas merda não afunda, seu bobinho! Virão outros, ganhando um salário ainda menor. E o barco seguirá seu rumo". Pena que isso se estenda por quase todas, se não todas as profissões.
ResponderExcluirSou estudante de jornalismo e há quase 10 anos trabalho em rádio. Ao menos nas desculpas já estou craque.
Costumo muito inventar umas reuniões. Sempre tenho uma ou outra reunião para discutir projetos pessoais. E até hoje ninguém sacou ainda, que nesse tempo todo, nenhum projeto vingou. Que continue assim!
Parabéns pelo Blog Duda.
Em uma redação, em um rádio o necessário ficar bem atento, mesmo não sendo um "puto velho" kkk, por força, preciso ficar atento, o tapete de todos~tem abas longas e faceis de serem puxados...Show de bola o texto Duda.
ResponderExcluirMeu radar tá pior que o sinal da Tim. Falha e falha bastante. Ainda acredito na boa intenção das pessoas, então nem preciso dizer o que essa ingenuidade me provoca.
ResponderExcluirAbs Duda, ótima postagem (pra variar)
Encasquetei com o nome do blog...
ResponderExcluir"desilusões perdidas"... (quer dizer, jogadas fora, no lixo, ignoradas, né?) Ainda bem que não são "ilusões perdidas"... ainda resta uma esperança!
Oi, Vanildo, você, com certeza, vai se dar bem na carreira.
ResponderExcluirRangel, é preciso ter cuidado com o tapete.
Amanda, vou visitar o blog, sim. E valeu pelas palavras.
Filipe, muito boa a comparação do teu radar com o sinal da TIM.
Anônimo, é isso mesmo.
Abraços a todos.
Adoro seu blog, sou jornalista e escvrevo crônicas. .
ResponderExcluirMe segue lá...
http://devaneioseexpressoes.blogspot.com/
Beijos, Tati
Realmente, o que tem de jornalista que malha os que trabalham em veículos oficiais, dizendo que são "chapa branca". Eles acreditam mesmo que são independentes..rs
ResponderExcluirComigo ou sem-migo sempre soube que aquela merda não afundaria. Mas tenho que confessar: já fui ingênuo (há muito tempo!) a ponto de acreditar na independência da grande imprensa.
ResponderExcluirBreno, acho que todo mundo, um dia, já acreditou nisso. Abração.
ResponderExcluirEsse é um caso em que bato no peito e digo com orgulho que sou uma puta.
ResponderExcluirBoa, Maiara, é isso aí.
ResponderExcluirVivendo e aprendendo... um dia chego na imperfeição... já que perfeição todo mundo pisa mesmo... hahaha... Ótima postagem Duda. (y)
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