Repórter sem frescura vai pra pauta até de busão. Escreve sem mesa. Com a bunda no chão. Não se melindra com assessor que acompanha entrevista. Dorme em banco de delegacia.
Repórter sem frescura faz anotação em verso de papel impresso. No guardanapo do bar. Caneta? Com nome de empresa, caneta-jabá. No máximo uma legítima Montblanc de camelô.
Repórter sem frescura apura matéria mesmo com o barulho de vozes, telefones e teclados na redação. Não tem aquela coisa de “chiiiiii” pra cá, “chiiiiii” pra lá. Não fica pedindo pra baixar o ar, pra subir o ar.
Repórter sem frescura almoça no bar do seu Zezé. Prato feito. Feito pedreiro. Copo d´água no copo de requeijão. Não reclama do pagode no carro de reportagem.
Repórter sem frescura não fica com nhenhenhém pra entrar em favela. Mete o pé na lama sem drama.
Repórter sem frescura não tem nojinho do mundo.
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Isso que é um repóter sem frescura,eu admiro seu estilo de escrever,de como se refere as coisas, é verdadeiro! Boa sorte amigo... boa tarde.
ResponderExcluirMaria Machado.
É isso aí! Crônica ótima! Pra quê frescura se nem diploma a gente tem mais pra se gabar!?
ResponderExcluirE por aí meu nobre colega . Curso Comunicação Social - Jornalismo. Estou tendo dificuldades em prosseguir na graduação (tempo, não consigo estágio e sem ajuda. Mas qdo leio alguma coisa dessa fora, simto-me revigorado. Valeu...
ResponderExcluirPerfil em falta no mercado. São poucos os que lutam assim hoje. Mas, valeu a lembrança por aqueles que passam por isso todos os dias e para aqueles que esqueceram como se deve lutar pela informação.
ResponderExcluirRepórter sem frescura vai pra pauta até de busão. Escreve sem mesa.
ResponderExcluirRepórter sem frescura apura matéria mesmo com o barulho de vozes, telefones e teclados na redação. Não tem aquela coisa de “chiiiiii” pra cá, “chiiiiii” pra lá. Não fica pedindo pra baixar o ar, pra subir o ar.
O mimimi e o jornalismo de sapatos limpos são, sim, uma praga do mundo. Faltam jornalistas que entram na favela, procuram fontes, se esforçam. Mas, às vezes, escrever sem mesa é só uma forma de aumentar o lucro do dono do jornal - e não tem nada a ver com fazer um jornalismo de qualidade ou lutar pela qualidade de informação. Às vezes, penso que é esse tipo de raciocínio só ajuda as empresas nos explorarem tanto.
Muito bom seu blog! Estou me sentindo em casa! Parabéns!
ResponderExcluirDaqui de Lisboa, parabéns pelo seu blog, que acabei de descobrir!
ResponderExcluirFiquei surpresa com a semelhança que existe entre a vida de jornalista no Brasil, e em Portugal ... Será um problema mundial da classe? Seremos assim um 4º Poder tão enfraquecido? Ou melhor, seremos apenas os peões desse 4º Poder, e como vivemos em dificuldades, achamos que tem de ser mesmo assim, paciência, e até parece que nos sentimos honrados com essa exploração? Me desculpe o tom meio irritado ... Mas olhe, continue a escrever assim, para não nos sentirmos tão sós- deste e nesse lado do Atlântico! Monica Peixoto, jornalista, Rádio Radar blogradar.blogspot.com
Repórter sem frescura... conheço alguns bons repórteres assim. Gente que vai além, que se empolga com o que faz e batalha cada dia para fazer melhor e principalmente, fazer a diferença na vida de alguém. Infelizmente, estão cada vez mais raros.
ResponderExcluirObrigado a todos pela participação, pelas palavras. Monica, interessante teu comentário sobre as semelhanças com a vida de jornalista aí em Portugal. Estamos todos no mesmo barco.
ResponderExcluirVoltem sempre ao blog. Beijos e abraços.
Tirando o prato de pedreiro, tô nesse time dos sem frescura e tenho orgulho dos que também são assim. Se quer trabalhar no "bem bom" e no ar condicionado, escolha outra profissão! =D
ResponderExcluirBoa, Ju.
ResponderExcluirRepórter sem frescura não desdenha quem não tem diploma, mas trabalha sério e com competência
ResponderExcluirSou daquelas que vai para a pauta de busão e bebe em copo de requeijão. Almoço até em restaurante do governo. Afinal, salário não banca comida por quilo todos os dias.
ResponderExcluirE padecemos pela boa notícia.
Abraço
E vamos que vamos, Ingrid.
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