quarta-feira, 25 de junho de 2014

10 matérias manjadas de Copa do Mundo


1. Jogadores de búzios, tarólogos, polvos e atrizes pornôs apontam quem vai ganhar a Copa. Como cada um indica uma seleção diferente fica difícil saber em quem acreditar.

2. As torcedoras elegem os jogadores mais gatos. Os torcedores destacam as musas dos estádios. Tem até matéria, acreditem, dos jornalistas mais bonitos do Mundial.

3. Os profissionais que não podem assistir aos jogos do Brasil porque estão trabalhando, como policiais, médicos, os caras da empresa de energia elétrica e, claro, os estagiários.

4. As insuportáveis matérias sobre os colecionadores de figurinhas dos jogadores da Copa, com o ainda mais insuportável enfoque dos “adultos que viram crianças”.

5. A festa nas colônias estrangeiras no Brasil em dias de jogos de suas seleções. Destaque para a animação dos portugueses dançando “o vira”. Com a ilustre presença de Roberto Leal.

6. O comércio de todo tipo de artigo ligado à Copa, de bandeirinhas e roupinhas pra cachorro a camisinhas falantes que dizem “sou artilheiro, com muito orgulho, com muito amor”.

7. Flashes por todo o Brasil da aglomeração de torcedores durante os jogos do Brasil. Gente de peruca, segurando imagens de santos e, claro, a turma do Olodum.

8. Jogadores brasileiros de outras Copas palpitam e falam merda à vontade. Artistas, políticos e outras personalidades não ficam atrás, também palpitando e falando merda à vontade.

9. Torcedores supersticiosos ensinam mandingas que ajudarão o Brasil a ganhar a Copa, como aquele Zé Mané que assiste a todos os jogos com a mesma cueca verde-amarela fedorenta.

10. Crianças de origem humilde sonham ser famosos jogadores de futebol, em emocionantes reportagens em campinhos de terra na periferia. Ser jornalista pobre ninguém quer, né?


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terça-feira, 10 de junho de 2014

A pauta, segundo a narração esportiva


Narrador:
Comeeeço de pauta, torcida brasileira. Olha lá o repórter, já se manda para o ataque. Não quer perder tempo. Vai ligar para o entrevistado, precisa apurar mais alguma informação para fechar o texto. Pega o celular pelo canto esquerdo da mesa, tá procurando o telefone da fonte. Não acha. Recomeça o lance. Abre agora a gaveta pela direita, procura o bloquinho. Deve ter anotado em algum lugar este telefone.

Comentarista:
Tá um começo de pauta meio desorganizado. Tá faltando criatividade ao repórter para encontrar o telefone da fonte.

Narrador:
O repórter decidiu jogar no Google o nome do assessor. Tá lá, consegue o telefone do assessor, parece que ele vai ligar. Ligou. O telefone tá tocando, tá tocando, tá tocando! Cadê o assessor, minha gente? Atendeu! Pede para esperar um instantinho. Que música chata, torcida brasileira. O repórter espera! (Merchan: tá no vermelho? Tá precisando pagar o aluguel? Ligue agora para a CrediPress, a única financeira que empresta dinheiro só para jornalistas. Saia da miséria hoje mesmo!) E o repórter ainda tá esperando o assessor.

Comentarista:
É uma pauta de muita paciência. Não vai ser fácil furar a retranca do assessor.

Narrador:
Acabou a musiquinha chata, o assessor voltou. Diz que a fonte está numa reunião. Sei não! Tá com cara de simulação. A fonte tá fazendo cera. O assessor pede pro repórter ligar mais tarde. O repórter diz tudo bem, mas tá ansioso. O que é que só você viu?

Repórter de campo:
O editor, aqui na beira da redação, já pediu para o repórter dar um gás na pauta, porque hoje o deadline tá apertado.

Narrador:
Haaaja emoção! O repórter decide se levantar da mesa, acho que vai tomar um café. Sai pela esquerda, dribla a mesa do editor, passa pela secretária, consegue chegar à maquina do café. Procura as moedas. Cadê as moedas? Como é atrapalhado esse repórter! Acha as moedas no bolso pela direita. Aperta o botão. Cappuccino. Sem açúcar. O teeempo passa. O repórter tá nervoso por causa do entrevistado que não fala. Acaba de beber o cappuccino, decide voltar para sua mesa. Vai ligar de novo pro assessor. Tá voltando pra mesa. Que é isso? Ele deu uma bela olhada pra bunda da estagiária gostosa. Pode isso?

Comentarista de arbitragem:
Pode, claro que pode. Quem nunca olhou pra bunda da estagiária gostosa? Lance normal. Segue a pauta.

Narrador:
(Merchan: tá a fim de comprar um livro sobre jornalismo com bom humor? Compre já “A vida de jornalista como ela é”, do Duda Rangel. À venda pela página do blog no Facebook!) O assessor pede para o repórter esperar na linha. Acho que acabou a reunião. Não, acabou não. Ou melhor, acabou, mas o entrevistado já entrou em outra reunião. Tá complicada a vida do repórter. E você confere comigo o teeempo da pauta. Faaaltam 20 minutos para o deadline!

Comentarista:
O que o entrevistado está fazendo é a típica antipauta. O fair play passou longe.

Narrador:
(Merchan: Dia dos Namorados chegando e você encalhado, amigo jornalista? Cadastre-se hoje mesmo no Dateline.com, o único site de relacionamento dedicado exclusivamente a jornalistas encalhados. Saia da seca hoje mesmo!) Olha lá o repórter, descolou o celular do entrevistado. Vai ligar direto para a fonte. Não quer esperar mais. Ligou! O celular toca, toca. Atendeu a fonte. Agora não dá pra fugir mais. O repórter é rápido, já faz uma pergunta, mais outra, anota tudo. Quero ver só entender esta letra depois. Faz uma terceira pergunta. Já pode pedir música no Fantástico. Conseguiu tudo.

Repórter de campo:
O editor já avisou que não vai acrescentar nenhum minuto. É só o tempo regulamentar do deadline mesmo.

Narrador:
Minuuutos finais de pauta. O repórter começa a escrever. Tá tentando entender a letra no bloquinho. Eu avisei que não seria fácil. Ele mal respira. É concentração total agora. A estagiária gostosa passa desfilando ao lado do repórter e ele nem percebeu. Por essa ninguém esperava.

Comentarista:
É como diz aquele velho ditado: “cabeça de jornalista é uma caixinha de surpresas”.

Narrador:
Olha lá, o repórter já começa a redigir o título. Não vai dar nem tempo de revisar. Vai lá, vai apertar o “enter”. Apertooou o “enter”. A matéria foi embora, com todas as aspas que o repórter tanto queria.

Comentarista:
Eu diria para você que foi uma pauta apertada, mas o resultado acaba sendo justo, porque o repórter batalhou a informação, teve paciência para quebrar a retranca do entrevistado.

Narrador:
Feeecha-se o template! Fiiim de pauta, torcida brasileira!


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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Se o povo de Em Família fosse jornalista


Helena é a repórter que, na juventude, foi apaixonada pelo jornalismo policial, mas preferiu se casar com a assessoria de imprensa. Após uma relação estável de 20 anos com os releases, reencontra o seu antigo amor e fica completamente balançada.

Luiza é a filha de Helena, que também se envolveu com o jornalismo policial. Agora é toda noite ronda em delegacia, BO com exclusividade, uma loucura.

Os velhinhos do asilo são os revisores. Lembra deles? Os caras que antigamente corrigiam as merdas de Português dos textos.

Juliana é a repórter louca para roubar a pauta dos outros.

Gabriel é o estagiário do assistente do analista de comunicação: tá lá, mas ninguém sabe quem é.

Cadu é o jornalista decadente que luta por um transplante de conta bancária com alguém da família Marinho.

Shirley é a repórter que também quer porque quer a porra do jornalismo policial.

Clara e Marina são uma espécie de casal 20, tipo William Bonner e Fátima Bernardes. Só não me pergunte, por favor, quem é o William Bonner no caso.


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