sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O blog Desilusões perdidas segue no Facebook


Como jornalista adora um número, vamos lá: foram 6 anos no ar, 632 posts, milhões de page views. E, antes que role a tal “crise dos 7 anos”, o blog, que nasceu graças à minha falta de grana para fazer terapia, se despede aqui. Seis anos depois, ainda continuo sem grana para fazer terapia, mas feliz demais com minha longa viagem pela blogosfera.

O blog, na verdade, despede-se da plataforma blogspot, mas segue vivo em sua página no Facebook. O conteúdo será atualizado apenas na fan page “Blog Desilusões perdidas – jornalismo com bom humor”. Quem ainda não curte a página, é só clicar aqui.

Além das atualizações no Facebook, 2015 terá uma novidade audiovisual: uma websérie de humor sobre a vida de jornalista. Aguardem! E, quiçá, um segundo livro. As vendas do livro “A vida de jornalista como ela é” seguem pela loja no Facebook aqui.

Queria agradecer a todos que acompanharam os meus textos aqui. O blog foi mais que um espaço para eu contar minhas histórias. Foi um canal para eu conhecer muita gente legal, gente disposta a fazer reflexões, rir dos perrengues, se encantar com a profissão.

Queria agradecer ainda a dois jornalistas que, em 6 anos, terão seus nomes citados pela primeira vez neste blog, Anderson e Emerson Couto, os meus eternos personal assessores de imprensa. Graças a estes dois caras – e à minha falta de grana para terapia, claro – que esta porra-louquice de criar um blog virou realidade.

A gente segue junto em 2015. Abraços do Duda Rangel.


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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

10 coisas que só jornalistas conseguem entender


O prazer de sacanear um publicitário.

A eterna piada do Toddynho da Daniela Albuquerque.

O nosso dialeto: pescoção não tem nada a ver com girafa, foca pode ser um bicho meigo ou não, e furo não é simplesmente um furo, oras.

Perrengue financeiro cheio de glamour.

A neurose de conhecer todos os assuntos, discorrer sobre todos os assuntos, ter opinião sobre todos os assuntos, afinal jornalista não pode ficar sem assunto.

A imagem de uma máquina de escrever – que ninguém mais usa – como foto de capa do Facebook.

O encanto e a roubada de namorar um jornalista.

A crença de que tudo – até as coisas mais banais – tem uma história oculta e interessante.

O pânico de saber que Pelé está numa UTI bem no sábado de seu plantão.

O dilema “como alguém que reclama tanto da profissão pode gostar tanto dela?”.


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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Suporte técnico


Se você não faz ideia de como começar o seu texto, digite “leia mais porque isso vai ajudar você a escrever melhor”.

Se você não aguenta mais receber ligação de assessor enquanto não faz ideia de como começar o seu texto, digite “mande seu release para o meu e-mail que depois eu leio com calma”.

Se você tem dúvidas de Português, digite “deixe de preguiça e dê uma olhada no dicionário”.

Se você não sabe como encaixar o "quem" e o "como" no seu lead, digite “Kama Sutra, mil e uma posições para o seu lead”.

Se você não entende a sua letra no bloquinho, digite “consulte um farmacêutico”.

Se você precisa escrever uma página, mas não tem tanta informação para tanto espaço vazio, digite “punhetação jornalística sem culpa”.

Se o seu computador deu pau e você não salvou o texto, digite “se ferrou, mané”.

Para reclamar da pauta ou do café aguado da redação, digite “alguém topa ir ao bar tomar uma cerveja e ouvir minhas lamentações?”.

Para cancelar sua matéria, digite “editor, o senhor tem um minutinho, por favor?”.

Ou aguarde para ser atendido. No momento, todos os nossos editores estão ocupados com o fechamento.


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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Procurando um livro sobre jornalismo? Saiba como comprar A vida de jornalista como ela é


O livro A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel, que fala sobre a profissão com bom humor, pode ser comprado apenas por depósito ou transferência bancária. O valor do livro é R$ 22,90, com frete grátis para todo o Brasil.

A conta corrente para o depósito ou a transferência: N/Couto Comunicação Ltda. – Banco Itaú (341), Agência: 3094, Conta corrente: 04272-2 – CNPJ: 05.264.054/0001-88. O comprovante da operação deve ser enviado para livrododuda@gmail.com, com o endereço completo de entrega (não se esqueça do CEP).

Você pode pedir também dedicatórias escrevendo para o e-mail livrododuda@gmail.com.

Assim que o livro é encaminhado, o comprador recebe um código de rastreamento dos Correios para acompanhar o pedido. As vendas e entregas são feitas apenas no Brasil.

Peça o seu livro. Indique aos amigos.

O meu singelo obrigado.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

10 teimosias de jornalista


1. Ser jornalista.

2. Fazer três perguntas seguidas numa coletiva de imprensa depois de o assessor ter avisado que era uma só por repórter.

3. Continuar aceitando frila daquela editora que sempre atrasa o pagamento (quando paga).

4. Invadir a área restrita ao resgate numa tragédia pra conseguir a melhor foto, apesar de o policial berrar que não pode entrar ninguém, nem jornalista, dá pra respeitar?

5. Querer salvar o mundo.

6. Ligar 50 vezes ao assessor para ouvir o outro lado, mesmo com o risco de o outro lado estar 50 vezes numa reunião importante.

7. Não dar ouvidos ao editor e, claro, à própria mãe e cobrir guerra entre polícia e traficante sem colete à prova de balas.

8. Sentir asco, revolta, mas não deixar de ler o blog do Reinaldo Azevedo.

9. Fazer todo fim de ano aquelas resoluções de ano novo, tipo descolar mais frilas ou arrumar um tempo pra academia, e nunca cumprir nada.

10. Comer pra cacete na boca-livre até passar mal, mesmo sabendo que se comesse pra cacete na boca-livre passaria mal.


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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O jornalista em tempos de eleição


Tem o jornalista que não vê a hora de o segundo turno acabar para voltar a viver e se desintoxicar dos discursinhos, do beija-mão e de outras mentiras. Tem o jornalista que não vê a hora de o segundo turno acabar para não precisar mais ler tanta mensagem raivosa no Facebook. Tem o jornalista que trabalha na assessoria de um candidato, mas vota no outro e que ninguém saiba disso, ok? Tem o jornalista que não suporta o editorial do patrão, mas o que eu posso fazer se preciso deste emprego? Tem o jornalista com saudade da Copa do Mundo. Tem o jornalista que adora bastidor de debate na TV. Tem o jornalista que comenta pesquisa e, veja bem, este resultado pode significar isso, mas também pode significar aquilo e blá-blá-blá. Tem o jornalista que preferia ser mesário a trabalhar na cobertura da apuração, porque trampo de mesário acaba mais cedo e ainda rola um sanduba de mortadela. Tem o jornalista que se esforça para promover reflexões isentas e inteligentes nas redes sociais. Tem o jornalista que pensa e agora que o frila da eleição acabar o que eu vou fazer da vida? Tem o jornalista que compartilha o Reinaldo e tem o que compartilha o Gregório. Tem o jornalista todo orgulhoso por registrar um momento tão importante da história. Tem o jornalista todo feliz porque até o fim do mês cai a grana do frila da eleição, mas, claro, sempre com uma margem de erro de 30 dias para mais.


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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Social media, paródia de Burguesinha (Seu Jorge)


É facebuqueiro
Ama uma curtida
Posta o dia inteiro
Vai que viraliza.

É tuiteiro
Já foi orkuteiro
Posa de blogueiro
E de jornalista.

Sua mãe reclama
Você não trabalha?
Isso aí dá grana?
Profissão que nada.

Vai pra balada
Sem sair de casa
Só no WhatsApp
Até de madrugada.

Social media, social media
Social media, social media
Social media
Quem ele é?
Social media, social media
Social media, social media
Social media
Faz o que quer.

Social media, social media
Social media, social media
Social media
No Instagram
Social media, social media
Social media, social media
Social media
Louco por fã.


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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Adorno, semiótica e hot-dogs


É gente matando a fome. É gente matando aula. É banquete de estudante. É espera pela vez de pedir. É vez furada. É ketchup aguado no tubo vermelho. É mostarda aguada no tubo amarelo. É vapor da água quente que sobe e se choca com massa de ar frio ocasionando porra nenhuma. É salsicha. É salchicha. É refúgio da chuva. É trocado amassado no bolso da calça. É pão no saquinho. É o seu João. É a dona Maria. É a mão frenética do seu João, da dona Maria, rasgando pão no saquinho. É boca suja de maionese. É molho de tomate no livro do Adorno emprestado da biblioteca. É canudinho na lata de Fanta. É copinho de plástico com marca de batom. É gente comendo de pé. É gente encostada na parede. É gente sentada na calçada. É mão com gordura de batata palha teclando no WhatsApp. É cheiro de tanta coisa. É barulho de tanta coisa. É fofoca. É molho de pimenta. É paquera. É engolir sem mastigar porque a aula de semiótica já vai começar. É vontade de comer dois, três, mas, pô, só tinha mesmo aquele trocado amassado no bolso da calça.


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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A primeira entrevista a família nunca esquece


CENA INTERNA
Estão todos na sala – a mãe, o pai, o irmão caçula, o avô, a tia estranha, a vizinha invejosa – para acompanhar a primeira entrevista da Paulinha na TV. Clima de final de Copa do Mundo.

A vizinha invejosa: deve ser meio chato trabalhar nesse tal Canal do Boi, né?

O pai: pior se ela trabalhasse no TV Fama.

A vizinha invejosa: pior nada, melhor. Ela estaria entrevistando artista e não boi.

A mãe: a Paulinha não entrevista boi. Ela vai entrevistar o...

O pai: veterinário.

A mãe: isso, o veterinário. Ele é doutor.

O irmão caçula: mãe, o vovô dormiu.

A mãe: pai, acorda. É a primeira entrevista da sua neta na TV.

O irmão caçula: o vovô não acorda fácil.

A mãe: paaaaaai!!!

O avô (acordando): já acabou?

O pai: vai começar.

A mãe: será que fizeram uma escova boa nela?

O pai: será que vai dar uma daquelas crises de pânico nela?

O avô: será que ela vai dizer que foi o avô que a incentivou a estudar jornalismo?

O pai: não, seu Jacinto, é uma entrevista com um veterinário. Não é arquivo confidencial do Faustão.

A mãe: silêncio, gente.

A vizinha invejosa: já tá começando a chover. Acho que a Sky vai sair do ar.

A mãe: que sair do ar, nada! Vira essa boca pra lá.

O irmão caçula: vô, abre o olho.

O avô: eu não tô dormindo, Pedrinho.

O pai: começou!

Silêncio.

A mãe: como ela tá linda.

A tia estranha: é sobre o que mesmo o assunto?

Todos: xiiiiiiiiii!

Um minuto e 17 segundos depois.

A vizinha invejosa: mas já acabou?

O pai: é assim mesmo. Hoje tá tudo muito moderno e rápido.

A mãe: ai, gente, que orgulho da Paulinha. Vocês viram como ela falou bonito, como ela segurava o microfone bonito?

O pai: e ela não teve nenhum branco.

A mãe: foi perfeita. Ai, gente, até chorei.

A vizinha invejosa: eu gostei do veterinário. Bonitão. Cara de safado também. Vai dar em cima da Paulinha, com certeza.

A tia estranha: alguém pode me responder sobre o que era o assunto?

O pai: tia Néia, sobre novas técnicas de inseminação para o gado nelore.

A tia estranha: credo.

A mãe: um dia essa menina ainda vai tá entrevistando presidente do Brasil na Globo!

O irmão caçula: agora o senhor já pode dormir, vô.

O avô: minha neta tava linda, como eu sempre sonhei.

A mãe: Pedrinho, vai lá na lavanderia e solta o Bonner.

O pai: você prendeu o Bonner na lavanderia? Que a Paulinha não saiba disso!

A mãe: amor, o Bonner ia ficar aqui latindo a entrevista inteira.

A vizinha invejosa: deixa eu voltar pra minha casa, gente, que já vai começar o TV Fama.

O clima ainda é de grande comoção na sala. A chuva aumenta. A Sky sai do ar.


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terça-feira, 16 de setembro de 2014

O Mito da Bancada do Jornal Nacional


Havia dois cargos que ninguém abria mão de jeito algum: de papa e de apresentador do Jornal Nacional. Os tempos mudaram.

Em agosto, numa conversa com a imprensa, Francisco admitiu a chance de pedir pra sair num futuro próximo, repetindo gesto de Bento XVI. Patrícia Poeta durou apenas três anos na bancada do JN e já está livre, leve e solta para fazer comercial de linguiça.

Cargos que representavam poder, credibilidade e até devoção entraram em crise. Chama o psiquiatra, já previa o cineasta italiano Nanni Moretti.

Apresentar o Jornal Nacional tem sido, há muito tempo, o sonho de consumo-mor de tantos e tantos estudantes de jornalismo. E agora? Sim, agora chegou a difícil hora de explicar às futuras Fátimas e Poetas que vovó não saiu de férias. Vovó morreu.

Mas vislumbrar um novo mundo fora da caverna, ou melhor, fora da bancada do Jornal Nacional é libertador.

Logo, logo, ao perguntar a um jovem jornalista “o que você espera para seu futuro?”, ele não vai mais dizer “apresentar o Jornal Nacional”. Ele vai responder: “quando crescer, quero apresentar o meu próprio programa de entretenimento ou o meu próprio reality show”. E, claro, fazer comercial de linguiça. Putz, fodeu!


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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Se o povo de A Grande Família fosse jornalista


A exemplo de diversos jornais impressos, A Grande Família também fechou. Ou foi descontinuada, como dizem por aí. Uma homenagem aos personagens-jornalistas desempregados.

Agostinho – é o repórter que inventa declaração da fonte, que dá carteirada em evento pra não pagar.

Tuco – é o filho jornalista largadão que só quer ficar em casa escrevendo seu blog. Trabalhar que é bom, nada.

Dona Nenê – é a editora mãezona da redação cheia de focas.

Lineu – é o editor que adora fiscalizar o texto dos outros, pra ver a validade da matéria, pra checar se rola alguma crase errada.

Paulão da Regulagem – é o jornalista que, apesar de já ser jornalista, ainda não aprendeu o Português. Sofre com o editor “Irineu”, injustiça seja feita.

Seu Floriano – é o saudoso jornalista investigativo.

Bebel – é a repórter que chora quando a pauta cai, chora quando perde a folga no domingo, chora quando recebe o salário.

Mendonça – é o editor-chefe maluco cachaceiro das antigas.

Marilda – é a repórter que, prevendo que o jornal afundaria, pula fora antes disso e se torna uma assessora de imprensa de sucesso em outra redação.


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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O perfil do jornalista brasileiro


2 de cada 3 jornalistas que lamentam a provável extinção do jornal impresso não têm o hábito de ler jornal impresso.

43% dos jornalistas passam mais tempo na frente do computador do que com seus namorados. Os outros 57% estão encalhados.

O Facebook é o principal meio para o jornalista bisbilhotar a vida alheia com a desculpa de estar em busca de pautas interessantes.

7 em cada 10 assessores de imprensa ficam indignados quando alguém diz que assessor não é jornalista. Os demais resolvem a questão na porrada.

De cada 10 jornalistas, 11 reclamam da vida pra cacete.

99% dos jornalistas ainda têm que explicar pra tia que, apesar de serem jornalistas, não trabalham na Globo.

Pizza requentada é o prato mais consumido no almoço por quem trabalha em casa. Em seguida vem o miojo sabor galinha caipira.

De cada 10 jornalistas culturais rotulados de gays em fofocas de mesa de bar, 4 são heterossexuais apesar de não parecerem, 3 são gays enrustidos e 3 são tão donos dos respectivos cus que não têm vergonha de assumir o que fazem com os respectivos cus.

Enquanto 76% dos jornalistas vivem sem um plano de carreira, apenas 2% conseguem viver sem um telefone celular.

De cada 5 mulheres jornalistas, 3 pensam em trocar o emprego por um marido igual ao da Ticiana Villas Boas.

O jornalista do século 21 cria a pauta, vai atrás das fontes, é motorista, apura, checa, escreve, revisa, vende Natura, edita texto, põe título, subtítulo, legenda, vende ovo de Páscoa, faz foto, trata imagem, filma, edita vídeo, joga na Mega-Sena, sobe arquivo no site, fecha matéria e, nas horas vagas, faz um monte de frila.

O jornalista do século 21, acreditem, também trepa.

88% dos jornalistas garantem que, a partir da próxima segunda-feira, vão começar a cuidar mais da saúde.


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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dependência


O que seria do correspondente internacional sem a Reuters? Do pauteiro da Sonia Abrão sem as merdas do Rafael Ilha? Do fim do mês sem os frilas? O que seriam das minhas noites viradas de textos pra amanhã cedinho sem o vício do café? Das pautas impossíveis sem fé? Das filosofias de botequim sem os jornalistas de botequim? O que seria do furo sem o faro? Da estagiária ambiciosa-incompetente-mas-gostosinha sem o editor-executivo que adora estagiárias-ambiciosas-incompetentes-mas-gostosinhas? Do crítico musical sem a palavra visceral? O que seriam das mesas-redondas esportivas sem os erros do juiz? Do fotógrafo no vermelho sem os bicos corporativos e os casamentos e as festinhas infantis? Do repórter arrumadinho que aparece na TV sem o produtor faz-tudo que não aparece na TV? O que seria da Rádio SulAmérica Trânsito sem os 439 quilômetros de congestionamento de Sampa? Do analista econômico sem o economês? Do currículo do foca sem as trapaças da Times corpo 16? O que seria do repórter sem o tesão de ser repórter?


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terça-feira, 12 de agosto de 2014

10 dicas para ser um bom jornalista


Tenha paixão pela profissão: ok, amor não enche barriga, já disse mil vezes seu pai, mas paixão é envolvimento, é o que nos impede de desistir nos primeiros, sei lá, 200 obstáculos.

Resgate a essência do jornalismo: curiosidade, investigação, responsabilidade na apuração e na divulgação das informações, essas coisas que há tempos resolveram sair de moda.

Sinta orgulho de ser jornalista: cague geral para os rankings desgracentos que têm os jornalistas sempre no topo. Se você não tem orgulho do que faz, melhor pedir para sair.

Use os recursos tecnológicos para o bem: tecnologia é como colesterol, tem a boa e tem a ruim. A ruim nos deixa preguiçosos, a boa nos permite voar cada vez mais alto.

Não espere respostas prontas sobre seu futuro: sim, jornalistas são os caras que fazem as perguntas, mas no quesito “seu próprio futuro” o que cabe a você são as respostas.

Seduza seu leitor: deixe-o apaixonado por seu texto, com vontade de novos encontros. Nada como a arte da conquista à moda antiga.

Busque sempre: histórias incríveis, personagens invisíveis, momentos risíveis. E jamais bote no seu texto uma rima tosca como essa que eu acabei de botar.

Arrisque uma linguagem diferente: esqueça os leads, as regras, os dogmas. Pegue a velha receitinha de jornalismo sempre fácil de fazer e jogue no lixo. Não reciclável, claro.

Não agonize junto com as mídias tradicionais: há vida jornalística após a morte do jornal impresso. Tá me ouvindo? Enxugue essas lágrimas já. Tem um mundo novo bem aqui.

É bom levar uma vida saudável, mas um porre vez ou outra é ótimo: a alma jornalística carece de purificação. Mas se beber não dirija, nem agende uma entrevista importante.


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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

10 micos de um jornalista no Facebook


1. Postar selfies tietando entrevistados famosos.

2. Entupir a timeline dos amigos com pedidos de personagens para matérias.

3. Publicar intimidades jornalísticas impublicáveis, como o salário de repórter, e acabar sofrendo bullying virtual.

4. Ler uma informação falsa de uma página falsa e, a partir dela, escrever uma matéria falsa, acreditando ser tudo verdade.

5. Curtir a publicação da própria matéria. Aquela que ninguém curtiu.

6. Transformar o Facebook no seu grande pauteiro. Há vida também fora das redes sociais.

7. Dar uma opinião desnecessária só por achar que jornalista deve ter opinião sobre tudo.

8. Marcar 500 pessoas na porra da opinião desnecessária.

9. Encher o saco dos amigos para jogar Freela Heroes Saga.

10. Postar a foto do filé mignon ao molho madeira a ser devorado numa boca-livre.


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terça-feira, 29 de julho de 2014

Técnicas jornalísticas aplicadas ao amor


Jura que você tá me pedindo em casamento? Faz o seguinte: pede de novo que agora eu vou gravar. Pra não ter erro, pode ser? Porque amanhã você não vai poder dizer que não disse o que disse, entende? Porque fonte adora fazer isso. Aiii, amor, jura mesmo? Te adoro, sabia? Vai lá então, pode começar que eu já apertei o REC.

Isso, o Danilo, namorado da Cynthia, tudo bem? Então, hoje pela manhã, a Cynthia falou assim “eu te amo, Dan” e, como a gente não pode acreditar em tudo que ouve, eu queria checar com você que é a melhor amiga dela se é verdade. Ela já comentou isso com você alguma vez, já falou tipo assim “o Dan é o cara da minha vida”? Sei. Ah, falou que não saberia viver sem mim? Ótima informação! O que mais? Pode falar que eu tô anotando.

Ah, então o senhor foi à festa das piriguetes ontem? E foi lá fazer o quê? Safado! E quem você queria encontrar? Hein? Até quando você ficou lá? Diz! E onde você dormiu depois? Senta aí, seu canalha, que eu ainda nem te perguntei o “como” nem o “por quê”!

Então, eu saí com a menina, levei pro motel, mas na hora H o negócio não cresceu. Parecia piso de 5 horas do interior, sabe? Uma vergonha! Só estou te contando isso, porque tu é brother, mas, ó, é off, hein? Se tu espalhar a notícia por aí, te meto um processo por difamação. E umas porradas.

Oi, querido, eu acabei de te mandar por e-mail um release com uma declaração de amor minha a você. O lead tá lindo! Ah, e mandei também uma foto da gente se beijando em 300 dpis. Você pode verificar, por gentileza, se você recebeu?


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terça-feira, 22 de julho de 2014

Futuros jornalistas


Ela se apresenta aos novos amigos como “futura jornalista”. Lá no perfil dele no Twitter tá escrito “futuro jornalista”. Quando eles mandam um e-mail para o Duda Rangel pedindo uma dedicatória meiga no livro que acabaram de comprar pela web, eles lembram: “somos futuros jornalistas”. Quem são os futuros jornalistas? Onde vivem? De que se alimentam? Hoje no Globo Repórter?

Futuro jornalista tem uma carga de ansiedade desgraçada, porque quem é futuro jornalista não vê a hora do futuro virar presente.

Eu não acredito em futuros jornalistas. Acredito em jornalistas neste instante-já (ops, roubei Clarice!), mesmo quando o instante-já é o primeiro semestre do curso. A gente é jornalista desde o momento em que assume a alma de jornalista, no vestibular, na infância, numa vida passada. É uma espécie de condenação sumária, pá-pum, sem chance de apelação para o amanhã.

Assim, meu jovem, deixe de lado o “futuro” de sua apresentação, deixe de lado a ansiedade, viva o presente de ser jornalista. Ou vai acabar virando mais um bicho exótico do Globo Repórter.


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terça-feira, 15 de julho de 2014

Privilégio de jornalista


Não, credencial no pescoço não é privilégio. Descolar uma boca em evento restrito a “poucos e bons” muito menos. Privilégio de ser formador de opinião? Hoje, com as redes sociais e os reclames aqui ali acolá, todo mundo é formador de opinião. O quê? Privilégio de ser o Quarto Poder? Caraca, você insiste com esse Quarto Poder, hein? Já te falei que Poder com caixa alta é um troço tão decadente.

Quer saber? Privilégio de jornalista é ter um olhar que poucos têm, uma sensibilidade rara, um ouvido atento. Coisas simples. Assim.


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terça-feira, 1 de julho de 2014

Tipos de jornalistas neuróticos


Maria Luisa sempre acha que o gravador vai parar de funcionar no meio da entrevista. Ela confere a todo o momento se a luzinha do REC está dando algum sinal de vida. É um olho no gravador, outro no entrevistado. Nas perguntas mais importantes, são os dois olhos no gravador. Os ouvidos que cuidem do resto.

Leonardo é o repórter que lê 15 vezes o texto antes de publicá-lo. Pode ser uma matéria de capa ou um comentário no Facebook. Vai que tem uma vírgula desajeitada, um tropeço de digitação. Até depois de divulgado o texto, Leonardo checa se está tudo certo mesmo. Só mais umas duas leituras. Pra garantir.

Rosinha é assessora de imprensa. Rosinha pira em coletiva. Rosinha, coitada, imagina que o restaurante escolhido para o evento não é tão bom como disseram, que os black blocs vão fechar a rua do restaurante num protesto qualquer, que poucos jornalistas vão aparecer, que o seu cliente vai ficar puto da vida.

Desde que perdeu uma matéria de 80 linhas por um pau no note, Juliana tem pânico de textos longos. Pensou até em desistir do sonho de escrever uma matéria de 11 páginas na Piauí e focar em conteúdo para celular. Com a ajuda de um terapeuta holístico, porém, aprendeu que o remédio é simples: apertar o tal de Ctrl B.

João Henrique não consegue ficar um minuto fora da internet. Algo extraordinário pode acontecer e ele será o último a saber. Nunca! Um dia João Henrique quase surtou ao ficar uma hora desconectado. Uma hora é tempo suficiente para o papa morrer, um Boeing cair ou o Neymar trocar de namorada. Já imaginou?


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quarta-feira, 25 de junho de 2014

10 matérias manjadas de Copa do Mundo


1. Jogadores de búzios, tarólogos, polvos e atrizes pornôs apontam quem vai ganhar a Copa. Como cada um indica uma seleção diferente fica difícil saber em quem acreditar.

2. As torcedoras elegem os jogadores mais gatos. Os torcedores destacam as musas dos estádios. Tem até matéria, acreditem, dos jornalistas mais bonitos do Mundial.

3. Os profissionais que não podem assistir aos jogos do Brasil porque estão trabalhando, como policiais, médicos, os caras da empresa de energia elétrica e, claro, os estagiários.

4. As insuportáveis matérias sobre os colecionadores de figurinhas dos jogadores da Copa, com o ainda mais insuportável enfoque dos “adultos que viram crianças”.

5. A festa nas colônias estrangeiras no Brasil em dias de jogos de suas seleções. Destaque para a animação dos portugueses dançando “o vira”. Com a ilustre presença de Roberto Leal.

6. O comércio de todo tipo de artigo ligado à Copa, de bandeirinhas e roupinhas pra cachorro a camisinhas falantes que dizem “sou artilheiro, com muito orgulho, com muito amor”.

7. Flashes por todo o Brasil da aglomeração de torcedores durante os jogos do Brasil. Gente de peruca, segurando imagens de santos e, claro, a turma do Olodum.

8. Jogadores brasileiros de outras Copas palpitam e falam merda à vontade. Artistas, políticos e outras personalidades não ficam atrás, também palpitando e falando merda à vontade.

9. Torcedores supersticiosos ensinam mandingas que ajudarão o Brasil a ganhar a Copa, como aquele Zé Mané que assiste a todos os jogos com a mesma cueca verde-amarela fedorenta.

10. Crianças de origem humilde sonham ser famosos jogadores de futebol, em emocionantes reportagens em campinhos de terra na periferia. Ser jornalista pobre ninguém quer, né?


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terça-feira, 10 de junho de 2014

A pauta, segundo a narração esportiva


Narrador:
Comeeeço de pauta, torcida brasileira. Olha lá o repórter, já se manda para o ataque. Não quer perder tempo. Vai ligar para o entrevistado, precisa apurar mais alguma informação para fechar o texto. Pega o celular pelo canto esquerdo da mesa, tá procurando o telefone da fonte. Não acha. Recomeça o lance. Abre agora a gaveta pela direita, procura o bloquinho. Deve ter anotado em algum lugar este telefone.

Comentarista:
Tá um começo de pauta meio desorganizado. Tá faltando criatividade ao repórter para encontrar o telefone da fonte.

Narrador:
O repórter decidiu jogar no Google o nome do assessor. Tá lá, consegue o telefone do assessor, parece que ele vai ligar. Ligou. O telefone tá tocando, tá tocando, tá tocando! Cadê o assessor, minha gente? Atendeu! Pede para esperar um instantinho. Que música chata, torcida brasileira. O repórter espera! (Merchan: tá no vermelho? Tá precisando pagar o aluguel? Ligue agora para a CrediPress, a única financeira que empresta dinheiro só para jornalistas. Saia da miséria hoje mesmo!) E o repórter ainda tá esperando o assessor.

Comentarista:
É uma pauta de muita paciência. Não vai ser fácil furar a retranca do assessor.

Narrador:
Acabou a musiquinha chata, o assessor voltou. Diz que a fonte está numa reunião. Sei não! Tá com cara de simulação. A fonte tá fazendo cera. O assessor pede pro repórter ligar mais tarde. O repórter diz tudo bem, mas tá ansioso. O que é que só você viu?

Repórter de campo:
O editor, aqui na beira da redação, já pediu para o repórter dar um gás na pauta, porque hoje o deadline tá apertado.

Narrador:
Haaaja emoção! O repórter decide se levantar da mesa, acho que vai tomar um café. Sai pela esquerda, dribla a mesa do editor, passa pela secretária, consegue chegar à maquina do café. Procura as moedas. Cadê as moedas? Como é atrapalhado esse repórter! Acha as moedas no bolso pela direita. Aperta o botão. Cappuccino. Sem açúcar. O teeempo passa. O repórter tá nervoso por causa do entrevistado que não fala. Acaba de beber o cappuccino, decide voltar para sua mesa. Vai ligar de novo pro assessor. Tá voltando pra mesa. Que é isso? Ele deu uma bela olhada pra bunda da estagiária gostosa. Pode isso?

Comentarista de arbitragem:
Pode, claro que pode. Quem nunca olhou pra bunda da estagiária gostosa? Lance normal. Segue a pauta.

Narrador:
(Merchan: tá a fim de comprar um livro sobre jornalismo com bom humor? Compre já “A vida de jornalista como ela é”, do Duda Rangel. À venda pela página do blog no Facebook!) O assessor pede para o repórter esperar na linha. Acho que acabou a reunião. Não, acabou não. Ou melhor, acabou, mas o entrevistado já entrou em outra reunião. Tá complicada a vida do repórter. E você confere comigo o teeempo da pauta. Faaaltam 20 minutos para o deadline!

Comentarista:
O que o entrevistado está fazendo é a típica antipauta. O fair play passou longe.

Narrador:
(Merchan: Dia dos Namorados chegando e você encalhado, amigo jornalista? Cadastre-se hoje mesmo no Dateline.com, o único site de relacionamento dedicado exclusivamente a jornalistas encalhados. Saia da seca hoje mesmo!) Olha lá o repórter, descolou o celular do entrevistado. Vai ligar direto para a fonte. Não quer esperar mais. Ligou! O celular toca, toca. Atendeu a fonte. Agora não dá pra fugir mais. O repórter é rápido, já faz uma pergunta, mais outra, anota tudo. Quero ver só entender esta letra depois. Faz uma terceira pergunta. Já pode pedir música no Fantástico. Conseguiu tudo.

Repórter de campo:
O editor já avisou que não vai acrescentar nenhum minuto. É só o tempo regulamentar do deadline mesmo.

Narrador:
Minuuutos finais de pauta. O repórter começa a escrever. Tá tentando entender a letra no bloquinho. Eu avisei que não seria fácil. Ele mal respira. É concentração total agora. A estagiária gostosa passa desfilando ao lado do repórter e ele nem percebeu. Por essa ninguém esperava.

Comentarista:
É como diz aquele velho ditado: “cabeça de jornalista é uma caixinha de surpresas”.

Narrador:
Olha lá, o repórter já começa a redigir o título. Não vai dar nem tempo de revisar. Vai lá, vai apertar o “enter”. Apertooou o “enter”. A matéria foi embora, com todas as aspas que o repórter tanto queria.

Comentarista:
Eu diria para você que foi uma pauta apertada, mas o resultado acaba sendo justo, porque o repórter batalhou a informação, teve paciência para quebrar a retranca do entrevistado.

Narrador:
Feeecha-se o template! Fiiim de pauta, torcida brasileira!


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