segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Ser assessor de imprensa é...


Ter uma cara de pau elevada à enésima potência.

Festejar a notinha do colunista famosão como se fosse um furo de reportagem.

Viver explicando pro povo de redação que assessor também é jornalista.

Viver explicando pro povo de relações públicas que jornalista também é assessor.

Saber vender seu peixe. Quer levar, não, freguesia? Pauta fresquinha.

Ouvir do assessorado desinteressante o pedido de uma entrevista pro Jô, e pensar “tô fodido”.

Ralar como qualquer jornalista, mas levar fama de vida boa.

Montar sua própria agência acreditando que vai, enfim, ficar rico.

Buscar o difícil equilíbrio entre o interesse do assessorado e o do repórter.

Buscar o difícil equilíbrio entre o ego do assessorado e o do repórter.

Responder 20 perguntas por e-mail pra ontem, por favor, e não esquece uma foto em alta resolução, tipo 300 dpi, pode ser?

Lidar com assessorado que não tem a menor noção de como funciona a imprensa.

Apagar incêndios quando o assessorado faz alguma merda.

Ser criativo para produzir press kits maneiros por um custo baixo.

Organizar coletiva e rezar pra tudo que é santo pra não chover.

Ir a almoços chatérrimos de “fortalecimento de relações”.

Planejar, pensar pautas originais, ter bons contatos na imprensa, texto bom. Mais alguma coisa?

Usar expressões chiques, como “ativo de imagem”.

Distribuir presentinhos e não ser o Papai Noel.

Explicar o tempo todo aos leigos o que um assessor de imprensa faz. E ter a certeza de que ninguém vai entender.


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2 comentários:

Elisângela Santos disse...

Poesia e realidade EM ESTADO PURO! :-)

Duda Rangel disse...

Obrigado, querida Elisângela.