quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O jornalista em tempos de eleição


Tem o jornalista que não vê a hora de o segundo turno acabar para voltar a viver e se desintoxicar dos discursinhos, do beija-mão e de outras mentiras. Tem o jornalista que não vê a hora de o segundo turno acabar para não precisar mais ler tanta mensagem raivosa no Facebook. Tem o jornalista que trabalha na assessoria de um candidato, mas vota no outro e que ninguém saiba disso, ok? Tem o jornalista que não suporta o editorial do patrão, mas o que eu posso fazer se preciso deste emprego? Tem o jornalista com saudade da Copa do Mundo. Tem o jornalista que adora bastidor de debate na TV. Tem o jornalista que comenta pesquisa e, veja bem, este resultado pode significar isso, mas também pode significar aquilo e blá-blá-blá. Tem o jornalista que preferia ser mesário a trabalhar na cobertura da apuração, porque trampo de mesário acaba mais cedo e ainda rola um sanduba de mortadela. Tem o jornalista que se esforça para promover reflexões isentas e inteligentes nas redes sociais. Tem o jornalista que pensa e agora que o frila da eleição acabar o que eu vou fazer da vida? Tem o jornalista que compartilha o Reinaldo e tem o que compartilha o Gregório. Tem o jornalista todo orgulhoso por registrar um momento tão importante da história. Tem o jornalista todo feliz porque até o fim do mês cai a grana do frila da eleição, mas, claro, sempre com uma margem de erro de 30 dias para mais.


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