segunda-feira, 23 de julho de 2012
Repórter sem frescura
Repórter sem frescura faz anotação em verso de papel impresso. No guardanapo do bar. Caneta? Com nome de empresa, caneta-jabá. No máximo uma legítima Montblanc de camelô.
Repórter sem frescura apura matéria mesmo com o barulho de vozes, telefones e teclados na redação. Não tem aquela coisa de “chiiiiii” pra cá, “chiiiiii” pra lá. Não fica pedindo pra baixar o ar, pra subir o ar.
Repórter sem frescura almoça no bar do seu Zezé. Prato feito. Feito pedreiro. Copo d´água no copo de requeijão. Não reclama do pagode no carro de reportagem.
Repórter sem frescura não fica com nhenhenhém pra entrar em favela. Mete o pé na lama sem drama.
Repórter sem frescura não tem nojinho do mundo.
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14 comentários:
- Maria Machado disse...
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Isso que é um repóter sem frescura,eu admiro seu estilo de escrever,de como se refere as coisas, é verdadeiro! Boa sorte amigo... boa tarde.
Maria Machado. - 23 de julho de 2012 às 13:06
- George W. Silva disse...
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É isso aí! Crônica ótima! Pra quê frescura se nem diploma a gente tem mais pra se gabar!?
- 23 de julho de 2012 às 15:34
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E por aí meu nobre colega . Curso Comunicação Social - Jornalismo. Estou tendo dificuldades em prosseguir na graduação (tempo, não consigo estágio e sem ajuda. Mas qdo leio alguma coisa dessa fora, simto-me revigorado. Valeu...
- 24 de julho de 2012 às 00:10
- Lívia Almeida disse...
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Perfil em falta no mercado. São poucos os que lutam assim hoje. Mas, valeu a lembrança por aqueles que passam por isso todos os dias e para aqueles que esqueceram como se deve lutar pela informação.
- 24 de julho de 2012 às 12:25
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Repórter sem frescura vai pra pauta até de busão. Escreve sem mesa.
Repórter sem frescura apura matéria mesmo com o barulho de vozes, telefones e teclados na redação. Não tem aquela coisa de “chiiiiii” pra cá, “chiiiiii” pra lá. Não fica pedindo pra baixar o ar, pra subir o ar.
O mimimi e o jornalismo de sapatos limpos são, sim, uma praga do mundo. Faltam jornalistas que entram na favela, procuram fontes, se esforçam. Mas, às vezes, escrever sem mesa é só uma forma de aumentar o lucro do dono do jornal - e não tem nada a ver com fazer um jornalismo de qualidade ou lutar pela qualidade de informação. Às vezes, penso que é esse tipo de raciocínio só ajuda as empresas nos explorarem tanto. - 25 de julho de 2012 às 14:36
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Muito bom seu blog! Estou me sentindo em casa! Parabéns!
- 25 de julho de 2012 às 15:03
- Unknown disse...
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Daqui de Lisboa, parabéns pelo seu blog, que acabei de descobrir!
Fiquei surpresa com a semelhança que existe entre a vida de jornalista no Brasil, e em Portugal ... Será um problema mundial da classe? Seremos assim um 4º Poder tão enfraquecido? Ou melhor, seremos apenas os peões desse 4º Poder, e como vivemos em dificuldades, achamos que tem de ser mesmo assim, paciência, e até parece que nos sentimos honrados com essa exploração? Me desculpe o tom meio irritado ... Mas olhe, continue a escrever assim, para não nos sentirmos tão sós- deste e nesse lado do Atlântico! Monica Peixoto, jornalista, Rádio Radar blogradar.blogspot.com - 25 de julho de 2012 às 16:36
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Repórter sem frescura... conheço alguns bons repórteres assim. Gente que vai além, que se empolga com o que faz e batalha cada dia para fazer melhor e principalmente, fazer a diferença na vida de alguém. Infelizmente, estão cada vez mais raros.
- 25 de julho de 2012 às 20:45
- Duda Rangel disse...
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Obrigado a todos pela participação, pelas palavras. Monica, interessante teu comentário sobre as semelhanças com a vida de jornalista aí em Portugal. Estamos todos no mesmo barco.
Voltem sempre ao blog. Beijos e abraços. - 28 de julho de 2012 às 13:18
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Tirando o prato de pedreiro, tô nesse time dos sem frescura e tenho orgulho dos que também são assim. Se quer trabalhar no "bem bom" e no ar condicionado, escolha outra profissão! =D
- 31 de julho de 2012 às 23:16
- Duda Rangel disse...
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Boa, Ju.
- 4 de agosto de 2012 às 18:07
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Repórter sem frescura não desdenha quem não tem diploma, mas trabalha sério e com competência
- 6 de agosto de 2012 às 00:06
- Ingrid Araújo disse...
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Sou daquelas que vai para a pauta de busão e bebe em copo de requeijão. Almoço até em restaurante do governo. Afinal, salário não banca comida por quilo todos os dias.
E padecemos pela boa notícia.
Abraço - 26 de novembro de 2012 às 23:19
- Duda Rangel disse...
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E vamos que vamos, Ingrid.
- 28 de novembro de 2012 às 18:45