sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Como desabrocha um jornalista
Luis Fernando criou, ainda garoto, um jornal com notícias da família. Tinha a irmã como parceira. Penduravam o periódico, O Patentino, numa parede do banheiro de casa.
Roberta tinha 13 anos quando o descaso da rede pública de saúde roubou a vida de sua mãe. Decidiu que lutaria por um mundo mais digno. Sem grana e apoio, estudou, virou jornalista. Sabe que não mudará o mundo, mas fica feliz com as pequenas transformações.
Daniela leu (com dificuldade) a embalagem do Toddynho que falava sobre a profissão, refletiu (também com dificuldade) e decidiu: seria jornalista. “Se nada der certo, eu viro hippie ou, sei lá, caso com um homem rico, tipo dono de emissora de TV.”
Luiza cresceu ouvindo o Jornal da Manhã com o pai, todos os dias, tomando café com leite. “Vambora pra escola, minha filha, olha a hora”, ele brincava. Num desses dias, ela profetizou: “O senhor ainda vai acordar com a minha voz”.
Bill, motorista de carro de reportagem, começou a levar uma máquina fotográfica amadora nas saídas para as pautas. Registrava o trabalho dos amigos jornalistas. Suas fotos ganharam a primeira página do jornal. Ele ganhou elogios, exposições, um novo horizonte.
Carlos Eduardo, todo mês de dezembro de sua infância, vestia o paletó gigante do pai e apresentava a retrospectiva do ano à família, numa bancada de telejornal improvisada na sala de casa. Os primos desdenhavam, a tia gorda roncava, mas nada desmotivou o menino.
João Paulo nasceu jornalista. E sob orientação divina. “Meu filho, terás uma missão importante neste mundo, lutarás por justiça, falarás apenas a verdade. Mas, atenção, não descansarás muito no sétimo dia, como Eu descansei, porque terás o maldito plantão”.
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20 comentários:
- Ana Paula Popolin disse...
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É engraçado se reconhecer em algum pequeno trecho de seus textos. Ótimos como sempre!
- 23 de setembro de 2011 às 11:03
- Lauro Soares disse...
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Zeca leu num maço de cigarros que jornalista fumava muito. Pronto. Nem precisou ver o que estava escrito no rótulo da garrafa de cerveja.
- 23 de setembro de 2011 às 11:51
- João Damasio disse...
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Tem os que vão dar uma tragadinha na faculdade de jornalismo e ver como é essa parada e acabaram viciando...
- 23 de setembro de 2011 às 14:51
- Dan disse...
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Elizabeth, filha do medo da noite, quis ser jornalista e apresentadora de TV. Achou que o teste do sofá com um câmera de uma emissora evangélica a levaria a fama. Desiludida, e diplomada, hoje ela atende no cabaret de Venceslau. As vezes escreve um texto em seu blog.
- 26 de setembro de 2011 às 09:22
- Duda Rangel disse...
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Cada um tem sua forma de desabrochar para o jornalismo. Obrigado pelos comentários. Abraços.
- 26 de setembro de 2011 às 12:25
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Daniela Albuquerque, aquela casada com o dono da Rede Tv, "descobri o jornalismo numa caixa de Toddynho”
- 27 de setembro de 2011 às 16:38
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Ludmilla tinha apenas 12 anos qd sua mãe descobriu que estava com câncer, o sonho de sua mãe era ter uma filha jornalista. Foi aí que ela passou em primeiro lugar num concurso de uma rádio local.
- 27 de setembro de 2011 às 17:08
- Nayara Roberta disse...
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Tudo começou quando eu tinha apenas 15 anos ( isso não faz muito tempo), por meio do futebol, eu queria ser jornalista para entrevistar quem sabe.. os jogadores do meu time (Botafogo), então brotou em mim o sentimento de querer ser repórter... então hoje estou me formando em Jornalismo e trabalho em agência de notícias. Gosto do que faço? sinceramente sim mas não gosto do que ganho....
- 27 de setembro de 2011 às 17:42
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Eu queria assistir a novela Carrossel, mas meu pai ao Jornal Nacional, e deu no que deu. Jornalista, hoje sou...tenso!
- 28 de setembro de 2011 às 13:58
- Duda Rangel disse...
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É isso aí, Cejana.
Laura, Nayara e Francieli, obrigado por compartilharem suas histórias no blog. Beijos. - 1 de outubro de 2011 às 21:25
- Ingrid Furtado disse...
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Adoro o seu É muito honesto em suas descrições.
- 3 de outubro de 2011 às 03:10
- Talita disse...
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Talita Gonçalves sempre gostou de ler e escrever. Quando estava no segundo colegial, uma jornalista resolveu ensinar os "trombadinhas" da escola um pouco de jornalismo.
Aquela jornalista não resistiu: convidou Talita, a trombadinha mais grilada com o mundo,a fazer um estágio no jornal, e assim, ter a chance de mudar não só o seu mundo como o mundo dos outros.
Isso foi há três anos. - 19 de dezembro de 2011 às 10:51
- Duda Rangel disse...
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Valeu, Ingrid!
Talita "trombadinha", sucesso, moça! Beijos - 22 de dezembro de 2011 às 23:44
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Fazia Direito, mas tudo tava direito demais! Pulei pro errado torcendo ser o certo e correndo atrás.
- 21 de março de 2012 às 20:43
- Duda Rangel disse...
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E vamu que vamu, Renata.
- 25 de março de 2012 às 21:45
- Paula disse...
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Tem mta verdade aí.
Minha professora da 2ª série pediu um verso de duas linhas sobre o dia das mães e eu escrevi uma página com frente e verso.
Foi publicado com uma foto no domingo das mães no jornal do estado e eu tive minha primeira desilusão com a profissão: editaram meu texto e cortaram minhas frases prediletas.
Mamãe tem o recorte da minha primeira "matéria" até hoje!
;) Adoro teu blog! - 19 de julho de 2012 às 14:46
- Alessandra Sabbag disse...
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Hahahaha, a coisa é bem assim mesmo...
No meu caso, como todo o jornalista, sempre adorei ler e escrever. Um dia minha mãe falou que uma profissão que fazia muito essa atividade era o jornalismo. Então coloquei na cabeça que era o que ia ser... tinha só 10 aninhos de idade rsrsrs
Mas não me arrependo! Vamos para a luta! Haha - 19 de julho de 2012 às 15:19
- Duda Rangel disse...
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Paula e Alessandra, muito obrigado por dividir com todos suas histórias. Beijos.
- 22 de julho de 2012 às 19:11
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Lendo o blog lembrei de muita coisa que eu fazia e nem lembrava mais! Escolhi ser jornalista porque tava perdido e odiava matemática, achava que o meu lugar era na engenharia mas quando eu conheci a antiga âncora do sbt, cristiane finger, e ela me contou um pouco de como foi a carreira dela, eu pensei: quero isso pra mim! Mas aí lendo o blog hoje, vi que eu sempre assistia ela pela manhã, talvez por isso tenha me identificado e também queria criar um jornal na escola quando tava na 4ºsérie... Aí eu penso, será que eu devo ser outra coisa? rs
- 29 de agosto de 2012 às 00:37
- Duda Rangel disse...
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Caro Anônimo, dúvidas sempre vão rolar. O que importa é gostar e estar feliz na profissão. Sucesso.
- 30 de agosto de 2012 às 21:18