segunda-feira, 19 de março de 2012

Pequeno ensaio sobre o jornalista encalhado


No quesito “amor”, muitos jornalistas acabam, por uma questão de afinidade ou proximidade ou falta de coisa melhor mesmo, namorando colegas jornalistas. Outros ficam encalhados. Há quem acredite que é melhor estar encalhado do que num relacionamento com outro jornalista, mas eu não concordo. Todo mundo sonha ter alguém ao seu lado, para beijar, abraçar, ir ao cinema e, no caso dos jornalistas, para ler sua matéria e dizer se ficou boa ou ótima.

Festas de jornalista têm o maior número de gente encalhada por metro quadrado do planeta. Nunca reparou, não? O Globo Repórter, que adora falar de animais exóticos, bem que poderia dedicar um programa só para falar dos jornalistas encalhados.

As razões para o “encalhe” de um jornalista são bem variadas. A mais comum é o encalhado trabalhar muito e não ter tempo para o amor. Os desempregados têm tempo, mas não têm dinheiro para o amor. Há também os chatos, que são muitos, e os superexigentes. Quem gosta de fazer só matéria de primeira página não se contenta com qualquer notinha de rodapé.

Muitos jornalistas ainda são vítimas do mal de Cinderela sem final feliz. O pretendente imagina que, por ser jornalista, ela é rica e trabalha na Globo. Estão numa festa. Ela pensa “que cara lindo, é hoje que eu desencalho”. Ele pensa “caraca, é hoje que eu como uma famosa da TV”. Mas então dá meia-noite e ela diz que precisa ir embora correndo, porque trabalha da uma às oito da manhã clipando matérias numa agência de assessoria. E o encanto se acaba.

Você, que está encalhado ou encalhada ou tem algum amigo com este status, vai então perguntar: temos salvação? Ou estamos condenados a virar um iPad 1, sem o menor atrativo? A solução é bem simples. Sério. Se você é um jornalista que trabalha muito e não tem tempo para nada, ache um tempinho, porra! Pode ser aquele momento que você passa ao lado da máquina de café da redação. Grandes histórias de amor começam ao lado da máquina de café da redação. O cinema ainda não descobriu estas histórias, mas elas existem.

Se você está desempregado e sem dinheiro, convide a pessoa amada para ver um ciclo de filmes búlgaros gratuito. Os filmes são tão sacais que vocês vão poder passar a sessão inteira se beijando. Se você é superexigente, aprenda que as matérias menores podem ser tão ou mais prazerosas que uma matéria de capa. Agora, se você é chato, o que eu posso dizer? Se você é chato, tem mais é que ficar encalhado mesmo. Jornalista chato é um porre.



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37 comentários:

Laryssa Machado disse...

hsushssu
pura verdade

Hélia disse...

Então estamos tds perdidos... Jornalista chato é pleonasmo!

Renata Andrade Chamilet disse...

Ah gente! Bora ser jornalista cultural! Adorei o texto! E aí, tá solteiro?! rs

Ludmila Miranda disse...

Minha mãe sempre diz que eu vou acabar encalhada igual a essas jornalistas de filmes. Que eu só vivo pro trabalho, blablablá. No fundo ela tem razão.

Ludmila Miranda disse...

Minha mãe vive dizendo que eu vou terminar igual essas solteironas dos filmes: que são super bem sucedidas na vida profissional, mas são uns fracassos na vida pessoal. Temo que ela tenha razão.

Dryckalu disse...

Muito Bom! nada mais que a verdade! hahaha

Sílvia disse...

Oi. Não sou jornalista mas me divirto muito com seus posts. Gosto de te ler. Você é muito bom! Obrigada.

Zico Deolindo disse...

puts!!O o Jornalista tá encalhado mesmo heim! póh//

Duda Rangel disse...

Encalhados e encalhadas, ainda há esperança. Sorte a todos.
Sílvia, legal saber que mesmo não sendo jornalista, você gosta dos textos do blog. Obrigado pela mensagem.
Abraços!

Maiara Mei disse...

Gentch!! Que os encalhados sem tempo usem esta página para se encontrarem!

Tassia Menezes disse...

Ainda bem que já arrumei alguém!

Indaiara Oliveira disse...

óó Deus, será que estou condenada a ser um IPad 1? rsrs

Anônimo disse...

Mais uma vez parabéns pelo texto! PS: Estou no quadro dos desempregados... Fé em Deus essa fase passa e vem o amor.

sem nome disse...

sabe aquela vontade de ser jornalista desde criança ? eu tinha.
depois de ler seus posts, eu JURO que eu desisti.
hoje eu faço edição de publicidade (o que é chato pra caralho),mas nas horas vagas contrabandeio samambaia gato angorá e aquele "ar" que vem dentro da batata ruffles.
to encalhada do mesmo jeito.
nao deve ser merito da profissao.

:)

Greiza Tavares disse...

Poxa, ainda estou na faculdade e já tenho esse problema!(rs)Será que tenho solução, ou a tendência é piorar,Duda?

Mulherada disse...

Gostei muito do texto. Não sou jornalista, mas pelo o que escuto de minhas amigas, a realidade é essa. Espero que não esteja mais abandonado pela mulher, mas se estiver, arranje um tempo, porra! Rs... Hoje em dia até um post no Facebook já é uma grande prova de amor!

Bjs

Duda Rangel disse...

Duda, minha xará, adorei o contrabando de samambaia, gato angorá e aquele "ar" que vem dentro da batata ruffles. Genial!
Greiza, vou rezar pra que teu caso tenha solução. Mas vou ter que rezar muito.
Indaiara, também torço pra você não virar um iPad 1.
Mulherada, a cornitude me ensinou muitas coisas. Obrigado pela mensagem de apoio.
Abraços a todos.

Anônimo disse...

kkkkk


"Empresa de clipagem..." ¬¬'
Malditos sejam.

Marinha Luiza disse...

Putz! Não tô encalhada, mas namoro com um jornalista. Ou seja, somos um casal muito chato! :P

Duda Rangel disse...

Marinha, pelo menos os jornalistas têm mais chances de se entenderem. Beijo.

Aida Polimeni disse...

Putz, essas regras também valem pra redatoras publicitárias? Tô precisando de uma for ça, Duda (ou de uma história na maquina de café, quem sabe?).

Duda Rangel disse...

Aida, invista nas histórias na máquina de café. Elas funcionam, acredite!

Vanessa disse...

Oi, Duda.

Sou jornalista, trabalho na Globo, mas não sou rica. Ah, estou encalhada..hahahaha.. Deve ser porque trabalho demais. Amei o post

Rafael Oliveira disse...

HHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Muito bom este post, não sou jornalistas e posso garantir que os superexigentes tb existem em outas profissões e os que se iludem por vc ser jornalista da Globo, também pode acontecer quando se é advogado, médico, administrador [meu caso!] etc

Parabéns pelo texto, excelente!
[estou morrendo de rir até agora!]

Faço um convite para o meu Blog: www.noveideias.blogspot.com

abraços!

Duda Rangel disse...

Vanessa, essa coisa da Globo faz parte do imaginário do povo. hehehe. Obrigado pelo carinho.
Rafael, valeu pela mensagem. Visitarei seu blog! abraços.

Raiza Oliveira disse...

às vezes penso que esclhi jornalismo POR ser encalhada. mas é só uma teoria. Você é ótimo!

Blog do Quaresma disse...

Trabalhei por quase cinco anos em redação de jornal aqui no Amazonas. O que disse neste pequeno ensaio foi o que vi durante essa temporada. Minha esposa é jornalista. Por sorte não a conheci na redação. Se isso tivesse acontecido, quem sabe hoje amarguraria a minha participação nos índices de encalhados que nos mostra com seu texto.

Bianca disse...

"Pode ser aquele momento que você passa ao lado da máquina de café da redação. Grandes histórias de amor começam ao lado da máquina de café da redação. O cinema ainda não descobriu estas histórias, mas elas existem"
Lá na Editora Alto Astral, a minha começou exatamente assim... Mas não com um jornalista, com um desenvolvedor que subia até a redação pra tomar café comigo. =)

Carolina disse...

Eu não quero virar um iPad!!!

Duda Rangel disse...

Raiza, entendo: é só uma teoria.
Quaresma, valeu por compartilhar sua história.
Bianca, o café é poderoso mesmo.
Carolina, muita calma nessa hora. Acredite: você não vai virar um iPad.
Abraços.

Flavia Marques disse...

adorei!

Lívia Almeida disse...

Oh, meu Deus!! Pura verdade!! To investindo muito em arranjar tempo, nos nfilmes bílgaros, vai que cola!!!

Hauhauhauhau

Joaquim disse...

Nem vou mostrar essa postagem pra minha namorada. Sou estudante ainda e Chato é o adjetivo mais comum entre os que eu conheço.

Se a influência for forte...
(risos)

Ana Cláudia Matias disse...

Gostei do texto.... Algum jornalista ( homem) encalhado aí? Levanta a mão \o/.De repente as redes sociais nos desencalhem...Sou a "jornalista" chata, de acordo com o texto... formada em jornalismo, mas não exerço a profissão até já desistí da idéia. Uso as minhas habilidades com línguas trabalhando como secretária, professora, tradutora, tudo menos jornalista.
Batí o pé com meu pai q era o q eu queria enquanto me preparava para o vestibular mas vejo q o jornalismo é meio utópico.BEM Q MEU PAI DIZIA, FAZ MAGISTÉRIO, PROFESSOR NÃO FICA DESEMPREGADO. E, não fica mesmo! Os concursos tem mais vagas, há concursos para contrato temporário, e tudo mais.
NÃO SEREI A GLÓRIA MARIA, NEM A FÁTIMA BERNARDES, mas uma jornalista como outro profissional qualquer q rala para conquistar o espaço no mercado. Viva o concurso público, é para este lado q estou me atraindo,estabilidade e salário, afinal de contas as contas não PARAM. Falando nisso meu telefone está atrasado está atrasada caí.

Henrique Avelino disse...

A única história de amor que tenho visto nascer próxima a maquina de café é a da cafeína com o sistema neuronal do jornalista. A vida tá um plantão de sábado a noite!

Seccon disse...

Ser um desgraçado e feliz não é pra qualquer um. Ora, até os chatos merecem um par!

Duda Rangel disse...

Obrigado a todos pelas novas mensagens. E força aos encalhados. Abraços.