quarta-feira, 14 de setembro de 2011

10 dicas para um jornalista pedir emprego por e-mail sem queimar o filme


1. Jamais comece o e-mail com “venho por meio deste”. Porra, isso é mais clichê do que epitáfio iniciado com “aqui jaz fulano de tal”. A frase pronta mostra falta de criatividade ou que você se baseou numa antiga carta de apresentação do seu avô para redigir a mensagem.

2. Formalismo é um saco, mas gírias e linguagem de internet também não combinam com este tipo de e-mail. Nada de “vc”, “aki” ou “naum”. Nem “trampo”, pelo amor de Deus.

3. Erro de português rende eliminação imediata. Tome muito cuidado para não escrever certas aberrações, como “esperiência proficional”. É legal também seguir o novo acordo ortográfico, mesmo que você ainda seja apaixonado pelo acento em “ideia”.

4. Gerúndio: é bom estar evitando. A vaga não é para operador de telemarketing.

5. E-mail-padrão para enviar a um monte de gente individualmente sempre traz o risco de você escrever “prezado senhor Maria Clara”. Por mais que hoje a questão do gênero esteja muito diversificada, isso ainda será visto como erro de concordância. Ou desleixo.

6. Mandar um e-mail a um grupo de jornalistas, com todos os endereços eletrônicos abertos, é queimar ainda mais o filme. Pedido por atacado é bem desagradável. Você pode receber uma resposta ainda mais desagradável, com todo mundo copiado.

7. Seja sincero com seus sentimentos. Sempre. Se você não gosta de assessoria de imprensa, não escreva que “ama ser assessor de imprensa” só para conseguir a vaga. Esqueça compromissos de fachada. Ou terá um divórcio traumático em bem pouco tempo.

8. Seja conciso. Textos longos e cheios de detalhe são ótimos para cartas de suicídio, mas não para prospecção de trabalho. Foco no seu objetivo atual. Deixe para ser prolixo quando decidir cortar os pulsos. Provavelmente por não conseguir um emprego.

9. Anexo é uma espécie de doença venérea. As pessoas morrem de medo de contaminação. Mande o currículo sempre no corpo da mensagem. E, claro, mande um currículo breve. Não interessa ao editor saber que você foi líder dos escoteiros na infância.

10. Nunca se refira à empresa a qual você está pedindo emprego com elogios ou adjetivos exagerados, como “adoraria trabalhar neste prestigiado e renomado jornal”. Isso soa falso, mais falso do que a Claudia Leitte cantando em inglês.


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22 comentários:

Adalberio Mota disse...

Duda, seus textos são ótimos!!!!!! É sempre um melhor do que o outro. Abraços.

Guta Brandt disse...

Rsrsrsrs, MUITO BOM, Duda!! E, devo confessar, eu ainda sou apaixonada pelo acento em "ideia"! uahuahauhauhaua :P

Anônimo disse...

Muito bom! Vai me ajudar muito, pois tem muitos erros aí no texto que cometia antes, que agora irei tratar de cuidar.
Parabéns pelo blog, Duda!

Sucesso!

abraços

www.daianavlopes.blogspot.com

João Damasio disse...

Mandou bem, de novo, seu Duda... pra variar...
A do gerúndio me fez gargalhar, todas me fizeram rir.

Leandro Silva disse...

Você sempre se supera. É incrível!!!!

Gisele disse...

A 3 me faz lembrar os CVs que chegam aqui pedindo emprego de acessor de imprensa. Eu choro, sério.

Suzana Matias disse...

Ahaaaaa... Pelo menos para pedir emprego eu presto!
Não cometi nenhuma dessas gafes.

Pena que ainda não tenha rolado nenhuma entrevista.

Oh profissão difícil, viu!? rs

Duda Rangel disse...

Espero que as dicas sejam úteis. Muito agradecido por todos os comentários. Aquele abraço.

A Viajante disse...

Adorei, Duda! De tão pedagoga que sou, ainda morro jornalista! Dicas valiosas e hilárias! Bj

Luís disse...

Cara, sou editor de um jornal. São inacreditáveis alguns currículos que eu já recebi. Um me identificava como o editor do jornal concorrente; um outro mandou tudo em inglês com a observação "posso enviar em português, se você quiser" e um outro, muito espirituoso, colocou no subject "seu próximo repórter". Mas a maior piada são os currículos em si... Se eu pudesse dar uma dica, seria: coloque logo no começo, abaixo da faculdade onde vc estudou, sua experiência profissional. Mesmo que seja no jornalzinho do bairro, no site da ONG, etc. Nada de cursos, palestras e congressos. Na redação esses certificados só vão servir para juntar poeira mesmo.

Duda Rangel disse...

É, Luís, vida de editor não é mole, não.
A viajante, valeu pela mensagem.
Abraços.

Anônimo disse...

Na mosca.Ai de quem ler essas recomendações e deixar de cumpri-las.

Anônimo disse...

kkkkk pior é quando o editor responde com erros de português. já recebi um e-mail perguntando qual era a minha "pretenção" salarial. QI (Quem Indica) é isso aí, minha gente, um monte de analfa em cargo bacana e vc, q leu até bula de remédio desde a infância, procurando emprego pra ganhar uma merreca!

Juliana Cunha disse...

DUDAAA!

VOCÊ É O MÁXIMO!

ADDOOORROO!!!

Juh

Anônimo disse...

Gisele, você precisa aprender a escrever assessor de imprensa!!!

Você colocou "acessor". Isso é só uma dica para que você não cometa o mesmo erro quando for procurar emprego!

Um abraço!

Anônimo disse...

E as dicas para conseguir um estágio Duda? hauhauahuahu

Duda Rangel disse...

Juh, brigadão pela mensagem.
Anônimo, a sugestão tá anotada. Valeu.

Wallikson Barros disse...

Kkkkkk... Ótimo textoo...
O Duda.. Faz um texto como pedir aumento salarial... hahahah Obrigado e sucesso!

Duda Rangel disse...

Legal, Wallikson, sugestão anotada. Valeu.

Anônimo disse...

Melhor mesmo o cara anônimo que não entendeu que a Gisele escreveu 'acessor' de propósito.

Outra dica: compreensão de texto, além de cumprir a boa ortografia!

Kathy* disse...

Eu ainda sou apaixonada pelo acento em ideia!!

d20m06 disse...

Grande Duda! Seus comentários vão ajudar pessoas "anciosas" que escrevem currículos "rediculos"!

hehehe