sexta-feira, 22 de julho de 2011

Histórias de quem consome o Jornalismo


Seu Zé se atualiza sobre as maracutaias de Brasília pela rádio. Precisa de assunto para conversar com os passageiros de seu táxi.

Lúcia lê o horóscopo assim que abre o jornal. Não passa um dia sem se enganar.

Orlando não sai para o trabalho de manhã sem antes ouvir o bom dia da Renata Vasconcellos. E, claro, o da sua mulher também.

Dona Maria liga a TV no fim da tarde para ver a filha falar de ações preferenciais e ordinárias e derivativos e commodities. Não entende porra nenhuma, mas adora este ritual.

Quim, também conhecido como “o português da banca”, dá uma olhadela nas manchetes dos jornais populares e pendura os mais toscos na lateral da banca. Pro povão se deliciar.

Érica compra revistas de Saúde e Fitness para conhecer as novas dietas da moda que ela não vai fazer. Porque odeia dietas.

Ricardo se inspira nas crônicas do Verissimo para manter vivo o sonho de ser escritor.

Isabel lê todas as matérias sobre cinema asiático e artes plásticas. Para comentar com as amigas no almoço. E fingir que é culta.

Indignado com o trânsito, Paulo liga na rádio de trânsito. Só para ficar um pouco mais indignado.

Silmara, a cabeleireira, deixa a TV de seu salão ligada e sem som. Fica suspirando pela buniteza do apresentador do jornal.

Antes de ir para o canteiro de obras do metrô, Juraci pára na banca do Quim. Solta um “eita, danado” quando lê sobre o marido corno que fez picadinho da mulher.

4 comentários:

Talita Ramos disse...

Parabéns! Sensacional como sempre, e me fez sorrir como sempre =D

Cor de Rosa e Carvão disse...

Duda, fiquei curiosa, e de qual história tu ajuda a construir?

Érison Martins disse...

No final das contas, são essa figuras que nos fazem se sentir útil nessa profissão...

Duda Rangel disse...

Talita, e eu agradeço como sempre. Valeu.
Cor de Rosa e Carvão, ultimamente, não tô ajudando a construir história nenhuma...:)
Érison, sem dúvida.
Abraços.