1. Seja na avenida, num baile de salão ou atrás de um trio elétrico, fuja das perguntas óbvias quando entrevistar um folião. Pelo amor de Deus, nada de “muita alegria?” ou “curtindo o carnaval?” ou ainda “e essa energia tem hora pra acabar?”.
2. Evite os personagens manjados, como o gari que samba feliz; o rapaz que sofre para empurrar o carro alegórico, mas faz isso pelo amor à escola de samba; ou a tiazinha na arquibancada do sambódromo que não perde o pique apesar da chuva.
3. Entrevistar um carnavalesco não é missão fácil. Para se ter uma dimensão da encrenca, esse povo tem o ego maior do que o de nós, jornalistas. Seja cauteloso nas perguntas para não magoá-lo e correr o risco de presenciar um dos maiores pitis de sua vida.
4. Se entrevistar subcelebridades em bailes, na concentração ou em camarotes de cervejaria, cheque o nome da pessoa antes de entrar ao vivo na TV. E tente falar apenas com gente interessante. Não caia na lorota dos “projetos artísticos sigilosos”.
5. Não se revolte se esbarrar numa Carla Perez trabalhando como repórter ao seu lado. Pensamentos ruins como “nosso diploma não vale nada mesmo” ou “poderia ter gastado a grana da faculdade numa lipo” só vão atrapalhar a sua concentração.
6. É fundamental ter cuidados com a voz. Fazer perguntas gritando num local barulhento deixa qualquer um rouco. Neste caso, não é considerada prática antiética levar a boca para bem perto da orelha do entrevistado. Mas sem enfiar a língua, ok?
7. Prepare-se para todo tipo de adversidade – chuva, sol, altos decibéis de música sem parar, cheiro insuportável de mijo nas ruas, cantadas de baixo nível e, claro, piadinhas como “aí, jornalista, trabalhando no carnaval! Se fodeu, hein?”.
8. No dia da apuração do bloco especial, é conveniente trabalhar com protetores de cabeça e maxilar (como os de pugilistas). Apuração é sempre um tumulto de repórteres querendo falar com o presidente da escola campeã ou rebaixada.
9. Se você odeia samba ou axé, cobrir o carnaval ouvindo rock é uma ótima dica. Só não se esqueça de tirar os fones do ouvido na hora de uma entrevista. Uma desintoxicação pós-festa (não ouvir Ivete Sangalo durante a quaresma) também é uma boa.
10. Se você é casado, nada de ficar ligando pra casa a todo o momento pra saber se sua mulher ou seu marido está se comportando. Relaxe! E por que não prestar atenção na diabinha safada ou no bombeiro musculoso à sua frente? Afinal é carnaval.
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
10 dicas para uma boa cobertura de carnaval
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3 comentários:
- d20m06 disse...
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Se você percebeu que a fantasia de destaque não está dentro do enredo, fique calado!
Senão, voarão penas e purpurina pelo asfalto! hehehe - 4 de fevereiro de 2013 às 11:31
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... e, claro, piadinhas como “aí, jornalista, trabalhando no carnaval! Se fodeu, hein?”. HAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAH O MELHORRRRRRRRRRRR!
- 4 de fevereiro de 2013 às 22:25
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A 5 e a 10 mataram a pau! hahahaha
- 6 de fevereiro de 2013 às 16:08
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