O intervalo chega ao fim. O apresentador de TV ajeita a gravata segundos antes de seu programa jornalístico voltar ao ar. Em programa ao vivo não se pode vacilar. Mas ele é um cara experiente, não erra. O programa volta. Momento importante. Momento do testemunhal. No teleprompter, o texto sobre a empresa X, previamente preparado, é lido pelo apresentador, com ar de credibilidade. Dois minutos depois, o testemunhal acaba e emissora e apresentador estão um pouco mais ricos.
A história do testemunhal se repete por meses. Neste período, a empresa X é citada várias vezes no noticiário do programa. Curiosamente, sempre de forma positiva.
Até que, num certo dia, o apresentador começa a descer a porrada na empresa X. Faz duras críticas no ar, ao vivo. Chega a pegar pesado. Cadê o respeito com o consumidor?, cobra, em frente às câmeras. Fim do bloco, intervalo. O apresentador solta a gravata e coloca um sorriso leve no rosto, antes sisudo por tanta indignação com a empresa X. Passa pelo diretor e comenta: “Quero só ver se eles não vão voltar a pagar o testemunhal rapidinho.”
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O testemunhal
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3 comentários:
- Unknown disse...
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hahaha é a vida neh.
- 8 de fevereiro de 2010 às 17:13
- Thays Petters disse...
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a verdade nua e crua!
- 9 de fevereiro de 2010 às 15:03
- Duda Rangel disse...
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É, minhas amigas, a realidade não é tão bela mesmo...Beijos!
- 17 de fevereiro de 2010 às 15:30
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