sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Esse tal networking


Com a desculpa de rever os amigos e pôr as fofocas em dia, voltei à redação do jornal em que havia trabalhado por anos. O objetivo, na verdade, era fazer o famigerado networking, de olho em alguma indicação para um novo emprego. Meu ex-chefe, aquele mesmo que me mandou embora, continuava por lá, sempre com o jeito bonachão, gente boa, mas com um olhar que não escondia sua alma de carrasco. Apesar do choque nada agradável com parte do meu passado, estava confiante.

Fomos almoçar no restaurante do jornal. Desabituado ao velho menu da firma, que antes me trazia enjôos, até achei a comida boa. Mas descobriria mais tarde que aquela suculenta feijoada não me cairia bem. Bom, pelo menos, desta vez, não descontaram a refeição do meu salário. Meus amigos cuidaram da conta. A conversa começou animada. Nada mais gostoso do que falar mal da vida alheia. Quem está pegando quem, os novos casados, os recém-separados, a nova safra de estagiárias. Os jornalistas não seriam tão bem-informados sem o almoço com os coleguinhas, o fumódromo, o cafezinho...

Mas como jornalista adora uma desgraça, fiquei sabendo também como andava o trabalho no jornal, a redação cada vez mais enxuta, o acúmulo de funções, o temor de um novo passaralho. Diziam que a preocupação era geral, em todas as redações. Desemprego. Salários atrasados. Ameaça de greve. Deixei a velha redação pensativo e um tanto angustiado. Que merda de networking eu fiz!!! Voltei para casa com apenas uma certeza: não esqueceria aquela feijoada tão cedo.

5 comentários:

Anônimo disse...

kkkk...pior eh a kra de falsa piedade d alguns que acham estar por cima da carne seca!

E qto as indicações, hj nem mesmo os maiores pistolões estão redendo...nem um tiro de raspão p/ um quase emprego conquistado!

Anônimo disse...

Li sobre seu blog na seção de cartas da piauí. Acessei e fiquei com mais medo ainda do que o meu futuro, enquanto jornalista, me reserva. Bem que minha mãe me mandou cursar farmácia. Lástima!

Ewerton Martins disse...

Duda, esse blog está bom demais, principalmente para mim, foca nova. Leio desde o começo e acho mara.

E eu, como assessor de imprensa (do bem, que fique dito), fico feliz por você ter me reservado o limbo-vidinha-classe-média. De minha parte, não aspirava a mais que isso quando de minha morte. Ou seja: está tudo na mais perfeita.

No mais, boa sorte com o Nestor.

Júlia Ourique disse...

Hehehe procurar por indicação é um saco... eu já tentei e resolvi coçar o saco imaginário esperando um emprego cair do céu (desde que céu seja e-mail). Dê em cima do empregador... me disseram que é uma boa... não sei se é pq sou menina... mas você pode tentar xD
E é isso ae, proporcione ao Nestor ótimos momentos de pai e filho... não o deixe sentir toda a tensão de uma separação...

T disse...

Hahaha! Incidente da Feijoada.