sexta-feira, 18 de março de 2011

Guinness Book das redações brasileiras


O carioca Robério Madureira é o jornalista que fez o maior número de perguntas em uma única coletiva de imprensa lotada de repórteres: 12. Robério só não foi além em sua façanha, porque foi contido por repórteres enfurecidos, que imobilizaram o falastrão e enfiaram um pano com éter em seu nariz. Robério perdeu o resto da coletiva, desmaiado entre os cabos dos microfones, mas entrou para o Guinness.

O paranaense Teobaldo Chaves é o jornalista que mais tempo trabalhou sem folgas. Em 2002, emendou importantes coberturas, como a Copa do Mundo, a eleição presidencial e a posse de Paulo Coelho na ABL. Foram 120 dias seguidos. Além de ter o nome registrado no livro dos recordes, Teobaldo recebeu do chefe uma quarta-feira livre para descansar e um tapinha nas costas. Ele ainda aguarda o pagamento das horas extras.

O paulista Laércio Maia é o repórter que conseguiu almoçar em menos tempo durante uma pauta. Em 2009, levou 19 segundos para devorar duas coxinhas de frango com molho de pimenta. O recorde anterior era de outro paulista, que, em 2004, demorou 21 segundos para comer três bolachas cream craker com um copo de água. Laércio busca agora uma nova marca: comer um prato de escondidinho de salsicha em apenas 15 segundos.

O mineiro Juvenal de Oliveira é considerado o maior “Zé Mané” da imprensa brasileira. São registrados 30 anos de sapos engolidos ao longo da carreira. Juvenal já aceitou, por exemplo, ser mandado embora e recontratado como PJ, receber salário com atraso, fazer matéria política chapa-branca a pedido do diretor de Redação, enviar texto para entrevistado aprovar, cobrir show do Latino, do KLB, da Vanusa.

A reunião de pauta mais longa que se tem notícia aconteceu num jornal da Bahia, em 1982: foram 16 horas de muita reflexão acerca do “posicionamento da imprensa enquanto veículo de comunicação social em relação à problemática da divulgação de fatos noticiosos sensacionalistas à sociedade”. A reunião só acabou porque era preciso fechar o jornal. O problema foi que não havia matérias para a edição do dia seguinte. Depois disso, a direção do jornal decidiu que trocaria as redes de balanço por mesa e cadeiras na sala de reunião. Ou não.

A gaúcha Bia Spidermann é a dona do maior lead. Em 1994, precisou de 25 linhas para dar conta daquele negócio de “o que, quem, quando, onde, como e por quê”. Nunca foi batida por outro jornalista, embora existam muitos tentando por aí. A Associação Brasileira dos Jornalistas que Fazem Manuais de Redação a tachou de doente. Há dois anos está internada em uma clínica de reabilitação para repórteres viciados em nariz-de-cera.

18 comentários:

Laryssa Machado disse...

Meus Deus
"Depois disso, a direção do jornal decidiu que trocaria as redes de balanço por mesa e cadeiras na sala de reunião. Ou não", não sei se achei absurdo ou mt engraçado.

Depois de ler esse post, me contentei em almoçar em 8 minutos, para não entrar atrasada no emprego, e ainda não trabalho na área.

Adoro esse blog

adrivaladares disse...

PERFEITO! SENSACIOANAL!!
"Ainda aguarda o pagamento das horas extrsa"
... Ai ai...
Tão mais comum do que imaginamos!!
Duda, você arrasa sempre!! Incrível!
Parabéns!!

Ingrid Bravo disse...

Trabalho todo o dia na Assessoria de Comunicação e Marketing de uma Escola aqui da minha cidade.

O trabalho é corrido e extremamente prazeroso, apesar dos pesares.

Durante o meu dia, sempre tem o momento "ler os posts do blog do Duda Rangel".

Parabéns, o de hoje foi, novamente, fantástico. Almoçar correndo em super segundos, coletivas de imprensa.. tudo aquilo que faz parte do nosso dia a dia, e de uma forma bem-humorada.

Jéssica Nayanne disse...

Prazer, me chamo Laércio Maia

João Damasio disse...

Incrível é como consegue essas histórias de tantos perfis de lugares diferentes.
Este post poderia ser apresentado na academia como "o que não fazer no dia-a-dia de jornalista".
Acho que vou levar a ideia na minha turma. E quando me formar não quero estar nesse Guinness Book ai não... haha.

Eduardo Amaral disse...

Acho que só escolhemos esta profissão em busca da Grande Matéria mesmo, sonho de todo estudante de jornalismo e todo o veterano na profissão. A Grande Matéria compensará as noites mal dormidas, os chefes lacaios, os estágios em assessoria de imprensa, a falta de grana, as horas-extras não recebidas, os textos cheios de clichê. Tudo só pela Grande Matéria, porque pelo salário não pode ser.

Larissa de Assis disse...

hahahaha sua criatividade é uma motivação...o pessoal do meu facebook morrem de rir dos seus textos, até mesmo os que nao s]ao jornalista, afinal, brasileiro que e brasileiro ri da desgraça dos outros huksahska Abraçao!!!

Alexandre Santos disse...

Só uma definição para você, Duda: surpreendente. Sem mais.

Anônimo disse...

Duda, você é sempre demais! Grande abraço e parabéns!

Elisandra Amâncio disse...

Hahahahaha não sei se dou risada ou se choro! Duda, você é o tipo de "blogueiro" que se supera a cada post. Parabéns!

Claudia Yoscimoto disse...

Genial!! hahaha

fernanda disse...

duda...
como é maravilhoso engolir essa risada que seu blog me causa, aqui no meio do trabalho. sou sua fã faz tempo, mas hoje não resisti (e meu chefe tá de férias).
beijos

Duda Rangel disse...

Valeu pelas mensagens! E fiquem à vontade para registrar neste espaço suas façanhas. Jornalistas têm muitas histórias dignas de Guinness Book. Abraços.

yago Sales disse...

Dudaaaa, precisa sair de frente do pc, e, iniciar uma escalada de palestras pelo Brasil.

Estou esperando-o aqui em Goiás...
Yago Sales, 17 anos. Ainda resisto ao querer de ser jornalista.. )):

yago Sales disse...

Dudaaaa, precisa sair de frente do pc, e, iniciar uma escalada de palestras pelo Brasil.

Estou esperando-o aqui em Goiás...
Yago Sales, 17 anos. Ainda resisto ao querer de ser jornalista.. )):

Duda Rangel disse...

Olá, Yago. Talvez um dia a gente se encontre em Goiás. Tenho muitos leitores no Estado e será um prazer fazer uma visita a vocês. Abração.

Pedro Cindio disse...

Gênio da literatura moderna. Não estou sendo irônico, falo sério!

Duda Rangel disse...

Exagero, rapaz. Mas agradeço o elogio. Abração.