terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pequeno ensaio sobre as brochadas do jornalista


Todo jornalista já brochou. E não adianta dizer que isso nunca aconteceu com você, porque aconteceu, sim.

Uma brochada clássica é quando a matéria cai pouco antes do fechamento. Todas aquelas preliminares – apuração benfeita, cuidados com a língua (portuguesa), o outro lado –, mas a pauta já era. Porque o anúncio é sempre mais importante. Aí bate aquela sensação de fracasso, de ser um jornalista pela metade.

Para piorar, o editor coloca a mão no seu ombro e diz: “Tudo bem, acontece; na próxima vez, a pauta rola numa boa”. Piedade é algo ainda mais brochante para o brocha.

Existem muitas outras formas de um jornalista brochar. Chegar a uma boca-livre achando que só vai encontrar canapé de salmão com damasco e dar de cara com enroladinho de salsicha é muito deprê, não? E matéria institucional? Como se excitar ao acompanhar a sensacional visita do cônsul da Eslováquia à redação de seu jornal?

Tem também o jornalista que sonha fazer parte de uma grande cobertura internacional e então são divulgados os nomes de quem vai viajar e ele tem certeza que está na lista e o nome dele não está na lista. Todas aquelas aulas extras de inglês serviram pra quê?

E ver um erro feio de português ou de informação que você cometeu impresso no jornal? Quer impotência maior que essa? Querer corrigir o que não se pode mais corrigir. Só o tempo para curar.

Agora, o maior atentado contra o tesão de um jornalista é, sem dúvida, receber o contracheque no fim do mês. Brochada-mor, a brochada das brochadas! E não existe remedinho azul que dê jeito. É muito foda, ou melhor, não é foda. Sei lá o que é. Nessas horas o melhor é beber alguma coisa bem forte. E relaxar.


Mas o jornalismo também tem um lado excitante.
Releia: 20 formas de um jornalista sentir um orgasmo
 

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4 comentários:

Daniela Gomes disse...

Gostei muito do post..

Duda você podia fazer um post com os blogs dos seguidores pra gente sair clicando e se conhecendo.O que você acha?

Duda Rangel disse...

Oi, Dani. O blog não tem lista de links. E nem teria condições de divulgar todo mundo. Prefiro não ser injusto com ninguém. Mas valeu pela mensagem. Abração.

Bruno Moreira disse...

Duda, acrescenta-se à lista quando a matéria sai com o nome de outro repórter.

Duda Rangel disse...

Boa, Bruno.