segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dependência


O que seria do correspondente internacional sem a Reuters? Do pauteiro da Sonia Abrão sem as merdas do Rafael Ilha? Do fim do mês sem os frilas? O que seriam das minhas noites viradas de textos pra amanhã cedinho sem o vício do café? Das pautas impossíveis sem fé? Das filosofias de botequim sem os jornalistas de botequim? O que seria do furo sem o faro? Da estagiária ambiciosa-incompetente-mas-gostosinha sem o editor-executivo que adora estagiárias-ambiciosas-incompetentes-mas-gostosinhas? Do crítico musical sem a palavra visceral? O que seriam das mesas-redondas esportivas sem os erros do juiz? Do fotógrafo no vermelho sem os bicos corporativos e os casamentos e as festinhas infantis? Do repórter arrumadinho que aparece na TV sem o produtor faz-tudo que não aparece na TV? O que seria da Rádio SulAmérica Trânsito sem os 439 quilômetros de congestionamento de Sampa? Do analista econômico sem o economês? Do currículo do foca sem as trapaças da Times corpo 16? O que seria do repórter sem o tesão de ser repórter?


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terça-feira, 12 de agosto de 2014

10 dicas para ser um bom jornalista


Tenha paixão pela profissão: ok, amor não enche barriga, já disse mil vezes seu pai, mas paixão é envolvimento, é o que nos impede de desistir nos primeiros, sei lá, 200 obstáculos.

Resgate a essência do jornalismo: curiosidade, investigação, responsabilidade na apuração e na divulgação das informações, essas coisas que há tempos resolveram sair de moda.

Sinta orgulho de ser jornalista: cague geral para os rankings desgracentos que têm os jornalistas sempre no topo. Se você não tem orgulho do que faz, melhor pedir para sair.

Use os recursos tecnológicos para o bem: tecnologia é como colesterol, tem a boa e tem a ruim. A ruim nos deixa preguiçosos, a boa nos permite voar cada vez mais alto.

Não espere respostas prontas sobre seu futuro: sim, jornalistas são os caras que fazem as perguntas, mas no quesito “seu próprio futuro” o que cabe a você são as respostas.

Seduza seu leitor: deixe-o apaixonado por seu texto, com vontade de novos encontros. Nada como a arte da conquista à moda antiga.

Busque sempre: histórias incríveis, personagens invisíveis, momentos risíveis. E jamais bote no seu texto uma rima tosca como essa que eu acabei de botar.

Arrisque uma linguagem diferente: esqueça os leads, as regras, os dogmas. Pegue a velha receitinha de jornalismo sempre fácil de fazer e jogue no lixo. Não reciclável, claro.

Não agonize junto com as mídias tradicionais: há vida jornalística após a morte do jornal impresso. Tá me ouvindo? Enxugue essas lágrimas já. Tem um mundo novo bem aqui.

É bom levar uma vida saudável, mas um porre vez ou outra é ótimo: a alma jornalística carece de purificação. Mas se beber não dirija, nem agende uma entrevista importante.


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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

10 micos de um jornalista no Facebook


1. Postar selfies tietando entrevistados famosos.

2. Entupir a timeline dos amigos com pedidos de personagens para matérias.

3. Publicar intimidades jornalísticas impublicáveis, como o salário de repórter, e acabar sofrendo bullying virtual.

4. Ler uma informação falsa de uma página falsa e, a partir dela, escrever uma matéria falsa, acreditando ser tudo verdade.

5. Curtir a publicação da própria matéria. Aquela que ninguém curtiu.

6. Transformar o Facebook no seu grande pauteiro. Há vida também fora das redes sociais.

7. Dar uma opinião desnecessária só por achar que jornalista deve ter opinião sobre tudo.

8. Marcar 500 pessoas na porra da opinião desnecessária.

9. Encher o saco dos amigos para jogar Freela Heroes Saga.

10. Postar a foto do filé mignon ao molho madeira a ser devorado numa boca-livre.


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