Com o apoio dos meus dois personal assessores de imprensa, eu, Duda Rangel, terei um bate-papo com estudantes e jornalistas de Manaus no próximo dia 30 de abril (terça-feira), às 19 horas. O evento será no Teatro UniNorte (Avenida Joaquim Nabuco, 1.469, Centro, ao lado da Unidade 6 do Centro Universitário). Apareçam!
Vou falar sobre a vida de jornalista, os desafios da profissão, o blog Desilusões perdidas e sobre um monte de outras coisas, como a disputa entre o jornalista de redação e o assessor de imprensa, também conhecidos como “Caprichoso” e “Garantido”.
Logo após o bate-papo, haverá o lançamento do livro A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel no próprio teatro, e uma sessão de autógrafos, com caligrafia de jornalista, ou seja, cheia de garranchos.
Os ingressos podem ser encontrados na Livraria Valer (Rua Ramos Ferreira, 1.195, Centro) e no DCE/UniNorte – Unidade 1 (Avenida Joaquim Nabuco, 1.232, Centro).
Toda a organização de minha viagem para Manaus e do evento está sendo feita pelas simpáticas Natalia Lucas e Jackeline Farah. Para informações, é só entrar em contato pelos telefones (92) 8194-5890 (Natalia) e (92) 9135-6460 (Jackeline).
Para quem não for de Manaus e quiser comprar o livro, a venda segue pela loja no Facebook aqui. O frete é grátis. E os interessados podem pedir dedicatória também.
Após o encontro de Manaus, espero seguir com meus papos e lançamentos em outras cidades. E vamos que vamos. Até mais.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Bate-papo e lançamento do livro de Duda Rangel em Manaus
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terça-feira, 23 de abril de 2013
Se o povo de Salve Jorge fosse jornalista
Irina – é a jornalista acomodada, que passa o dia inteiro sentada, apurando tudo pelo telefone.
Miro – é o diploma de jornalista: saiu para comprar cigarros. E nunca mais foi visto.
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Aisha – é a foca obcecada por encontrar "a matéria de sua vida".
Wanda – é a jornalista que promete aos estagiários um puta emprego na redação. Enganados, eles passam a trabalhar praticamente de graça.
Pescoço – é o assessor de imprensa que dá uma nota exclusiva a duas jornalistas concorrentes e se mete em confusão.
Érica – é a repórter iludida pelo sonho do emprego estável no jornal que tanto ama.
Dona Helô – é a jornalista que tem compulsão pelos jabás chiques dos eventos de moda.
Empregada da dona Helô – é a que passa o dia inteiro dando palpite no texto dos outros.
Théo – é o cara que come todas as empadinhas de todos os brunchs de todas as coletivas de imprensa. E é um puta mala.
Jô – é o repórter (ou a repórter, sei lá) que só escrevia notinha coberta e, de repente, é escalado(a) para fazer uma matéria especial.
Morena – é a repórter que sempre arma um barraco em coletiva, treta com segurança em festa.
Stenio – é o pai que descobre que a filha está estudando jornalismo e é culpado pela ex-mulher por ter errado na educação da menina.
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sexta-feira, 19 de abril de 2013
O dia em que o estudante chamou o TCC para um papo reto no bar
– Sufocando?
– É, TCC, você está me sufocando.
– Deixe de ser infantil.
– Infantil? Você simplesmente quer atenção o tempo todo.
– Mas eu não pedi atenção o tempo todo.
– Explicitamente, não. Mas eu consigo fazer outra coisa na vida além de me dedicar a você?
– Pense que TCC é apenas por uma fase. Em breve, você se livra de mim.
– Você sabe há quanto tempo eu não transo?
– Hahaha. Agora a culpa é minha?
– Há quanto tempo eu não vou ao cinema?
– Seja menos dramático. E tome logo essa cerveja. Daqui a pouco você vai dizer que está tomando cerveja quente por minha culpa.
– Quem é o dramático aqui?
– Você ainda vai sentir saudade de mim.
– Se liga, quem sente saudade de um TCC?
– Pense pelo lado positivo: graças a mim, você está lendo mais. Conheceu até a biblioteca.
– Sei.
– E não ir ao cinema no seu caso é coisa boa. Você só via filme ruim mesmo. E nem transava tanto assim antes de me conhecer.
– Você tá folgado, hein, TCC?
– É por minha causa que você está agora aqui, num bar, bebendo. Isso é vida social, não?
– Não, isso é você em todos os momentos da minha vida. Até num bar.
– Eu não sei por que vocês, estudantes, gostam tanto de me rotular assim, como “o cara mau”.
– Não?
– Não. É como se eu fosse o grande problema do curso. Isso é bullying, sabia?
– Não vou nem discutir isso com você.
– Bom, era só isso que tínhamos pra conversar. Acabou a DR?
– Sim, TCC, acabou a DR. Já podemos ir pra casa.
– Eu não vou pra casa agora, não. A noite só está começando.
– Pois é, mas eu tenho que fazer um monte de anotação pra levar amanhã ao meu orientador.
– Coitadinho, não fica triste, não. Eu bebo por nós dois.
(O estudante paga a conta e os dois se levantam)
– TCC, desculpe a minha grosseria. Eu tô muito sensível. Até gosto de você.
– Tudo bem, eu já estou acostumado.
– Posso te pedir um favor?
– Um só, ok?
– Eu tô com uma puta dúvida se escolhi o tema certo. Não tô me sentindo à vontade, sabe?
– Olha, eu até poderia te ajudar, mas preciso confessar uma coisa.
– O quê?
– Sabe o lance do “cara mau”? Pois é, eu adoro ser “o cara mau”.
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– É, TCC, você está me sufocando.
– Deixe de ser infantil.
– Infantil? Você simplesmente quer atenção o tempo todo.
– Mas eu não pedi atenção o tempo todo.
– Explicitamente, não. Mas eu consigo fazer outra coisa na vida além de me dedicar a você?
– Pense que TCC é apenas por uma fase. Em breve, você se livra de mim.
– Você sabe há quanto tempo eu não transo?
– Hahaha. Agora a culpa é minha?
– Há quanto tempo eu não vou ao cinema?
– Seja menos dramático. E tome logo essa cerveja. Daqui a pouco você vai dizer que está tomando cerveja quente por minha culpa.
– Quem é o dramático aqui?
– Você ainda vai sentir saudade de mim.
– Se liga, quem sente saudade de um TCC?
– Pense pelo lado positivo: graças a mim, você está lendo mais. Conheceu até a biblioteca.
– Sei.
– E não ir ao cinema no seu caso é coisa boa. Você só via filme ruim mesmo. E nem transava tanto assim antes de me conhecer.
– Você tá folgado, hein, TCC?
– É por minha causa que você está agora aqui, num bar, bebendo. Isso é vida social, não?
– Não, isso é você em todos os momentos da minha vida. Até num bar.
– Eu não sei por que vocês, estudantes, gostam tanto de me rotular assim, como “o cara mau”.
– Não?
– Não. É como se eu fosse o grande problema do curso. Isso é bullying, sabia?
– Não vou nem discutir isso com você.
– Bom, era só isso que tínhamos pra conversar. Acabou a DR?
– Sim, TCC, acabou a DR. Já podemos ir pra casa.
– Eu não vou pra casa agora, não. A noite só está começando.
– Pois é, mas eu tenho que fazer um monte de anotação pra levar amanhã ao meu orientador.
– Coitadinho, não fica triste, não. Eu bebo por nós dois.
(O estudante paga a conta e os dois se levantam)
– TCC, desculpe a minha grosseria. Eu tô muito sensível. Até gosto de você.
– Tudo bem, eu já estou acostumado.
– Posso te pedir um favor?
– Um só, ok?
– Eu tô com uma puta dúvida se escolhi o tema certo. Não tô me sentindo à vontade, sabe?
– Olha, eu até poderia te ajudar, mas preciso confessar uma coisa.
– O quê?
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terça-feira, 16 de abril de 2013
Amélie
Já viu uma jornalista tímida? Prazer, sou eu. Um dos mais belos exemplares da espécie. Meu nome é Mariana, mas pode me chamar de Amélie. Amélie Poulain. Escolhi ser jornalista porque gosto de observar pessoas, seus movimentos, a cidade. Mas não curto falar, me aproximar demais, interagir, fazer perguntas. Ok, eu sei que você vai dizer que jornalista tímido deveria nascer morto, mas eu prefiro o meu mundo seguro.
Meu mundo seguro é o meu blog. É nele que eu falo das minhas observações. Das pessoas, seus movimentos, da cidade. Ou melhor, não falo, escrevo. É minha conexão com o tal mundo externo. As pessoas me leem e, vez ou outra, deixam lá um comentário. Sei que minhas palavras podem ajudar as pessoas. E eu gosto de ajudar as pessoas.
A proposta da minha amiga me deixa, claro, preocupada. Ou melhor, me deixa desesperada. Repórter? Sei. Fazer perguntas? Sei. Olhos nos olhos do entrevistado? Sei. Logo agora que eu estou quase curada das minhas crises de pânico, ela me vem com essa. É lógico que ela sabe que eu estou precisando de grana. Salário razoável? Sei.
Ser repórter de verdade é um puta desafio para mim. Lembra o dia em que tive de ler um poema em voz alta. Acho que na 5ª série. Além de escrever, agora vou ter que falar. Posso pular esta segunda parte? Não, não posso.
Uma coletiva de imprensa. Melhor que a estreia seja assim, porque vai ter um monte de gente na sala e eu posso só ouvir e sumir sem ser notada. Só três pessoas? Coletiva com só três repórteres? Pausa para a taquicardia. Exercícios de respiração. Quero meu mundo de volta! Pedem para eu começar e eu... (mais exercícios de respiração) pergunto! E o cara responde. E eu faço uma segunda pergunta e essa coisa de estabelecer diálogo com um estranho me deixa eufórica. Lembrou meu primeiro selinho. Na 7ª série. Ou 8ª, sei lá.
Um repórter mais velho disse certa vez que dor de barriga faz parte do ofício. Que ansiedade é coisa boa de viver. Que até o povo experiente passa por isso. Ok, eu tô curtindo conhecer o mundo real, mas confesso que tinha orgulho de ser tímida. Ou melhor, tinha um puta orgulho. Um dos mais belos exemplares da espécie.
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A proposta da minha amiga me deixa, claro, preocupada. Ou melhor, me deixa desesperada. Repórter? Sei. Fazer perguntas? Sei. Olhos nos olhos do entrevistado? Sei. Logo agora que eu estou quase curada das minhas crises de pânico, ela me vem com essa. É lógico que ela sabe que eu estou precisando de grana. Salário razoável? Sei.
Ser repórter de verdade é um puta desafio para mim. Lembra o dia em que tive de ler um poema em voz alta. Acho que na 5ª série. Além de escrever, agora vou ter que falar. Posso pular esta segunda parte? Não, não posso.
Uma coletiva de imprensa. Melhor que a estreia seja assim, porque vai ter um monte de gente na sala e eu posso só ouvir e sumir sem ser notada. Só três pessoas? Coletiva com só três repórteres? Pausa para a taquicardia. Exercícios de respiração. Quero meu mundo de volta! Pedem para eu começar e eu... (mais exercícios de respiração) pergunto! E o cara responde. E eu faço uma segunda pergunta e essa coisa de estabelecer diálogo com um estranho me deixa eufórica. Lembrou meu primeiro selinho. Na 7ª série. Ou 8ª, sei lá.
Um repórter mais velho disse certa vez que dor de barriga faz parte do ofício. Que ansiedade é coisa boa de viver. Que até o povo experiente passa por isso. Ok, eu tô curtindo conhecer o mundo real, mas confesso que tinha orgulho de ser tímida. Ou melhor, tinha um puta orgulho. Um dos mais belos exemplares da espécie.
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quinta-feira, 11 de abril de 2013
O Kama Sutra da imprensa
Dez posições para apimentar o trabalho do jornalista.
Meia nove na corda
Amigo do chefe
Rapidinha no chão
Analista econômico
Inspiração de ladinho
Bloquinho escondido
Rala-bucho erótico
Pautada no queixo
Trepadinha do macaco
Bundalelê selvagem
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terça-feira, 9 de abril de 2013
Emílio Santiago para jornalistas
Sair bom (versão de Saigon)
Tantas palavras, menos palavras
Já é fechamento, o texto não saiu bom
Cortar pela metade é um dom.
Vem o editor, já reclamando
Pede agilidade, vai botando uma pressão
A vida é muito dura em redação.
Às vezes, você grita um peraí
Fecha sem revisar
Respira pra não explodir
E quase sempre eu penso em me matar
Mas é só ao bar chegar
Que esqueço o dia ruim.
Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.
Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.
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Já é fechamento, o texto não saiu bom
Cortar pela metade é um dom.
Vem o editor, já reclamando
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A vida é muito dura em redação.
Às vezes, você grita um peraí
Fecha sem revisar
Respira pra não explodir
E quase sempre eu penso em me matar
Mas é só ao bar chegar
Que esqueço o dia ruim.
Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
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sexta-feira, 5 de abril de 2013
10 motivos para celebrar o Dia do Jornalista
Porque eu mereço, afinal é o ano inteiro ralando, sofrendo bullying, comendo a coxinha de frango com pouco recheio que o Diabo amassou.
Porque eu tenho o maior orgulho de ser jornalista.
Porque nós, jornalistas, adoramos datas comemorativas. Todo mês tem um Dia do Jornalista, nunca reparou, não? Morram de inveja, publicitários.
Porque é o que eu tenho pra comemorar. Vou comemorar o quê? Os cinco textos que vou escrever hoje?
Porque eu vou poder beber todas, embora eu não precise de uma razão especial para beber todas.
Porque parece um pouco aniversário de namoro, sabe? Tipo mais um ano junto, ainda tá rolando uma química, apesar das crises e DRs sem fim.
Porque, segundo a minha avó, tem uma simpatia que diz que se todo mundo celebrar junto o Dia do Jornalista e acender umas velas e misturar umas pétalas de rosas a uma foto do William Bonner, vai... vai acontecer o que mesmo, vó?
Porque eu quero mais é subir nos Trend Topics.
Porque pode ser o meu último Dia do Jornalista e eu tenho que aproveitar. Vai que amanhã eu ganho na Mega-Sena.
Porra, porque eu amo a minha profissão. Precisa de outros motivos?
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Porque eu tenho o maior orgulho de ser jornalista.
Porque nós, jornalistas, adoramos datas comemorativas. Todo mês tem um Dia do Jornalista, nunca reparou, não? Morram de inveja, publicitários.
Porque é o que eu tenho pra comemorar. Vou comemorar o quê? Os cinco textos que vou escrever hoje?
Porque eu vou poder beber todas, embora eu não precise de uma razão especial para beber todas.
Porque parece um pouco aniversário de namoro, sabe? Tipo mais um ano junto, ainda tá rolando uma química, apesar das crises e DRs sem fim.
Porque, segundo a minha avó, tem uma simpatia que diz que se todo mundo celebrar junto o Dia do Jornalista e acender umas velas e misturar umas pétalas de rosas a uma foto do William Bonner, vai... vai acontecer o que mesmo, vó?
Porque eu quero mais é subir nos Trend Topics.
Porque pode ser o meu último Dia do Jornalista e eu tenho que aproveitar. Vai que amanhã eu ganho na Mega-Sena.
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terça-feira, 2 de abril de 2013
O lado bom da vida de jornalista
Quando entrevistou o trapezista, teve vontade de voar.
Quando precisou voar para a pauta, entendeu o que é ser repórter.
Quando começou a caminhar pelas ruas, aprendeu a olhar o mundo de um jeito que ninguém sabia olhar.
Quando esbarrou nas imundícies da vida, percebeu que não podia se conformar com aquilo tudo.
Quando provocou um nó na garganta do leitor, sorriu todo cheio de orgulho.
Quando meteu o pé na lama, saboreou o prazer de não viver preso num escritório.
Quando visitou o asilo de velhinhos, descobriu o valor das boas histórias que ficaram perdidas.
Quando causou uma simples mudança na sociedade, teve a certeza de que essa coisa de ser jornalista vale a pena, sim.
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Quando precisou voar para a pauta, entendeu o que é ser repórter.
Quando começou a caminhar pelas ruas, aprendeu a olhar o mundo de um jeito que ninguém sabia olhar.
Quando esbarrou nas imundícies da vida, percebeu que não podia se conformar com aquilo tudo.
Quando provocou um nó na garganta do leitor, sorriu todo cheio de orgulho.
Quando meteu o pé na lama, saboreou o prazer de não viver preso num escritório.
Quando visitou o asilo de velhinhos, descobriu o valor das boas histórias que ficaram perdidas.
Quando causou uma simples mudança na sociedade, teve a certeza de que essa coisa de ser jornalista vale a pena, sim.
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