quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

G.R.E.S. Unidos da Redação


Carnaval de jornalista tem o plantão aí, gente, tem a ala das focas, a ala das assessoras, tem o atrás da grande matéria só não vai quem já morreu, tem credencial que vale mais que abadá, tem ascensão e queda do diploma categoria luxo, tem o bota lá no lead, bota, meu amor, tem a expectativa da apuração, tem a concentração no fechamento, tem a dispersão da equipe após essa correria toda, tem a velha que guarda os textos numa pastinha, tem o empregobeleza, tem release cheio de adereços, tem pauta que é um ziriguidum só, tem entrevistado do balacobaco, tem a porta-jabá a desfilar pela redação, tem o puxador de saco-enredo, tem a rainha da boca-livre, tem jornalista mascarado, tem quem não gosta de rua bom repórter não é, tem ô abre aspas que eu quero publicar, tem a apoteose do furo, tem a folia dos bloquinhos, tem o quesito profissão maluca dez nota dez.

Veja tambémas marchinhas jornalísticas de carnaval cantadas


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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Marchinhas jornalísticas de carnaval






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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Espermatozoides



Apenas um entre milhões de espermatozoides consegue fecundar o óvulo. É desta competição da porra que a gente nasce.

Então, a gente compete pelos mimos da mamãe, por um brinquedinho de pilha. A gente compete pelo último biscoito Passatempo do pacote, pelas melhores notas na escola, pelo primeiro beijo. A gente compete na natação, no futebol, no Candy Crush, no Playstation. A gente compete por seguidores no Twitter, por curtidas no Facebook. A gente compete pelo amor da pessoa amada. Pela barriga mais sarada. Por ouvidos para os nossos desabafos. A gente compete no Enem, no estágio, na entrevista de emprego. A gente compete por aumento de salário, por um cargo mais alto na firma. A gente compete pelo peru da Sadia em promoção no Carrefour. Por um banheiro público no carnaval. Pelos milhões da Mega-Sena. Por um horário na agenda do dentista. A gente compete por um assento no busão. Pelo melhor lugar no cinema. A gente compete com carros, gente, bicicletas pelo mesmo espaço nas ruas. No casamento, a gente compete pela merda do controle remoto da TV. A gente compete com a gente mesmo. Com nossa memória, com nossa preguiça. A gente compete por um leito no hospital, por uma vaga na UTI. A gente compete até por uma boquinha no Céu.


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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Santiago e os riscos da vida de jornalista


Jornalismo é uma profissão de riscos.

Alguns bons, como o risco de se apaixonar por contar histórias.

E para contar histórias a gente vai chegando pertinho delas. Meio sem pedir licença.

Não se faz bom jornalismo de um helicóptero.

Santiago Andrade foi morto na rua, no meio de um protesto, no meio de uma história.

Ah, sim, há também os riscos ruins da profissão, como o risco de morrer tentando contar uma história.

Porque, por mais que pareça improvável, há o risco de um babaca acender um rojão no meio da história.

E o jornalista, acostumado a dar o sangue, derrama seu sangue.

E os outros jornalistas, que seguimos vivos, ficamos confusos com tantos riscos para calcular, o que vale a pena correr, o que não vale, logo nós, que nunca fomos bons em cálculos. Apenas em contar histórias.


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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

10 ótimas razões para protestar contra a Copa do Mundo no Brasil


Enquanto muito se fala em estádios superfaturados e no provável caos da mobilidade urbana, questões bem mais importantes são deixadas de lado. Sem medo de botar o dedo nas feridas reais, o blog levantou 10 motivos para fazer um protesto contra a Copa no Brasil realmente valer a pena. Pense nisso antes de ir pra rua.

1. No show de abertura, periga Claudinha Leitte, que se acha a globalizada, querer cantar em inglês, em francês, italiano ou em todas essas línguas ao mesmo tempo, botando em risco a ótima reputação que a música popular brasileira conquistou ao longo de tanto tempo.

2. O ufanismo de Galvão Bueno chegará a níveis estratosféricos.

3. A concentração de argentinos no Brasil, normalmente restrita a Floripa e Búzios, se dará no País inteiro. Já imaginou encontrar argentino em todo canto? Pior que um surto nacional de dengue.

4. Será insuportável ver a criativa imprensa brasileira fazer, pela milionésima vez, matérias sobre o risco de um novo Maracanazo, com direito a entrevistas psicografadas com o goleiro Barbosa defendendo-se da cruel acusação de vilão de 50.

5. Tudo ficará muito inflacionado durante a Copa. Uma ex-panicat ou uma ex-capa da Sexy que normalmente cobra R$ 5 mil por um city tour completo vai aproveitar a invasão de gringos e pedir o triplo deste valor.

6. Com a realização da Copa no Brasil, uma confusão mental sem precedentes afetará o nosso povo. Protesto por um País melhor ou assisto aos jogos? Protesto ou assisto apenas aos jogos do Brasil? Protesto ou assisto apenas aos jogos do Brasil a partir das oitavas? Grito por mais educação ou por mais um gol do Neymar? Uma mistura de dúvidas e culpa pode levar milhões de brasileiros ao divã num tratamento que duraria até a Copa de 2018.

7. Ninguém merece mascote de nome Fuleco.

8. Numa das maiores ações de marketing de guerrilha já vistas no mundo, a Dolly pode criar uma versão pirata da Coca-Cola Fun Fest. Já pensou? Um evento com centenas de tevês de tubo para o povo acompanhar os jogos do Brasil, muito funk, distribuição de ovinhos de amendoim e Dollynho Guaraná que pisca.

9. Assistir a um jogo num estádio de futebol será de uma chatice padrão Fifa. O brasileiro, dado a uma falta básica de civilidade, terá pequenos prazeres furtados, como o arremesso de copo cheio de mijo na galera e a brincadeira de apontar um sinalizador para a cabeça de torcedores rivais, no caso para a cabeça dos torcedores argentinos.

10. Eles podem odiar, mas existe também o risco de os gringos amarem Claudinha Leitte globalizada poliglota. A loira se tornaria a nova referência do País pós-Bossa Nova e a música popular brasileira estaria lascada para sempre.


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