segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Adote um jornalista carente neste Natal


Escolha uma cartinha, dê o presente e faça um jornalista feliz.

“Estar desempregado não afeta apenas a auto-estima de um jornalista. Afeta também o seu estômago. Vocês não imaginam o que é comer todo dia o marmitex de três reais do bar do Sassá, lá na Vila Buarque. Como fica a dignidade do ser humano? Logo eu, um cara sempre acostumado ao bem-bom das coletivas de imprensa. São dois anos longe de um canapezinho de atum com damasco, de um carpaccio de salmão. Mas o que eu queria ganhar mesmo neste Natal é o meu prato favorito: filé mignon ao molho madeira com batatas prussianas. Estou até derrubando saliva no papel desta carta. Eu só peço a refeição, mas se rolar também um presentinho-surpresa eu ficaria ainda mais feliz.”
Ricardo Macedo

“Eu acabei de me formar e ainda não consegui um emprego. Eu podia estar jogando videogame, podia estar assistindo àqueles videozinhos de stand-up comedy no YouTube, mas eu prefiro pedir uma oportunidade de trabalho. Eu aceito qualquer coisa, por qualquer salário. Se for o caso, trabalho até de graça. Eu sei que é difícil apostar num jovem com um currículo de uma página só e ainda assim com Arial 16. Para não dizer que não tenho experiência alguma com técnicas de apuração jornalística, eu gosto muito de monitorar as frases de gente famosa no Twitter. Lá, vocês sabem, é sempre possível encontrar declarações bombásticas e grandes furos.”
Bruno Felipe de Oliveira

“A grande frustração da minha vida é nunca ter recebido um prêmio jornalístico. Aliás, tirando a medalha de menção honrosa no concurso de poesia na 5ª série, nunca ganhei nada. E um monte de amiga minha já ganhou prêmio. Prêmio faz bem para o jornalista, faz a gente se sentir mais importante. Eu perdi as contas de quantas vezes eu já reescrevi o meu discurso de agradecimento nesses últimos 15 anos. Eu gostaria muito neste Natal que alguma grande empresa, tipo uma multinacional, se sensibilizasse com a minha história e criasse um prêmio jornalístico exclusivo para mim. Tenho até um espaço reservado para o troféu na estante da minha sala, ao lado da medalha do concurso de poesia.”
Cássia Monteiro

“Fim de ano e o Retiro dos Jornalistas fica cheio. As pessoas só lembram da gente no Natal. No resto dos dias é um esquecimento só. Mas, tudo bem, vir no Natal já é alguma coisa. O que eu queria receber de presente é algo um pouco complicado, eu sei. Queria alguém para me ouvir. Hoje, é tão complicado encontrar alguém para nos ouvir. E eu tenho tanta história para contar. Era eu quem redigia as receitas de bolo para publicar no jornal quando o pessoal da censura baixava na redação. Um dia esqueci de colocar a farinha na lista dos ingredientes. Já viram bolo sem farinha? E as figuras que eu já entrevistei? Teve o cara que tentou se suicidar umas 10 vezes e fracassou em todas. E a mulher que jurava que era a reencarnação da Nossa Senhora? Dá para acreditar? Reencarnação da Nossa Senhora!”
Marcos Saldanha

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fotógrafo, o Terrível


Antes da foto, deixa só eu anotar o seu nome, por favor. Só um instante. Cadê a minha caneta? Cadê a mi-nha ca-ne-ta? Só um instante. Opa. Aceito, sim. Obrigado. Bonita, hein? Esta caneta deve custar uma fortuna, né? (risos) Também você é o presidente da empresa. Brincadeira. Ah, não é o presidente? Desculpa. Vice-presidente de Finanças? Sim, sim. Bom, é o cara da grana! (risos) Deixa eu anotar então tudo aqui. Nome? Jo-ão Fran-cis-co A-qui-no. Ok. Vice-presidente de Finanças. Certo. Vamos pra foto então? Olha, eu queria fazer com aquele fundo ali. Tudo bem? Pode ser? Assessor? Tá jóia? Vamos lá então. Beleza. Mais pra lá, por favor. Pra direita. Isso. Fecha o paletó, por gentileza. Isso. Obrigado. Assim fica mais bonito. Ok, ok. Maravilha. Vamos fazer aquela clássica foto soquinho no queixo. Pode ser? Ótima. Isso. Mais uma. Mais uma. Peraí. Opa. Ótimo. Agora, aquela com os braços cruzados. Isso. Cara de executivo do ano. Isso. Cara de futuro presidente da empresa. (risos) Mais uma. Ficou boa, ficou boa. Essa aqui é de capa de revista, hein? Boa, boa. Agora, com aquele outro fundo ali. Pode ser? Vamos lá. Assim. Mais de lado. Um pouco mais pra lá. Tá muito sério. Parece até que a empresa tá quebrando. (risos) Isso. Assim ficou melhor. Mais outra ali na mesa. Ok? É, a gente tem que fazer várias fotos pra escolher depois. No passado? A gente também fazia várias fotos, mesmo sem câmera digital. Fazia, sim. Mais pra lá. Isso. Só que a gente ficava escolhendo foto no negativo. Pois é. Agora tá mais fácil. A última. Maravilha. É isso aí. Zé Fini. Obrigadão. Ufa. Tudo certo então. Vou nessa que ainda tenho outra pauta agora. Oi? A caneta? Meu Deus, onde eu tô com a cabeça pra colocar a sua caneta no meu bolso? Meu Deus, me desculpa, me desculpa. Até mais. Obrigado. Desculpa, viu? Até logo. (...) Assessor, obrigado pela força. Pode deixar que a gente vai escolher uma bem bonita. Sim, sim. É, mas se vai ser capa ou não, só com o editor. Você sabe, né? Ah, me fala só mais uma coisinha: sabe aquele sanduba que você me ofereceu na chegada? Tem mais algum aí?

Leia também: Uma riquíssima fauna humana – parte 2

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Santos


São Euclides da Cunha – protetor dos plantonistas, dos que ralam no pescoção, dos enviados especiais, dos cornos em geral.

São Vicente de Pauta – é o conhecido santo das pautas impossíveis, como aquelas com pouco tempo para apuração ou com entrevistados que se recusam a falar.

Nossa Senhora do Bom Plantão – dizem os devotos mais fiéis que basta rezar duas ave-marias que nenhuma tragédia ocorrerá no seu domingo de trabalho na redação.

São Manoel da Padoca – acolhe os famintos ou privados de refeições. Em sua famosa imagem, segura um bolinho de carne na mão direita e uma coxinha de frango na esquerda.

São Tomás Naquilo – é tido como o santo mártir do jornalismo. Morreu muito jovem, depois de trabalhar durante seis meses sem folga e sem direito a receber horas extras.

São Bento di Ploma – santo italiano que abençoa os estudantes de jornalismo que ficam quatro anos pagando uma mensalidade caríssima para conseguir um certificado.

Santa Maria da Desgraça – é a santa das causas urgentes, como pagar o aluguel, pegar um frila, trocar de emprego, mudar de vida.

Ótimo (ex-Bom) Jesus dos Milagres – é o bambambã dos altares. Porreta. Seu milagre mais famoso foi transformar um jornalista todo metido num profissional sem vaidade.


Leia também: Ladainha

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mimos natalinos


O jornalista não se contenta apenas com o jabá natalino básico que chega todo ano às redações – panetone e espumante. Ele quer sempre mais. Dê uma refeição a um jornalista e ele se tornará seu amigo. Dê um presente e ele se tornará seu melhor amigo!

E como livro é sempre uma ótima pedida aos que amam ler, caso dos jornalistas (será mesmo?), a enquete que acaba de entrar no ar quer saber qual o melhor livro-presente para um jornalista neste Natal. Vote na coluna à direita do blog! Mas não se esqueça: o jornalista merece carinho e atenção durante todo o ano. Não adianta lembrar dele apenas no Natal.

A pesquisa que chegou ao fim – O que você achou da cobertura da imprensa nas eleições 2010? – teve como vencedora a alternativa “Os debates foram sacais. Só salvou o Plínio”, com 38% dos votos, seguida bem de perto pela opção “Odiei. As preferências partidárias de alguns veículos me enojaram”, com 34%. Os que "adoraram" ou "gostaram" somaram apenas 6%. A imprensa não engana os jornalistas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A vida pobre de um estudante de jornalismo


A geladeira coletiva da república. O iogurte com nome do dono dentro da geladeira coletiva da república. Os porres de Balalaika de doer a cabeça por uma semana. A cerveja nunca acompanhada por petiscos no bar. Aqueles espetáculos teatrais chatíssimos, mas gratuitos. Filme brasileiro a dois reais na segunda-feira. O Catraca Livre na lista dos favoritos. A privação dos megashows internacionais. As longas horas de leitura nos pufes da livraria bacana. A saída estratégica da livraria bacana sem comprar um único livro. Motel que cobra por hora, que tem TV de tubo de 14 polegadas no teto. A venda de tudo que é bugiganga no Mercado Livre pra levantar uma grana. A venda do vale-transporte do estágio pra levantar uma grana. As aulinhas particulares de Português pra aluno do ensino médio. A venda de pão de mel, de rifa com nome de mulher, Iranilde, Zuleica, Veridiana, nos corredores da faculdade. As moedas catadas pelos bolsos para o hot-dog na barraca da esquina. A fila imensa do restaurante popular. O incentivo à pirataria. A calça jeans que resiste bravamente ao tempo. O trem lotado. O ônibus lotado. A carona filada no carro do amigo do amigo. O maço de cigarro socializado. A vontade de assassinar o desconhecido mala que ajuda a pagar o quarto da pensão. A saudade filho-da-puta da família que mora longe, mas, paciência, a passagem do busão tá sempre muito cara.

O estudante de jornalismo suporta todos estes perrengues, com a certeza de que a miséria tem dia certo pra acabar. É só uma questão de se formar e conseguir um bom emprego. Tolinho.


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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Todo mundo virou jornalista!


Com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, muita gente de outras áreas passou a exercer a profissão, sem qualquer qualificação. Clássicas técnicas de entrevista, por exemplo, têm sido substituídas por métodos nada ortodoxos de busca pela informação. O blog denuncia alguns casos mais assustadores.

A moça do telemarketing

- Eu gostaria muito de poder estar entrevistando o senhor. O senhor teria um minutinho para poder estar respondendo algumas perguntas?

- É rápida essa entrevista, querida? É que eu tô no trânsito.

- Super-rápida, senhor. Para a sua segurança e para a minha também, gostaria de estar informando que a entrevista estará sendo gravada. Tudo bem?

O médico

- Você vai me desculpar, mas o que as cirurgias que eu já fiz ou os casos de hipertensão arterial na minha família têm a ver com a minha trajetória artística, musical? Você pediu para fazer o meu perfil profissional ou uma anamnese?

- Fica calmo, são só perguntinhas de rotina. Fumante?

A prostituta

- Alô, Sharon? Tá a fim de um frila bom? Mas, escuta, desta vez é cobertura completa, ok? Apuração, redação, texto final, fotos e até legenda de fotos. Topa?

- (mascando chiclete). Claro que topo, editor. Só que a completa, você sabe, é mais cara.

O jogador de futebol

- Você foi convocado pra reforçar a editoria de política nas eleições. Bem-vindo!

- Obrigado, professor, quer dizer, editor. A gente tá vindo pra somar e a editoria tá unida e espera fazer uma grande cobertura.

- Ah, serão 64 dias de trabalho na redação. Sem folga.

- Sem folga? Sério que rola concentração aqui também?

O assaltante

- Vai passando a informação, vai passando a informação! Rápido, porra! Eu quero o lead inteiro, vai! O que, quem, quando, onde, como e por quê! Tá demorando!

- O “como” e o “por quê” eu não tenho.

- Como não tem?

- Não tenho. Eu juro!

- Qué morrê? Passa logo o lead inteiro, porra!


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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Best sellers jornalísticos


Aos jornalistas com algum tempo livre para os livros, coisa raríssima, uma lista de best sellers para relembrar:

Comer (apenas em evento), Rezar (por um aumento), Amar (se tiver tempo)

Quem Mexeu no Meu Texto?

A Foca e o Editor-Executivo

Por Que Os Assessores de Imprensa Amam as Pauteiras Poderosas?

Casais de Jornalistas Não Enriquecem Juntos

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Amar um jornalista é...



Não se importar em passar o Natal sem ele, o carnaval sem ele, o aniversário sem ele.

Ficar acordada até as cinco esperando ele chegar do pescoção.

Empurrar o carro velho dele que sempre quebra de madrugada.

Suportar os amigos dele que não param de falar de jornalismo na mesa do bar.

Tolerar as reclamações de salário ruim, pauta ruim, editor ruim.

Acompanhá-lo em trabalhos free lance no sábado à noite ou domingo bem cedo.

Ler as matérias horríveis dele e dizer que ficaram ótimas.

Achar graça quando ele interrompe a transa para atender o pauteiro no celular.

Ouvir as histórias fantásticas da carreira dele quando vocês dois ficarem velhinhos sem dizer “querido, você já contou isso um milhão de vezes”.

Leia também: O amor nos tempos do pescoção

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Entrevista


A lembrança da briga com o namorado vem à cabeça, mas ela logo esquece. O assessor de imprensa ao lado parece não existir. É atenção total no entrevistado. Que fala e fala e fala. Quase sem pontos, quase sem vírgulas. A repórter faz anotações no velho bloquinho, com espiral que insiste em fugir pelos cantos. Mão agitada. Letra miúda que cresce. Rasteja. Da esquerda pra direita, de cima pra baixo, em linhas imaginárias. Riscos, rabiscos. Registros cifrados. Palavras que morrem pela metade. Ai, meu Deus, que garrancho! Enche uma página. Vira pra outra. E mais outra. Com dedos ágeis. Olha pro entrevistado. Pro bloquinho. Pro entrevistado. Pro bloquinho. Ã-hã! Hmmm hum... A caneta falha. Droga! Vai me deixar na mão bem agora? Bic azul, quase seca, de tampa amolecida a dentadas. Mais perguntas. Copo de água gelada. O senhor tem uma caneta pra me emprestar? Mico. Jeito sério, pra impor respeito. Sei, compreendo, perfeito, claro, lógico. Não é “pra mim fazer”. É “pra eu fazer”. Agora o entrevistado fala de um assunto desconexo. Ela tem um olhar fixo e perdido pros lábios dele. O assessor continua lá, invisível, empalhado. A repórter dá uma viajada. Lembra vagamente do namorado safado. Acorda. Vasculha o roteiro de perguntas. Essa já foi. Essa também. Morde a unha. Será que vai dar tempo de fazer mais uma? Tem que dar tempo! Ainda falta a melhor, aquela certeira, de tocar na ferida, de quebrar a perna de entrevistado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Futurologia


Começará o curso de jornalismo aos 17 anos numa universidade pública. Será um dos líderes do centro acadêmico. Se tornará marxista sem saber que isso será uma coisa bem fora de moda. Organizará uma greve de fome fajuta contra a baixa qualidade do ensino. Romperá com Deus. Esquecerá as missas em família da infância, dos sermões do padre Geraldo dizendo que até o pior dos pecadores terá, no dia do juízo final, a chance de se arrepender e alcançar o paraíso. Pecará a torto e a direito, com menininhas devassas no banheiro do centro acadêmico, com os porres na república, com os quadrinhos marginais que devorará. Conseguirá se formar. Dançará com a gravata na testa na noite do baile. Arrumará um emprego de clipador na madrugada. Será repórter de rádio. Editor de imagem numa emissora de televisão. Ganhará uma merreca de salário, mas não trocará a profissão por nada. Conhecerá uma moça bonita com quem dividirá a ilha de edição. Raspará a barba. Romperá com o marxismo. Casará. Terá dois filhos lindos e um cachorro. Passará a ter um apetite danado pelo consumo. Viverá atrás de frilas e mais frilas para dar conta de tantos gastos. Se tornará repórter de TV. Viajará o mundo. A vida será maravilhosa por muito tempo. Sucumbirá a um passaralho. Ficará dois anos desempregado. Quase pirará. Voltará a beber. Voltará a beber muito. Se divorciará. Arrumará um novo trabalho, bem meia-boca. Sobreviverá. Se apaixonará por uma menina de 15 anos que é puta na Augusta. Prometerá tirar a moça daquela vida e lhe dar dois filhos lindos e um cachorro. Será rejeitado pela puta. Ficará puto com a puta. Rasgará o peito da puta com uma faca que roubará de um restaurante decadente. Irá para a cadeia. Brigará por uma cela especial. Dirá que o diploma de jornalista vale alguma coisa, sim! Será esquecido. Ficará fraco. Pegará uma pneumonia. Chegará à beira da morte numa terça-feira, num hospital público, antes mesmo de seu julgamento. Lembrará de Deus. Lembrará das missas em família da infância, do padre Geraldo dizer que até o pior dos pecadores terá, no dia do juízo final, a chance de se arrepender e alcançar o paraíso.

Mas não se arrependerá de porra nenhuma.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Efêmera


Repórter de jornal diário passa horas apurando uma matéria, entrevista Deus e o capeta, toma esporro do chefe, escreve, revisa, corrige aqui e acolá. E a matéria acaba rapidinho na vala comum. Resiste apenas 24 horas. Envelhecimento precoce. Morte súbita. Dá até pena. Só quem escreveu a mantém viva. Saboreia a cria até enjoar. Sonha mostrar pros netos. Do resto do mundo só ganha desprezo. Repugnância. A matéria de ontem está condenada a enrolar peixe e banana na feira. A ser fuzilada pela merda dos passarinhos. Pelo mijo dos cães.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

As eleições e a mídia


As eleições terminaram e muitos jornalistas, depois de um longo período de trabalho árduo, vão poder, enfim, folgar. Será pouco descanso, claro – não se pode deixar este povo pegar gosto pelo fazer-nada –, mas o pouco já será bem-vindo. Neste clima de ressaca eleitoral, a nova enquete do blog quer saber o que você, como leitor (ou como jornalista que fez parte do trabalho), achou da cobertura jornalística do pleito deste ano. Vote na coluna do lado direito da página! Deixe também a sua opinião!

A última enquete – Qual a mancada mais imperdoável de um assessor de imprensa? – chegou ao fim com a vitória acachapante da alternativa “Pedir para aprovar matéria antes da publicação”, com 53% dos votos. Jornalista até tolera receber release esdrúxulo por e-mail – nada que a tecla “delete” não resolva –, mas não admite que alguém se intrometa em seu trabalho. Cada um no seu quadrado.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Epitáfios de jornalista


Enfim vou poder apurar se existe vida após a morte.

Uma vida dedicada à verdade, à justiça social, à cachaça e a putarias em geral.

Fui dar uma carteirada na porta do Céu.

Este repórter viajou ao Inferno a convite da Capeta Airlines.

Morri na merda, mas feliz.