A vida de ralação do jornalista é o método anticoncepcional mais eficaz que existe.
No Dia Mundial de Combate à Obesidade, diga não à “barriga jornalística”. Cheque a informação antes de publicar.
Uma notícia boa e outra ruim. A ruim: Carolina Dieckmann voltou a fazer novela. A boa: não voltou como jornalista.
Qual jornalista nunca procurou um telefone perdido num velho bloquinho de anotações?
Use sempre o gravador com entrevistados de risco: assim você evita doenças jornalisticamente transmissíveis e, claro, a demissão indesejada.
O jornalismo é muito boêmio, sedutor. Está longe de ser bom pai de família.
O Código de Ética dos Jornalistas é como regulamento de condomínio. Todos deveriam ler, mas poucos têm saco pra isso.
Adesivo para carros de jornalista: “Meu outro carro é o de reportagem”.
Jornalista que não gosta de ler é igual a atriz pornô que não gosta de sexo.
Pauteiro pauta puta pauta pro Paulo.
Puto, Paulo pautado empata a puta pauta.
Nem a pau, tá?
O que é pior para a imagem do Toddynho: produto com detergente ou incentivar a Daniela Albuquerque a ser jornalista?
“Mantenham-se famintos, mantenham-se ligados numa boca-livre” (Steve Jobs, na formatura de uma turma de jornalismo).
Para o jornalista, o texto é a sua nêga. Ai de quem colocar a mão.
Johnnie Reporter, keep working.
Quando o mundo acabar, só espero não estar de plantão.
Leia também:
Os melhores (ou piores) aforismos de @duda_rangel no Twitter (parte 2)
Os melhores (ou piores) aforismos de @duda_rangel no Twitter (parte 1)
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
96,7% dos jornalistas adoram um número
A greve, que já dura 11 dias em 15 Estados, atinge 80% dos bancários, que pedem reajuste de 12,4%. Em 9 meses, Lei Seca diminui mortes no trânsito em 30%. O planeta chega a 7 bilhões de habitantes. Brasil ocupa o 69º lugar no ranking mundial da corrupção. Cantora Gretchen se casa pela 17ª vez. Em 14 dias, Mostra de Cinema vai exibir 297 filmes de 55 países em 22 salas. Túlio Maravilha faz o gol de número 973 de sua carreira. Com investimentos de R$ 60 milhões, nova fábrica vai gerar 2.000 empregos diretos. Ex-dançarina do Bonde das Cachorras turbina seios com 450 ml de silicone. O motorista que causou o acidente dirigia um Z45i, com motor de 440 cavalos, que vai de 0 a 100 em 3.8 segundos e tem velocidade máxima de 315 km/h. Nana Gouvêa é capa da Sexy pela 15ª vez. Tomar 3 xícaras de café por dia reduz em 20% o risco de você dormir num pescoção. Tomar 3 xícaras de café por dia aumenta em 20% a chance de você não ter dentes 100% brancos. 70% dos brasileiros entre 15 e 24 anos passam de 6 a 8 horas por dia na internet – 60% navegam por redes sociais, 38% visitam sites de sacanagem e 2% fazem pesquisa escolar. Terremoto e tsunami no Japão deixaram 5.178 mortos e 8.606 desaparecidos, com custo de US$ 309 bilhões à economia do país; Viaje para Paris gastando apenas 10 euros por dia. Cantor Fábio Júnior se casa pela 13ª vez.
78% das pessoas que lerem este post vão se ligar que o jornalismo está muito, muito desumano.
78% das pessoas que lerem este post vão se ligar que o jornalismo está muito, muito desumano.
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011
O tarô, segundo o baralho jornalístico
Conheça os 22 arcanos maiores:
O Louco – simboliza um novo começo (o cara que perdeu o emprego e decidiu montar sua própria assessoria) ou atos imprudentes (como seduzir a amante do diretor de redação).
O Mago – diz respeito à capacidade de utilizar o talento para a concretização de novos empreendimentos, como aquele jornal independente que não passa da segunda edição.
A Sacerdotisa – representa o sigilo, os jornalistas que conseguem manter um off, os que não revelam de jeito nenhum o saldo de sua conta bancária.
A Imperatriz – ligação forte com o feminino e com o poder de suportar um trabalho sacrificante. É a repórter que rala na redação, e ainda é mãe, esposa, consultora da Natura.
O Imperador – representa o domínio, o autoritarismo, o repórter especial que não aceita ser pautado, o fotógrafo que odeia palpites em seu trabalho.
O Papa – também conhecido como O Hierofante ou arcano Jabor, é a carta que guia os jornalistas que se acham portadores de uma sabedoria divina.
Os Enamorados – é o amor, a vontade própria, é a repórter fogosa que transa com o motorista no carro do jornal e, depois, diz: “rápido pra pauta, Jurandir, que estou atrasada”.
O Carro – simboliza a retidão, a honestidade. Assessor, jamais ofereça um jabá a quem costuma sortear esta carta.
A Força – Representa a audácia, o sujeito que quer fazer uma super-reportagem sobre o tráfico de drogas no morro, correndo o risco de acabar num forno de microondas.
O Eremita – simboliza o isolamento, o repórter que senta lá no fundo da redação para que ninguém veja a matéria que ele está escrevendo.
A Roda da Fortuna – esta carta, infelizmente, não existe no baralho jornalístico.
A Justiça – representa a reflexão, a racionalidade, o repórter que analisa a notícia sob diferentes prismas antes de publicá-la e acaba sendo furado por um repórter mais ágil e prático.
O Enforcado – carta que simboliza o mistério, o dilema. O que compensa mais: o cheque especial ou um empréstimo bancário? Pago a pensão pra ex ou vou pra cadeia?
A Morte – apesar de estar ligada ao deadline, que é sempre muito apertado e negativo, a carta representa um renascimento: a reunião de pauta para a edição seguinte.
A Temperança – significa o equilíbrio emocional e espiritual, uma carta muito difícil de ser sorteada pelo jornalista, a não ser que ele esteja de folga.
O Diabo – Não se trata do editor que vive cassando sua folga. É a carta que representa a ambição, a vontade louca de ganhar um Esso ou, pelo menos, uma menção honrosa.
A Torre – carta que simboliza os eventos inesperados. Se você já acabou tudo que tinha para fazer na redação, trate de ir embora rápido antes que pinte uma pauta de última hora.
A Estrela – a carta da orientação, que nos conduz por caminhos desconhecidos, muito ligada aos motoristas mais experientes do jornal ou aos que usam GPS.
A Lua – simboliza a capacidade instintiva do jornalista, o cara que sabe quando uma pauta vai dar merda ou quando sua matéria vai cair para dar lugar a um anúncio dos bons.
O Sol – representa a felicidade, a autoconfiança, o texto fechado a tempo, a chamada de primeira página, o furo.
O Julgamento – tem como significado as grandes mudanças que estão por vir. Que tal correr até a máquina do café para saber da rádio-peão se tem algum passaralho a caminho?
O Mundo – simboliza a perfeição, o bem-estar, a gratificação. Assim como a Roda da Fortuna, esta carta não existe no baralho jornalístico. O Mundo, meu amigo, acabou.
Leia também: O horóscopo jornalístico da semana
O Louco – simboliza um novo começo (o cara que perdeu o emprego e decidiu montar sua própria assessoria) ou atos imprudentes (como seduzir a amante do diretor de redação).
O Mago – diz respeito à capacidade de utilizar o talento para a concretização de novos empreendimentos, como aquele jornal independente que não passa da segunda edição.
A Sacerdotisa – representa o sigilo, os jornalistas que conseguem manter um off, os que não revelam de jeito nenhum o saldo de sua conta bancária.
A Imperatriz – ligação forte com o feminino e com o poder de suportar um trabalho sacrificante. É a repórter que rala na redação, e ainda é mãe, esposa, consultora da Natura.
O Imperador – representa o domínio, o autoritarismo, o repórter especial que não aceita ser pautado, o fotógrafo que odeia palpites em seu trabalho.
O Papa – também conhecido como O Hierofante ou arcano Jabor, é a carta que guia os jornalistas que se acham portadores de uma sabedoria divina.
Os Enamorados – é o amor, a vontade própria, é a repórter fogosa que transa com o motorista no carro do jornal e, depois, diz: “rápido pra pauta, Jurandir, que estou atrasada”.
O Carro – simboliza a retidão, a honestidade. Assessor, jamais ofereça um jabá a quem costuma sortear esta carta.
A Força – Representa a audácia, o sujeito que quer fazer uma super-reportagem sobre o tráfico de drogas no morro, correndo o risco de acabar num forno de microondas.
O Eremita – simboliza o isolamento, o repórter que senta lá no fundo da redação para que ninguém veja a matéria que ele está escrevendo.
A Roda da Fortuna – esta carta, infelizmente, não existe no baralho jornalístico.
A Justiça – representa a reflexão, a racionalidade, o repórter que analisa a notícia sob diferentes prismas antes de publicá-la e acaba sendo furado por um repórter mais ágil e prático.
O Enforcado – carta que simboliza o mistério, o dilema. O que compensa mais: o cheque especial ou um empréstimo bancário? Pago a pensão pra ex ou vou pra cadeia?
A Morte – apesar de estar ligada ao deadline, que é sempre muito apertado e negativo, a carta representa um renascimento: a reunião de pauta para a edição seguinte.
A Temperança – significa o equilíbrio emocional e espiritual, uma carta muito difícil de ser sorteada pelo jornalista, a não ser que ele esteja de folga.
O Diabo – Não se trata do editor que vive cassando sua folga. É a carta que representa a ambição, a vontade louca de ganhar um Esso ou, pelo menos, uma menção honrosa.
A Torre – carta que simboliza os eventos inesperados. Se você já acabou tudo que tinha para fazer na redação, trate de ir embora rápido antes que pinte uma pauta de última hora.
A Estrela – a carta da orientação, que nos conduz por caminhos desconhecidos, muito ligada aos motoristas mais experientes do jornal ou aos que usam GPS.
A Lua – simboliza a capacidade instintiva do jornalista, o cara que sabe quando uma pauta vai dar merda ou quando sua matéria vai cair para dar lugar a um anúncio dos bons.
O Sol – representa a felicidade, a autoconfiança, o texto fechado a tempo, a chamada de primeira página, o furo.
O Julgamento – tem como significado as grandes mudanças que estão por vir. Que tal correr até a máquina do café para saber da rádio-peão se tem algum passaralho a caminho?
O Mundo – simboliza a perfeição, o bem-estar, a gratificação. Assim como a Roda da Fortuna, esta carta não existe no baralho jornalístico. O Mundo, meu amigo, acabou.
Leia também: O horóscopo jornalístico da semana
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Breves diálogos irreais
- Querida, pode colocar o biquíni. Hoje, vai dar praia!
- E o seu plantão, Fê?
- O editor acabou de me ligar. “Felipe, esquece o plantão. O dia está lindo. Vai aproveitar esse solzão com sua família”.
- Ai, que máximo, Fê. Já estou pegando o biquíni.
- Querida, aproveita e liga pra sua mãe. Vê se ela não quer ir pra praia com a gente.
- Acabei de chegar do sindicato e tenho uma ótima notícia!
- Já definiram o dissídio deste ano?
- Já! E advinha quanto de ganho real.
- Não sei, fala rápido!
- 15%.
- Caraca, 15%? Esse sindicato é foda mesmo!
- Muito boa a sua matéria, Paulo! Para um foca você está indo muito bem.
- Obrigado, editor. Pena que não vai ter espaço para publicar.
- Claro que vai. Vou ligar agora mesmo pro Comercial e derrubamos um anúncio!
- Sério? Não estou nem acreditando que vou publicar a minha primeira matéria.
- E, olha, amanhã vamos conversar sobre um aumento salarial, ok? Você está há um mês no jornal e merece um reconhecimento.
- Oi, a pauta é ótima. Vocês vão adorar!
- Não tenho dúvidas. Aguarda só um instantinho no telefone, por favor. Vou pedir pro editor atrasar um pouco o fechamento pra gente conversar.
- Tudo bem.
(segundos depois)
- Opa, voltei.
- Não quer que eu ligue outra hora? Não quero atrapalhar o seu fechamento.
- Não precisa. Se atrasar um pouco não tem problema. Me conta da sua pauta.
- Pai, já decidi: vou cursar Engenharia!
- Esquece essa bobagem, meu filho. Faz Jornalismo que dá mais futuro.
- E o seu plantão, Fê?
- O editor acabou de me ligar. “Felipe, esquece o plantão. O dia está lindo. Vai aproveitar esse solzão com sua família”.
- Ai, que máximo, Fê. Já estou pegando o biquíni.
- Querida, aproveita e liga pra sua mãe. Vê se ela não quer ir pra praia com a gente.
- Acabei de chegar do sindicato e tenho uma ótima notícia!
- Já definiram o dissídio deste ano?
- Já! E advinha quanto de ganho real.
- Não sei, fala rápido!
- 15%.
- Caraca, 15%? Esse sindicato é foda mesmo!
- Muito boa a sua matéria, Paulo! Para um foca você está indo muito bem.
- Obrigado, editor. Pena que não vai ter espaço para publicar.
- Claro que vai. Vou ligar agora mesmo pro Comercial e derrubamos um anúncio!
- Sério? Não estou nem acreditando que vou publicar a minha primeira matéria.
- E, olha, amanhã vamos conversar sobre um aumento salarial, ok? Você está há um mês no jornal e merece um reconhecimento.
- Oi, a pauta é ótima. Vocês vão adorar!
- Não tenho dúvidas. Aguarda só um instantinho no telefone, por favor. Vou pedir pro editor atrasar um pouco o fechamento pra gente conversar.
- Tudo bem.
(segundos depois)
- Opa, voltei.
- Não quer que eu ligue outra hora? Não quero atrapalhar o seu fechamento.
- Não precisa. Se atrasar um pouco não tem problema. Me conta da sua pauta.
- Pai, já decidi: vou cursar Engenharia!
- Esquece essa bobagem, meu filho. Faz Jornalismo que dá mais futuro.
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sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Blog Desilusões perdidas sob ameaça de censura
Em novo atentado à liberdade de expressão, o blog Desilusões perdidas corre o risco de ser tirado do ar. A razão: uma ação impetrada na Justiça pelo Sindicato Nacional das Coletivas de Imprensa (Sindicolim). A entidade considerou ofensiva a frase “coletiva de imprensa é uma grande suruba”, publicada pelo blog em post do último dia 17 de outubro. “O senhor Duda Rangel, que se diz jornalista, ultrapassa os limites da ética e do bom gosto, e faz ofensa despropositada à coletiva de imprensa. É este o dito humor inteligente do Brasil?”, protestou o sindicato em nota.
A ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, intrometeu-se no assunto e também divulgou uma nota, de apoio ao sindicato. “Repudiamos com veemência o caráter sexista do post. A coletiva, enquanto palavra feminina, é associada à libertinagem, à prática orgiástica. O senhor Duda faria a mesma associação caso fosse um substantivo masculino? Por que não o ‘fechamento é uma grande suruba’? ou ‘o plantão é uma grande suruba’?”
Ressalto que não é a primeira vez que tentam calar o Desilusões perdidas. No fim de 2010, uma ONG de defesa do filé mignon ao molho madeira ameaçou levar o blog aos tribunais, alegando que o prato é “sistematicamente ridicularizado nos posts, sempre ligado à boca-livre dos jornalistas”. A ONG chegou a falar em “bullying gastronômico”. A estratégia intimidadora não avançou.
Este ano, outro post foi motivo de repúdio de uma entidade civil, mas a tentativa de ferir a livre expressão também fracassou. No texto “Sete passos para um jornalista ambientalmente responsável”, de 11 de janeiro de 2011, a coluna do jornalista Diogo Mainardi foi comparada ao lixo que leva muito tempo para se decompor. O presidente da Associação Brasileira de Apoio ao Lixo que Leva Muito Tempo para se Decompor revoltou-se: “Tudo bem que a gente é lixo pesado, prejudica o planeta, mas ser comparado à coluna do Mainardi também já é um desrespeito”.
A ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, intrometeu-se no assunto e também divulgou uma nota, de apoio ao sindicato. “Repudiamos com veemência o caráter sexista do post. A coletiva, enquanto palavra feminina, é associada à libertinagem, à prática orgiástica. O senhor Duda faria a mesma associação caso fosse um substantivo masculino? Por que não o ‘fechamento é uma grande suruba’? ou ‘o plantão é uma grande suruba’?”
Ressalto que não é a primeira vez que tentam calar o Desilusões perdidas. No fim de 2010, uma ONG de defesa do filé mignon ao molho madeira ameaçou levar o blog aos tribunais, alegando que o prato é “sistematicamente ridicularizado nos posts, sempre ligado à boca-livre dos jornalistas”. A ONG chegou a falar em “bullying gastronômico”. A estratégia intimidadora não avançou.
Este ano, outro post foi motivo de repúdio de uma entidade civil, mas a tentativa de ferir a livre expressão também fracassou. No texto “Sete passos para um jornalista ambientalmente responsável”, de 11 de janeiro de 2011, a coluna do jornalista Diogo Mainardi foi comparada ao lixo que leva muito tempo para se decompor. O presidente da Associação Brasileira de Apoio ao Lixo que Leva Muito Tempo para se Decompor revoltou-se: “Tudo bem que a gente é lixo pesado, prejudica o planeta, mas ser comparado à coluna do Mainardi também já é um desrespeito”.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Parlendas jornalísticas
Uni duni tê
Pauta bem deprê
Reportê não qué fazê
Mas o escolhido foi você.
Um, dois, comer depois
Três, quatro, checar o fato
Cinco, seis, sem timidez
Sete, oito, tô muito afoito
Nove, dez, perdi os papéis.
Um assessor chato incomoda muita gente
Dois assessores chatos incomodam, incomodam muito mais.
Dois assessores chatos incomodam muita gente
Três assessores chatos incomodam, incomodam, incomodam muito mais.
Três assessores chatos incomodam muita gente
Quatro assessores chatos incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais.
- Cala a boca!
- Cala a boca? Já calei.
Quem manda na Justiça é o Sarney.
"En-ga-nei" a Glo-bo
Com a imagem do outro.
Assessor e pauteiro
Casamento interesseiro
Pauteiro e assessor
Casamento sem amor.
Um boato quando nasce
Se esparrama rapidão
Jornalista que o publica
Não apura informação.
Pauta bem deprê
Reportê não qué fazê
Mas o escolhido foi você.
Um, dois, comer depois
Três, quatro, checar o fato
Cinco, seis, sem timidez
Sete, oito, tô muito afoito
Nove, dez, perdi os papéis.
Um assessor chato incomoda muita gente
Dois assessores chatos incomodam, incomodam muito mais.
Dois assessores chatos incomodam muita gente
Três assessores chatos incomodam, incomodam, incomodam muito mais.
Três assessores chatos incomodam muita gente
Quatro assessores chatos incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais.
- Cala a boca!
- Cala a boca? Já calei.
Quem manda na Justiça é o Sarney.
"En-ga-nei" a Glo-bo
Com a imagem do outro.
Assessor e pauteiro
Casamento interesseiro
Pauteiro e assessor
Casamento sem amor.
Um boato quando nasce
Se esparrama rapidão
Jornalista que o publica
Não apura informação.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Coletiva de imprensa
Coletiva de imprensa tem credenciamento na porta da sala Esmeralda. Topázio. Rubi. Tem press kit montado às pressas. Tem recepcionista com cara de sono. Com cara de sapato apertado.
Coletiva tem microfone que não funciona, tem microfonia, tem entrevistado que fica com aquela porra de Alô, um, dois, três, testando, som, som. Testando.
Tem coletiva que é um fiasco. De crítica e público. Tem coletiva com transmissão ao vivo pela TV, corre-corre, gravadores amontoados na mesa, fios emaranhados no chão. Cinegrafistas se esforçando pra conviver em harmonia. Olha o meu tripé aí, pô.
Tem fotógrafo que conta piada sem graça enquanto a entrevista não começa. Tem o engraçadinho que grita Vai começar, vai começar só pra ver colega correndo desesperado. Tem assessor de imprensa pedindo silêncio uma, duas, três, cinco, dez vezes.
Coletiva tem repórter que demora meia hora pra fazer uma pergunta, divaga, fala da própria vida. Que faz três perguntas numa só. Que chega atrasado e faz pergunta que já foi feita. Que clama preferência porque está num link. Que sussura uma pergunta exclusiva no ouvido do entrevistado ao fim do evento.
Tem repórter que quer fazer a pergunta mais inteligente. Que ganha o dia se o entrevistado lhe diz Muito boa sua questão. Tem repórter que não abre a boca. Que dorme de boca aberta. Que baba. Tem repórter concentrado nos e-mails. No Sudoku.
Tem repórter que puxa o saco da entrevistada famosa, Dani querida pra cá, Carol linda pra lá. Tem repórter que pede autógrafo pra mãe. Pra tia. Pra rifar na redação.
Coletiva tem croissant frio, carpaccio de todo tipo. Suco de laranja de caixinha. Tem repórter que pega canapé com guardanapo pra bancar o fino. Tem quem pega com a mão mesmo. Tem pão de queijo malocado no bolso. Tem filé mignon ao molho madeira!
Tem assessor que pede um espaço bacana para o repórter. Tem repórter que pede um jabá bacana para o assessor.
Tem celular que toca quando deveria estar desligado. Entrevistado que derruba o microfone com a mão falante. Tem discussão, provocação. Tem assessor que diz Deu, né, gente? Só mais uma pra acabar, ok? Então, tem alvoroço entre a reportaiada. Braço erguido, indicador esticado. Aqui. Aqui. Voz que atropela voz.
Coletiva de imprensa é uma grande suruba.
Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.
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Coletiva tem microfone que não funciona, tem microfonia, tem entrevistado que fica com aquela porra de Alô, um, dois, três, testando, som, som. Testando.
Tem coletiva que é um fiasco. De crítica e público. Tem coletiva com transmissão ao vivo pela TV, corre-corre, gravadores amontoados na mesa, fios emaranhados no chão. Cinegrafistas se esforçando pra conviver em harmonia. Olha o meu tripé aí, pô.
Tem fotógrafo que conta piada sem graça enquanto a entrevista não começa. Tem o engraçadinho que grita Vai começar, vai começar só pra ver colega correndo desesperado. Tem assessor de imprensa pedindo silêncio uma, duas, três, cinco, dez vezes.
Coletiva tem repórter que demora meia hora pra fazer uma pergunta, divaga, fala da própria vida. Que faz três perguntas numa só. Que chega atrasado e faz pergunta que já foi feita. Que clama preferência porque está num link. Que sussura uma pergunta exclusiva no ouvido do entrevistado ao fim do evento.
Tem repórter que quer fazer a pergunta mais inteligente. Que ganha o dia se o entrevistado lhe diz Muito boa sua questão. Tem repórter que não abre a boca. Que dorme de boca aberta. Que baba. Tem repórter concentrado nos e-mails. No Sudoku.
Tem repórter que puxa o saco da entrevistada famosa, Dani querida pra cá, Carol linda pra lá. Tem repórter que pede autógrafo pra mãe. Pra tia. Pra rifar na redação.
Coletiva tem croissant frio, carpaccio de todo tipo. Suco de laranja de caixinha. Tem repórter que pega canapé com guardanapo pra bancar o fino. Tem quem pega com a mão mesmo. Tem pão de queijo malocado no bolso. Tem filé mignon ao molho madeira!
Tem assessor que pede um espaço bacana para o repórter. Tem repórter que pede um jabá bacana para o assessor.
Tem celular que toca quando deveria estar desligado. Entrevistado que derruba o microfone com a mão falante. Tem discussão, provocação. Tem assessor que diz Deu, né, gente? Só mais uma pra acabar, ok? Então, tem alvoroço entre a reportaiada. Braço erguido, indicador esticado. Aqui. Aqui. Voz que atropela voz.
Coletiva de imprensa é uma grande suruba.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O produtor que cansou de ser produtor
Quer saber? Repórter de TV deveria ser produtor por um dia. Só por um dia.
Quer saber? Não estudei quatro anos pra aturar piti de quem se acha a estrela.
Quer saber? Faço quatro pautas por dia. Para quatro repórteres.
Quer saber? A vida na redação é uma prisão.
Quer saber? É broxante ser só um nome que aparece por poucos segundos na tela.
Quer saber? Já tô de saco cheio de pensar em matérias criativas, apurar, correr atrás de fontes confiáveis, agendar entrevistas, escolher locações, escrever toda a pauta, organizar equipe de gravação e o escambau pra você, repórter, ficar com a fama.
Quer saber? Cansei de levar culpa por matéria que sai uma merda.
Então, não quer ser produtor de telejornal por um dia?
Só por um dia?
Quer saber? Não estudei quatro anos pra aturar piti de quem se acha a estrela.
Quer saber? Faço quatro pautas por dia. Para quatro repórteres.
Quer saber? A vida na redação é uma prisão.
Quer saber? É broxante ser só um nome que aparece por poucos segundos na tela.
Quer saber? Já tô de saco cheio de pensar em matérias criativas, apurar, correr atrás de fontes confiáveis, agendar entrevistas, escolher locações, escrever toda a pauta, organizar equipe de gravação e o escambau pra você, repórter, ficar com a fama.
Quer saber? Cansei de levar culpa por matéria que sai uma merda.
Então, não quer ser produtor de telejornal por um dia?
Só por um dia?
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Hoje é dia de Maria
Maria Isabel a-do-ra a vida de repórter. Não a troca por nada.
Hoje é dia de Maria acordar com planos de tomar mojitos à noite, de se jogar numa pista de dança.
Hoje é dia de Maria ter um dia light na redação.
Hoje é dia de Maria ser surpreendida por uma pauta roubada.
Hoje é dia de Maria cobrir a explosão de uma casa de fogos em Guaianases.
Hoje é dia de Maria descobrir que Guaianases fica no cu do mundo.
Hoje é dia de Maria ver desgraça, gente machucada, gente morta.
Hoje é dia de Maria falar com bombeiro herói, vizinho mentiroso.
Hoje é dia de Maria almoçar pastel com Coca no bar do Ceará.
Hoje é dia de Maria reencontrar sua gastrite.
Hoje é dia de Maria trocar figurinhas com outros repórteres que também tiveram o dia premiado com uma explosão em Guaianases.
Hoje é dia de Maria tomar chuva, de pedir proteção a Santa Bárbara e ao toldo do bar do Ceará.
Hoje é dia de Maria pensar: será que eu ainda tenho o login e a senha da Catho?
Hoje é dia de Maria escrever matéria dentro do carro da reportagem.
Hoje é dia de Maria pegar um puta trânsito para voltar à redação.
Hoje é dia de Maria descobrir que Guaianases não fica no cu do mundo. Fica na hemorróida do cu do mundo.
Hoje é dia de Maria chegar tarde à redação. Molhada, faminta.
Hoje é dia de Maria pedir desculpa à amiga. Não vou mais dançar, tô um bagaço só. Você tem noção de onde fica Guaianases?
Hoje é dia de Maria tomar um banho quente e só ter forças de preparar um miojo.
Hoje é dia de Maria ligar a TV para dar mais uma olhadinha na cobertura da tragédia.
Hoje é dia de Maria ficar encanada. Dez mortos? Não eram 8? Comi bola? Porra!
Hoje é dia de Maria demorar para dormir.
Hoje é dia de Maria decidir que amanhã é dia de procurar a senha da Catho. Sem falta.
Hoje é dia de Maria sonhar com os mortos.
Amanhã é dia de Maria acordar como se nada tivesse acontecido. Com a cabeça mais uma vez nos mojitos. Na pista de dança.
Hoje é dia de Maria acordar com planos de tomar mojitos à noite, de se jogar numa pista de dança.
Hoje é dia de Maria ter um dia light na redação.
Hoje é dia de Maria ser surpreendida por uma pauta roubada.
Hoje é dia de Maria cobrir a explosão de uma casa de fogos em Guaianases.
Hoje é dia de Maria descobrir que Guaianases fica no cu do mundo.
Hoje é dia de Maria ver desgraça, gente machucada, gente morta.
Hoje é dia de Maria falar com bombeiro herói, vizinho mentiroso.
Hoje é dia de Maria almoçar pastel com Coca no bar do Ceará.
Hoje é dia de Maria reencontrar sua gastrite.
Hoje é dia de Maria trocar figurinhas com outros repórteres que também tiveram o dia premiado com uma explosão em Guaianases.
Hoje é dia de Maria tomar chuva, de pedir proteção a Santa Bárbara e ao toldo do bar do Ceará.
Hoje é dia de Maria pensar: será que eu ainda tenho o login e a senha da Catho?
Hoje é dia de Maria escrever matéria dentro do carro da reportagem.
Hoje é dia de Maria pegar um puta trânsito para voltar à redação.
Hoje é dia de Maria descobrir que Guaianases não fica no cu do mundo. Fica na hemorróida do cu do mundo.
Hoje é dia de Maria chegar tarde à redação. Molhada, faminta.
Hoje é dia de Maria pedir desculpa à amiga. Não vou mais dançar, tô um bagaço só. Você tem noção de onde fica Guaianases?
Hoje é dia de Maria tomar um banho quente e só ter forças de preparar um miojo.
Hoje é dia de Maria ligar a TV para dar mais uma olhadinha na cobertura da tragédia.
Hoje é dia de Maria ficar encanada. Dez mortos? Não eram 8? Comi bola? Porra!
Hoje é dia de Maria demorar para dormir.
Hoje é dia de Maria decidir que amanhã é dia de procurar a senha da Catho. Sem falta.
Hoje é dia de Maria sonhar com os mortos.
Amanhã é dia de Maria acordar como se nada tivesse acontecido. Com a cabeça mais uma vez nos mojitos. Na pista de dança.
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Enquete: quais temas mais te atraem no blog?
A nova pesquisa está mais séria e quer conhecer um pouco os hábitos de consumo dos leitores. Quais temas do jornalismo mais atraem seu interesse neste blog? Vida de foca? Agruras da profissão? Ética? Causos da imprensa? Estas e outras opções estão na coluna à direita. Você pode votar em mais de uma alternativa. Manifeste-se também na área de comentários.
A enquete encerrada nesta semana – Qual a pauta mais roubada para um jornalista cobrir? – foi uma das mais disputadas da história do blog. A alternativa vencedora, “Uma palestra de 3 horas de um ambientalista xiita”, teve 19% dos votos. Em segundo lugar, ficou a opção “Velório num domingão de sol”, com 16%.
A enquete encerrada nesta semana – Qual a pauta mais roubada para um jornalista cobrir? – foi uma das mais disputadas da história do blog. A alternativa vencedora, “Uma palestra de 3 horas de um ambientalista xiita”, teve 19% dos votos. Em segundo lugar, ficou a opção “Velório num domingão de sol”, com 16%.
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
10 formas de sacanear um jornalista
1. Chamá-lo de jornaleiro (sacanagem clássica).
2. Dizer a ele que o dissídio anual da categoria será de 30% e, logo depois, disparar um “pegadinha do Mallandro”.
3. Fazer chifrinho nele quando ele entrar ao vivo na TV.
4. Questioná-lo (com ar sério para esconder a sacanagem): “Mas se você é jornalista, por que não trabalha na Globo?”
5. Questioná-lo (novamente com ar sério): “Todos os jornalistas se parecem com a personagem da Carolina Dieckmann?”
6. Passar uma informação falsa só para ele publicar uma barriga.
7. Contar que seu cachorro cagou bem em cima de uma matéria assinada por ele.
8. Convidá-lo para uma coletiva de imprensa sem comidinhas e presentinhos.
9. Ligar para ele no meio do plantão (um domingão de sol) e dizer: “Vem curtir o churrasco com a gente. A cerveja tá uma delícia.”
10. Consolar a mulher dele (sozinha e carente) no churrasco do domingão de sol.
2. Dizer a ele que o dissídio anual da categoria será de 30% e, logo depois, disparar um “pegadinha do Mallandro”.
3. Fazer chifrinho nele quando ele entrar ao vivo na TV.
4. Questioná-lo (com ar sério para esconder a sacanagem): “Mas se você é jornalista, por que não trabalha na Globo?”
5. Questioná-lo (novamente com ar sério): “Todos os jornalistas se parecem com a personagem da Carolina Dieckmann?”
6. Passar uma informação falsa só para ele publicar uma barriga.
7. Contar que seu cachorro cagou bem em cima de uma matéria assinada por ele.
8. Convidá-lo para uma coletiva de imprensa sem comidinhas e presentinhos.
9. Ligar para ele no meio do plantão (um domingão de sol) e dizer: “Vem curtir o churrasco com a gente. A cerveja tá uma delícia.”
10. Consolar a mulher dele (sozinha e carente) no churrasco do domingão de sol.
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segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O que estaria escrito na lápide de jornalistas famosos
Haaaja oração!
(Galvão Bueno)
Não fugi para o limbo.
(Diogo Mainardi)
O valor do terreno no céu subiu 26,7% em setembro.
(Joelmir Beting)
É preciso passar o paraíso a limpo.
(Boris Casoy)
Deus me disse: você é o cara.
(Arnaldo Jabor)
Como tem papa por aqui.
(Ilze Scamparini)
Saudade das minhas focas.
(Caco Barcellos)
Este túmulo tem o patrocínio da Funerária Novo Horizonte. Marque um golaço na hora de morrer. E atenção: quem tiver um mal súbito nos próximos 10 minutos ganha um desconto especial.
(Milton Neves)
Polícia celestial confirma esquema de compra de vida após a morte.
(César Tralli)
Esses vermes vagabundos estão me comendo! Cadê as autoridades?
(José Luiz Datena)
Que tristeza!
(Milton Leite)
A morte
Ó dama negra e forte
Chegou mansa
Deixou-me torpe.
(Pedro Bial)
Não é para ser uma viúva muito alegre, viu, dona Fátima?
(William Bonner)
Boa morte.
(Cid Moreira)
(Galvão Bueno)
Não fugi para o limbo.
(Diogo Mainardi)
O valor do terreno no céu subiu 26,7% em setembro.
(Joelmir Beting)
É preciso passar o paraíso a limpo.
(Boris Casoy)
Deus me disse: você é o cara.
(Arnaldo Jabor)
Como tem papa por aqui.
(Ilze Scamparini)
Saudade das minhas focas.
(Caco Barcellos)
Este túmulo tem o patrocínio da Funerária Novo Horizonte. Marque um golaço na hora de morrer. E atenção: quem tiver um mal súbito nos próximos 10 minutos ganha um desconto especial.
(Milton Neves)
Polícia celestial confirma esquema de compra de vida após a morte.
(César Tralli)
Esses vermes vagabundos estão me comendo! Cadê as autoridades?
(José Luiz Datena)
Que tristeza!
(Milton Leite)
A morte
Ó dama negra e forte
Chegou mansa
Deixou-me torpe.
(Pedro Bial)
Não é para ser uma viúva muito alegre, viu, dona Fátima?
(William Bonner)
Boa morte.
(Cid Moreira)
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