terça-feira, 26 de novembro de 2013

10 coisas que todo jornalista deveria fazer antes de morrer


Uma entrevista perigosa: com um traficante, um psicopata, um motorista bêbado na blitz da Lei Seca ou com o Dado Dolabella.

Sair à rua com uma pauta nas mãos e voltar à redação com uma matéria totalmente diferente.

Passar uma semana inteirinha sem usar o Google.

Fazer uma cobertura internacional, na China, Londres ou sobre os muambeiros em Ciudad del Este.

Participar de uma greve na redação.

Dormir na rua como mendigo ou ser stripper por uma noite, para descrever com mais realismo as suas histórias. Só não vá levar muito a sério a ideia de ser stripper, ok?

Mandar o patrão à merda e dar início a uma emocionante carreira de free lancer.

Chorar pra valer ao cobrir uma tragédia.

Pagar todas as contas do mês sem atraso, ao menos uma vez na vida.

Negociar com o chefe uns dias a mais de folga, para poder fazer um filho. Ou plantar uma árvore. Ou escrever um livro.


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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Se o povo de Amor à Vida fosse jornalista (versão atualizada)


Félix – é o picareta que só se dá mal, dono da frase “Será que eu botei cartucho remanufaturado na impressora do Gutenberg?”.

Valdirene – é a foca que passa a ser adestrada de acordo com os mais refinados manuais de redação e estilo do jornalismo.

Guto, Patrícia, Michel e Silvia – moderninhos, frequentam redações de swing, onde trocam de parceiros para escrever matérias a quatro mãos.

Linda – é a repórter que, ao deixar o mundinho da redação onde vivia presa, descobre que as matérias na rua são bem mais legais.

Paulinha – é a jovem dividida entre um trampo descolado em mídias sociais e um empreguinho careta de redatora de economia.

Aline – é a imprensa que se diz séria, mas adora uma manipulação.

César – é o jornalista que se diz sério, mas adora uma imprensa manipuladora.

Bernarda e Lutero – depois de décadas sem fazer uma pauta, são os editores da terceira idade que decidem reviver os bons tempos de reportagem.

Eron – é o jornalista que ora quer trabalhar numa redação convencional, ora quer ser assessor de imprensa, e ora quer as duas coisas ao mesmo tempo.

Pilar – é a publicação impressa que perdeu o poder de sedução, a autoestima, e foi trocada por uma jovem mais atraente, a internet.

Amarilys – é a repórter que roubou a pauta do melhor amigo e não devolve de jeito algum.

Paloma – é a assessora que pira ao saber que o seu release, gerado com tanto carinho e tantos superlativos, foi jogado numa lixeira de computador.


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terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Rei do Camarote agregou valor ao jornalismo


Quando o jornalista da Vejinha que entrevistou o Rei do Camarote resolveu dar mil explicações para provar que sua reportagem era, sim, verídica, pensei: “fodeu de vez”.

Um repórter suplicando “acredite em mim, meu amor, e não no batom que estão inventando para a minha cueca” é algo muito mais sério do que simplesmente saber se Alexander de Almeida é um boçal real ou um boçal fake.

Ok, assim como a minha ex-mulher, a imprensa nunca foi 100% honesta, mas ao menos parecia honesta. Parece que nem parecer ela parece mais.

Apesar do meu “fodeu de vez” e do quê de desalento do início deste texto, a discussão toda que rolou em torno da verdade ou não da história foi ótima.

Se antes a grande imprensa era a dona de uma verdade absoluta, hoje a pluralidade de informações, contrainformações, subversões e opiniões deixou tudo muito relativo.

E tudo muito maluco também. E a bagunça que virou a circulação da informação nos obriga a pensar e questionar cada vez mais.

O que é verdade, afinal? E o que não é? Em quem confiar?

O jornalista sempre teve o dever de ser um sujeito desconfiado. Agora esta missão é de todo mundo que consome informação.

É claro que muito leitor acostumado à passividade vai achar que desconfiar dá um trabalhão danado, que ainda é melhor uma verdade mastigada. Tenho mesmo que me importar com cuecas e seus batons?

Mas outros tantos vão despertar. E este despertar é urgente.

Mesmo sem querer, a Vejinha, o repórter cheio de explicações e seu rei boçal (real ou não) ajudaram a agregar valor ao jornalismo.


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terça-feira, 5 de novembro de 2013

10 dicas para o caso de você se apaixonar por um entrevistado bonitão


Sendo bonitão, definitivamente este cara não é jornalista, o que é ótimo. Enfim, um homem decente na sua vida. De repente, o cara pode até ter o corpo sarado, a conta bancária sarada. Já pensou? Faça de tudo para conquistá-lo.

Elogie a voz dele, as frases claricelispectorianas dele, as ideias originais dele e, pelo amor de Deus, nada de corrigir um eventual deslize dele no Português. Se o homem é bonitão, deixe-o falar “a nível de” à vontade.

Ao fim da entrevista, sonde se é possível ligar para o celular dele a qualquer hora do dia para checar uma coisinha ou outra. Diga que cuidado com a informação é a chave do bom jornalismo. E, claro, resolva ter uma dúvida no sábado à noite.

Jornalistas odeiam deixar o entrevistado ler a matéria antes de publicada, mas, neste caso, abra uma exceção. Nada de mandar o texto por e-mail. Que tal marcar um jantar romântico pra saber se ele gostou do lead? Só tome cuidado pra não pagar a conta, hein?

Mostre ao entrevistado que você entende muito do assunto dele. Isso vai impressioná-lo. Eu até tentei pensar em outras formas de um jornalista impressionar o entrevistado e, sinceramente, não achei mais nada legal. Vamos estudar o assunto então?

Se além de entrevistá-lo você for fazer fotos dele, contenha-se. Jamais peça para ele abrir a camisa e exibir o peitoral. Não parece, mas jornalismo é, sim, uma coisa séria.

Se ele for o entrevistado tipo fonte cheia de informação boa, além de resolver o lado do seu coração, você ainda passará a descolar umas manchetes ótimas. Ele dá um furo pra você e você... não, não vou fazer esta piadinha tosca e clichê.

Evite entrar numa nóia de dilemas morais, tipo é ético eu dar para o entrevistado? Dê para o cara primeiro, fume um cigarrinho de boa e, só depois, vá pesquisar no Código de Ética dos Jornalistas se existe algum tipo de impedimento para o caso.

Se você sentir que o entrevistado também se interessou por você, faça de tudo para que nenhuma outra repórter da redação queira entrevistá-lo. Proteção é tudo. Se pauta bosta já tem gente roubando, imagine só homem bonito.

Antes de se declarar para o entrevistado, certifique-se de que ele não é casado. De roubada nesta vida já basta o seu contracheque.


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