quinta-feira, 30 de agosto de 2012

20 coisas que o jornalista não pode perder


1. O celular com os contatos das fontes.

2. O bloquinho com as anotações.

3. A cara de pau.

4. O horário da coletiva.

5. A dignidade (mesmo que tentem pagar muito bem por ela).

6. O tesão.

7. O deadline.

8. O texto (quando der pau no computador).

9. O jabá (principalmente se for dos bons).

10. A paciência com entrevistados que não abrem a boca.

11. A paciência com entrevistados que falam demais.

12. A noção do perigo.

13. O emprego (porque vai ser foda encontrar outro).

14. A voz durante o link.

15. O instante da foto.

16. O controle emocional (quando pegar o contracheque).

17. A chance de rir do concorrente quando der um furo.

18. A pastinha com os recortes das matérias (vai que a faxineira resolve mandar para a reciclagem).

19. A esperança.

20. A graça de ser jornalista.


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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Jornalista vota em jornalista


Os candidatos da bancada da imprensa estão de volta.

Paulinho Foca
Você não me conhece! É que eu acabei de me formar e ainda estou desempregado. Minha principal bandeira é o trabalho digno para os jovens jornalistas. Chega de só ficar escrevendo notinha. Vou lutar também pelo fim do bullying e das piadinhas com os focas.

Adílson do Sindicato
Em minha longa trajetória como dirigente sindical, não consegui bons dissídios para a categoria, nem tive sucesso na defesa do diploma. Preciso de seu voto para seguir não lutando por você.

Rita de Cássia
Sou mulher, mãe, filha, tia, repórter, pauteira, assessora, fotógrafa, designer, faço trufas para vender na redação e, de madrugada, ainda lavo roupa! Eleita, posso fazer muito mais!

Zé da Coletiva
Entre os meus projetos estão o “Minha Boca-Livre, Minha Vida”, o “Bolsa-Jabá” e o “Press Kit pra Todos”. Pelo fim da fila do credenciamento. Pelo direito de dormir nas entrevistas chatas.

Professor Eugênio
Por um curso superior de jornalismo de boa qualidade. Pela inclusão da disciplina “Introdução a Técnicas de Sobrevivência” no currículo. Pela legalização do jogo de truco nas universidades.

Mulher-nêspera
Sou mulher-fruta, modelo, atriz e jornalista. Meu lema é menas inteligência e mais beleza nas redações. Abaixo a Marília Gabriela! Prometo lutar para que toda gostosa tenha seu próprio programa de previsão do tempo ou de esportes radicais.

Tonhão
Você está cansado de trabalhar por dias e dias sem descanso? Não suporta mais perder o churrasco do domingo por ser obrigado a estar na redação? Chega de exploração! Contra o patrão, ou melhor, contra o plantão, vote Tonhão!


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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A arte de conciliar empregos


Sabe aquele cara que tem umas três mulheres ao mesmo tempo, três famílias diferentes, uma em cada canto? Então, muito jornalista é adepto desta relação múltipla, mas no que diz respeito a emprego. Jornalista vive uma espécie de poligamia trabalhista.

Porque se a gente somar uma miséria aqui, uma miséria ali e uma miséria acolá, no fim do mês a gente pode ganhar uma miséria com mais sustância.

Ok, não são necessariamente três empregos. Pode ser um emprego fixo e, para complementar a renda, uns frilas ou bicos, que equivalem às puladas de cerca. Fidelidade e exclusividade são coisas bacanas, mas, no mundo jornalístico, não enchem barriga.

Os combos são variados. Peça pelo número: 1) assessor de imprensa na prefeitura pela manhã, redator no jornal diário à tarde, frilas de texto à noite; 2) repórter de rádio pela manhã, produtor de TV à tarde, voz e violão no barzinho à noite; 3) fotógrafa de revista pela manhã, de eventos corporativos à tarde, vendedora de Avon 24 horas por dia. E por aí vai.

Se com um único emprego já não é fácil descolar um tempo livre, imagine com três. É correria para comer, para escapar do trânsito entre um trabalho e outro. Time is money do inferno.

Agora, a gente aqui falando de poligamia trabalhista, mas há muito repórter que não tem sequer um emprego. Para este, meio-emprego já seria bom demais. Um quarto de emprego que fosse. Um blog?


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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Se a cachorrada fosse jornalista


O repórter com complexo de Clark Kent.

A repórter de Moda.

O repórter investigativo.

O assessor de imprensa que adora um follow-up.

O repórter pidão de pauta.

O repórter que não perde uma boca-livre.

O repórter metido a DJ nas horas vagas.

O repórter do jornalzinho do sindicato.

O repórter de TV orgulho da família.

O repórter que vive na rua.

O repórter que não tem medo de entrevistado bravo.

O repórter que não briga com o assessor de imprensa.

O crítico de cinema no Festival de Gramado.

Os estagiários.

O repórter que não checa informação.


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O post jornalístico dos porquês


Por que o Globo Repórter só fala de bicho e colesterol? Por que o piso salarial do jornalista é muito mais piso do que o piso de várias outras profissões? Por que o jornal de domingo tem mais anúncio do que notícia interessante? Por que tem repórter que nunca sabe a diferença entre por que, por quê, porque e porquê? Por que pauteiros e assessores de imprensa têm uma relação de amor e ódio? Por que eu não ouvi meu pai antes do vestibular? Por que nos telejornais só existem as moças do tempo e nunca os moços do tempo? Por que a nossa liberdade é sempre capenga? Por que a nossa profissão dá um prazer que nem Freud explica? Por que a cobertura do Dia das Mães é todo ano igual? Por que tem frila que demora tanto a ser pago? Por que ainda tem tanto jornalista que se acha? Por que ainda tem tanto jornalista perdido? Por que os portais de internet são tão poluídos? Por que jornalista é uma raça desunida? Por que a Ana Paula Padrão insiste em chamar a Record de Globo? Por que o jornalismo é um vício difícil de largar? Por que o Ministério da Saúde não adverte porra nenhuma sobre esse vício? Por quê? Por quê? Por que jornalista tem essa mania de querer saber o porquê de tudo?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ser estagiário de jornalismo é...


Pegar umas pautas bem ordinárias e achar isso o máximo.

Assinar uma matéria de 10 linhas e achar isso o máximo do máximo.

Jogar Candy Crush enquanto o mundo lá fora parece pegar fogo.

Ouvir, sempre que pintar uma roubada na redação, alguém dizer: “Pede pro estagiário”.

Concluir que o início é difícil, mas ter também a certeza de que, com o tempo, a coisa piora.

Ter pique total, topar qualquer parada.

Viver à procura de um estágio melhor. Para abandonar a merda do estágio atual.

Sonhar (dormindo e acordado) com uma efetivação.

Fazer tudo o que um repórter experiente faz, mas ganhar como estagiário.

Ser culpado pelas cagadas que saem no jornal. Até que se prove o contrário.

Colocar a mão no queixo e se perguntar: “Porra, jornalismo então é isso?”.

Fazer uma reportagem duca e exclamar: “Porra, jornalismo é isso!”.

Descobrir que a prática é muito melhor do que as aulinhas chatas da faculdade.

Desejar que a bolsa-auxílio seja uma bolsa Prada ou uma Louis Vuitton. Legítimas.


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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Jornalista, pai


Pai é quem cria.

Quem cria o texto. Está tudo lá, os genes bons, as doenças hereditárias de sua escrita.

Matéria assinada é registro em cartório. Texto sem crédito é texto sem pai. Sujeito a teste de DNA no Ratinho.

O pai, o “quem cria”, cria também portfólio com as crias, tipo álbum de fotos do bebê. Para mostrar para todo mundo. Para rever no futuro, quando a saudade bater.

O pai, o tal “quem cria”, fica sem dormir pela cria. Vive cheio de preocupação. Para ela crescer saudável. Sem informação errada, sem vírgula indevida. Lambe a cria bem lambida.

E jornalista não cria só texto. Cria variados tipos de cria. Cria ilusão. Barriga de chope. Cabelos brancos. Cria caso de montão.

Cria até gente de verdade. Humano mesmo, sabe?

Só precisa arrumar um tempinho para esta criação.

E frilas pelo resto da vida.


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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Olimpíada dos Jornalistas


Corrida atrás de emprego com barreiras.

Triatlo de redação (apuração, redação e fechamento da matéria).

Levantamento de copinho de café.

Revezamento 4x1 (4 fins de semana de plantão por 1 de folga).

Arremesso de credencial.

Luta livre entre assessor de imprensa e jornalista de redação.

Maratona eleitoral.

Marcha atlética da maconha (rebolando com o cigarro na boca).

Textos ornamentais (ouro para o maior nariz-de-cera).

50 metros de sanduíche estilo boca-livre.

Salto de pauta triplo (três pautas num só dia).

Lançamento de programa de TV.

Ginástica financeira artística.

Tiro ao Gilmar Mendes (pistola e carabina, à queima-roupa).

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Se a turma do Chaves fosse jornalista


Chaves – é o repórter que irrita os entrevistados com perguntas sem sentido. Ninguém tem paciência com ele.

Dona Florinda – é a repórter do Primeiro Caderno que se acha mais nobre do que a gentalha de outras editorias.

Professor Girafales – é o jornalista que anda com o manual de redação debaixo do braço, corrigindo os outros, cagando regra.

Nhonho – é o repórter que vai a coletiva só para comer.

Seu Madruga – é o jornalista desempregado, que vive de frilas safados e há 14 meses deve uma grana a um amigo assessor.

Jaiminho – é o repórter acomodado, que não sai da redação por nada. Precisa evitar a fadiga.

Chiquinha – é a estagiária meio nerd, meio espertinha.

Senhor Barriga – é o assessor de imprensa que fica cobrando quando vai sair a matéria.

Quico – é o reporterzinho que adora exibir seu celular novo, seu gravador digital novo, seu texto de merda novo.

Dona Clotilde ou Bruxa do 71 – é a jornalista fofoqueira e pouco atraente, praticamente uma Sônia Abrão.


Leia também: "Se o povo de Avenida Brasil fosse jornalista"



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