sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Adesivos para carros de jornalista (se ele conseguir ter um carro, claro)


Eu acredito em imprensa livre (e em duendes).

Rastreado por um chefe de reportagem chato pra cacete.

Como estou escrevendo? Bem? Muito bem?

Não sou o dono do mundo, mas tenho a carteira da Fenaj.

Meu outro carro é o de reportagem.

Redação: unidade móvel.

É velho e, pior, não tá pago.

Orgulho de ser caótico.

Velocidade controlada pelo deadline.

Não me inveje, sou jornalista.


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

Curta a página do blog no Facebook aqui.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

20 desabafos e mimimis clássicos de jornalista


1. Essa redação bem que poderia ter um ar-condicionado. Calor do inferno.

2. Que motorista lerdo (pensando). Amigo, não dá para ir mais rápido, não? Tô atrasado.

3. Eu não ganho para trabalhar tanto assim, tá me entendendo? (a um amigo no bar)

4. Doutor, qual o problema de eu ser gordo e sedentário? Isso aqui é o Medida Certa, do Fantástico? Não, não é!

5. Porra, meus pais não me entendem! Eles acham que é fácil arrumar emprego.

6. Esse computador tá mais lento que o motorista da pauta de hoje. Boa era a época da máquina de escrever!

7. Comidinha ruim, viu? Esse almoço de coletiva já foi melhor.

8. Galera, dá pra fazer silêncio aí, por gentileza, que eu tô falando com um entrevistado importante aqui no telefone?

9. Mas vocês não fazem silêncio mesmo! Não dá pra calar a boca um instante?

10. Como não vai me deixar entrar? E a liberdade de ir e vir da imprensa? Você pode chamar o dono da festa, por favor?

11. Pauteiro grosso. Desligou na minha cara. Ninguém respeita assessor nesse país.

12. Estúdio, tô sem retorno. De novo. Assim fica difícil. E essa garoa, gente? Ai, minha escova.

13. Meu, eu fiz mais da metade da matéria e meu nome só saiu no rodapé, como colaboradora. Sacanagem (a uma amiga no bar).

14. O filho da puta nunca pode me atender, porque tá sempre em reunião. Vai gostar de reunião assim no inferno.

15. Ninguém curte o meu texto (sentado na janela do 23º andar).

16. Deus, onde Tu tava quando eu decidi fazer jornalismo? Hein? Tu não é o Onipresente?

17. Prosecco vagabundo, viu? Isso aqui já foi melhor.

18. Você casou com uma jornalista só para eu ficar lendo e corrigindo os seus textos acadêmicos! Confessa! Cadê o amor? O carinho? Cadê aquela coisa da troca?

19. Puta que pariu!

20. Eu já trabalhei no réveillon do ano passado. Plantão de novo este ano, não. Posso ter o direito de pular ondinha?


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

Curta a página do blog no Facebook aqui.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Hits de Avenida Brasil (versão para jornalistas)


Odeio quando a pauta cai
(versão de Assim você mata o papai)

Ai, ai! Ai, ai, ai, ai! Odeio quando a pauta cai
Ai, ai! Ai, ai! Texto fechado e tudo mais
Ai, ai! Ai, ai, ai, ai! Odeio quando a pauta cai
Ai, ai! Ai, ai! Anúncio bom é o carai.


Salário safado
(versão de Cachorro perigoso)

Salário magrinho, safado, vergonhoso e pronto pra causar horror
Louco pra acabar logo.


Aniversário da minha mulher
(versão de Amiga da minha mulher)

Aniversário da minha mulher
Pois é, pois é
E eu ralando num plantão sem fim
Enfim, enfim.


Sem razão
(versão de Minha razão)

Eu me apaixonei tão de repente
Mas era um foca inocente
Nem conhecia o pescoção.

Quando o jornalismo pega a gente
É como um vício, uma aguardente
Você esquece a razão.


Vem fechar com tudo
(versão de Vem dançar com tudo)

Oi oi oi
Vem fechar comigo
Atenção no ritmo
Não vai poder bobear.

Todos apressados
Até o fim da noite
Calhau é pra evitar.

Mexe e reescreve
Tira a viúva
Lead tá errado
Corta um bocado.


Eu quero fri, eu quero la
(versão de Eu quero tchu, eu quero tcha)

Eu quero fri, eu quero la
Eu quero fri-la-la, fri-fri-la
Fri-la-la, fri-fri-la.


Leia também: Se o povo de Avenida Brasil fosse jornalista
 

Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Frio na barriga


Jornalista sente um friozinho na barriga.

Quando começa a faculdade cheio de incerteza.

Quando sonha com o TCC.

Quando cai todo cru no mercado de trabalho.

Quando vai para a primeira pauta da vida.

Quando faz uma entrada ao vivo na TV.

Quando se aventura pelo jornalismo diário.

Quando escuta o chefe berrar “voa pro incêndio na favela agora”.

Quando o motorista doidão do jornal anda a 120 por hora para chegar à favela.

Quando vê o deadline estourando. E o bloqueio não ir embora.

Quando entra com uma microcâmera escondida (não me pergunte onde) no gabinete do vereador corrupto.

Quando chega a sua vez de fazer a pergunta na coletiva lotada.

Quando fica de frente com o seu ídolo da música para uma entrevista.

Quando precisa usar o inglês meio enferrujado.

Quando o namorado(a) vai emitir uma opinião sobre a sua grande matéria.

Quando resolve malocar uma empadinha do brunch no bolso. Ou melhor, várias empadinhas.


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

Curta a página do blog no Facebook aqui.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

25 tipos de jornalista chato


1. O que chega atrasado à coletiva e fica cutucando os colegas para saber tudo o que já rolou.

2. O que vive pedindo telefone de fontes para a galera.

3. O que acha que sabe tudo.

4. O que conta vantagem só porque deu um furinho de merda.

5. O que adora dar palpite no texto alheio.

6. O que tem piti quando dão palpite no seu texto.

7. O que gosta de lamentar que a pauta dos outros é sempre melhor.

8. O que faz a mesma piadinha sem graça todo pescoção.

9. O que exige silêncio geral na redação quando precisa fazer uma entrevista por telefone.

10. O que corrige os erros de Português dos colegas até no café.

11. O que sacaneia quem vai ficar de plantão.

12. O que nunca vai ao bar porque a patroa não deixa.

13. O que vai ao bar, mas nunca paga a cerveja.

14. O que envia 20 perguntas por e-mail para o assessor e pede as respostas para ontem.

15. O que cobra o assessor para responder logo as 20 perguntas.

16. O que fica implorando voto para si próprio no concurso dos melhores jornalistas do ano.

17. O que monopoliza o microfone na coletiva de imprensa.

18. O que adora exibir seus conhecimentos futebolísticos, como a escalação do Bangu no Carioca de 1966.

19. O que fica cheio de misteriozinho, acreditando que todos querem roubar suas ideias maravilhosas de pauta.

20. O que conta os detalhes quando lhe perguntam apenas se sua pauta foi boa ou não.

21. O que fica insistindo com o entrevistado até conseguir a resposta que deseja.

22. O que teima em perguntar “é verdade que vocês não gostam de tocar Ana Júlia?” para os caras da banda Los Hermanos.

23. O que liga para o celular da fonte num domingo de manhã.

24. O que quer ser mais importante que a notícia.

25. O que vai ao motel e fica falando de jornalismo. E assistindo a Globo News.


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

Curta a página do blog no Facebook aqui.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os jornalistas segundo Tim Burton


Victor é um foca desajeitado e Emily é a repórter que vive dizendo que está morta de tanto trabalhar. Victor conhece Emily, “a repórter cadáver”, e passa a viver no mundo dela, o mundo dos jornalistas que ralam e ralam e ralam, e não têm vida.

Sweeney Todd, “o editor demoníaco da redação Fleet”, é um sujeito vingativo e que mostra grande habilidade com a tecla delete, fazendo picadinho dos textos dos repórteres.

Beetlejuice, de “Os Assessores de Imprensa Fantasmas se Divertem”, é o jornalista que conseguiu uma vaguinha no gabinete do deputado, bom salário, mas sequer aparece para trabalhar.

Ed Bloom, de “Língua Grande e suas Histórias Maravilhosas”, é o repórter contador de causos, no melhor estilo pescador. Ed aumenta, mas não inventa. Ou melhor, inventa pra cacete.

O repórter sem cabeça, de “A Lenda do Repórter Sem Cabeça”, teve a ousadia de criticar o candidato do dono do jornal, aquele que escreve artigos na página 2. Foi, claro, decapitado.

O Pauteiro Maluco, um dos personagens mais cativantes de “Alice no País dos Frilas”, é o cara que fica distribuindo as pautas e pedindo as matérias para ontem. Doidão de tudo.

Edward Mãos de Tesoura, conhecido como o repórter que vive cortando o texto para caber no espaço, é a essência do jornalista: esquisito e só se ferra. Mas impossível não amá-lo.



Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.




Curta a página do blog no Facebook aqui.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Independência no jornalismo ou morte


Independência é quando o povo do comercial não se mete na vida do povo do editorial.

É trabalhar na Veja e falar bem do Lula, trabalhar na Carta Capital e falar mal do Lula.

É não se curvar a pressões, a assédios morais.

Independência é não ter medo de denunciar, de botar o dedo na ferida.

É dizer o que precisa ser dito, mostrar o que precisa ser mostrado.

Independência é dormir com a consciência tranquila. Com o rabo solto.

É cagar e andar para fonte interesseira.

Independência é criar outros canais de comunicação.

É vigiar o mundo. Pensar por si próprio.

Independência no jornalismo é como disco voador.

Difícil de ver, mas que existe, existe.


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.

Curta a página do blog no Facebook aqui.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Manual básico para o jornalista cuidar da saúde


A Organização Mundial da Saúde sugere que todo ser humano coma a cada três horas, com exceção feita a modelos anoréxicas e jornalistas. No nosso caso, ou se come ou se trabalha. Para jornalistas, almoçar e jantar num mesmo dia é um puta luxo. Se o pauteiro lhe mandar para um brunch, será o paraíso.

Beber demais é coisa do passado, a moda agora é consumo moderado. O romantismo jornalístico-cachaceiro acabou, e o fígado agradece. Mas não precisa exagerar na saúde. Nada de suco de clorofila, ok? Isso já é um atentado à profissão de jornalista.

Não abuse de atividades de alto impacto ou esforços intensos, como quatro pautas por dia ou vários fechamentos na semana. Busque alternativas mais leves, como folgar de vez em quando.

Adote técnicas de relaxamento. Já pensou em meditar no meio da redação enquanto espera o retorno da fonte? Só tome cuidado para não entrar em alfa e perder o deadline.

O sono é essencial. Se não for possível dormir oito horas por noite em sua cama, durma durante a coletiva de imprensa chata ou durante a reunião de pauta chata.

Rir faz bem à saúde. Ria do colega que chegar correndo à redação, escorregar e cair. Ria do dissídio do ano. Ria das piadas sem graça do seu chefe. Ria de si mesmo.

Sexo faz um bem danado para a saúde física, mental e até espiritual. Então, por que você não se desliga um pouco do jornalismo e arruma um tempinho? Não custa nada! Pode ser entre uma pauta e outra. Depois do plantão. No banco de trás do carro de reportagem?

Cuide da pele. Quando ficar 12 horas na porta de uma delegacia, num calor de 35 graus, cobrindo um crime bárbaro (jornalista adora este clichê), não esqueça o protetor solar. Aproveite para levar guarda-sol, cadeira de praia e um suco. Menos o de clorofila.

Eu sei que o seu plano de saúde não é lá essas coisas, mas fazer check-ups periódicos é recomendável. Dê atenção especial aos pontos mais vulneráveis do nosso organismo: coração, estômago, sistema nervoso e, claro, o bolso.


Já comprou o livro do Duda Rangel? Conheça a loja aqui, curta, compartilhe. Frete grátis para todo o Brasil.



Curta a página do blog no Facebook aqui.