quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um descanso não remunerado para as ideias


O mundo sobreviveu ao fim do mundo, e nós, jornalistas, sobrevivemos a mais um ano difícil. No quesito “sobrevivência”, somos sempre 10, nota 10. Que em 2013 a gente continue lutando, curtindo a profissão, barganhando dias melhores com o destino e rindo, rindo muito. Ah, no quesito “rir da própria desgraça”, também somos nota 10. Com louvor.

Este blogueiro vai dar um descanso não remunerado para as ideias e volta ao ar em 14 de janeiro. O Desilusões perdidas, outro sobrevivente, completa 4 aninhos com mais de 500 textos produzidos. Meu “muito obrigado” a todos que acompanharam meus posts ao longo de mais um ano.

O ano de 2012 foi também especial pela publicação do livro “A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel”. Feliz pra cacete com a repercussão e muito grato aos que prestigiaram o lançamento em Sampa e aos que têm comprado o livro pela internet, de todos os cantos do Brasil. Em 2013, espero lançá-lo em outras terras, conhecer outras gentes.

Durante os dias de recesso do blog, vai rolar, no Twitter e no Facebook, a tradicional retrospectiva com os melhores (ou piores) posts publicados no blog. Quem ainda não conhece ou ainda não curtiu a página do blog no Facebook, é só clicar aqui. Para seguir no Twitter, aqui.

O livro “A vida de jornalista como ela é” segue sendo vendido pela internet. Sem descanso. Por apenas R$ 22,90 e frete grátis para todo o Brasil. Quem quiser pode pedir até dedicatória, escrevendo para livrododuda@gmail.com. Para comprar, é só clicar aqui.

Um puta 2013 a todos vocês, meus queridos! Duda. :)


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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim do mundo: os bastidores da imprensa


Sites sobre fofocas e celebridades disputam na porrada quem vai dar em primeira mão o ensaio jornalístico-sensual de Nana Gouvêa em meio aos destroços do apocalipse.

A Pauta Celestial Comunicação, assessoria de imprensa oficial do Fim do mundo, distribui boletins de hora em hora, com o balanço de catástrofes pelo planeta e o número de mortos atualizado, que é infinitamente superior ao divulgado pela Defesa Civil.

Luciana Gimenez promove o maior debate da TV brasileira sobre o Fim do mundo, reunindo atrizes pornôs, pastores evangélicos, dançarinas de funk, líderes de seitas apocalípticas, a Miss Bumbum 2012, Inri Cristo, Renata Banhara e, claro, Agnaldo Timóteo.

César Tralli, todo espertinho, chega antes ao Céu, consegue uma entrevista com o delegado-geral da Polícia Celestial e revela um esquema ilegal de venda de vidas após a morte.

Jornalistas, mesmo os de folga, colocam suas credenciais no pescoço, na esperança de, ao chegarem ao Céu (ou ao Inferno), descolarem uma fila vip. “Pô, São Pedro, tô trabalhando”.

Mauro Naves revela um off do apóstolo Paulo, que chamou Deus de “Louco” por liberar o Fim do mundo antes da galera saborear o peru de Natal.

O diretor de redação de Veja sorri ao ler a capa da última edição de sua revista na tela do iPad – “Exclusivo: Marcos Valério revela que Lula sabia do Fim do mundo”.

A repórter Maria Fernanda Santos, sempre vendo as coisas pelo lado positivo, festeja com as amigas de redação o fato de não rolar pescoção na última sexta-feira de mundo.

Danuza Leão, deprimida e isolada em seu apartamento, escreve uma coluna lamentando que o Fim do mundo já foi chique e exclusivo. Hoje, até o porteiro de seu prédio estará no evento.

Márcio Canuto berra tanto ao microfone que mal dá para ouvir o barulho dos prédios que desabam com um terremoto.

Após 30 anos tentando, o repórter Isaías Ramalho pressente que, enfim, conseguirá escrever a grande matéria de sua vida. Pena que ninguém vai ler no dia seguinte.

A assessoria de imprensa de Mãe Dinah tenta emplacar as suas previsões para 2013, mas nenhum pauteiro dá bola.

Repórteres trocam o almoço em botecos e padarias por restaurantes sofisticados. Pagam a conta com cartão de crédito.

Datena põe na tela imagens exclusivas do momento em que um meteoro cai, invade as profundezas terrestres e atinge a audiência do programa de Fátima Bernardes.

Sem Google e redes sociais por causa do caos da internet, muitos jornalistas entram em desespero e caminham sem rumo pelas ruas, em cena de lembrar o filme “Ensaio sobre a Cegueira”.

Tiago Leifert comanda o Central do Apocalipse.


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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Imprensa Retrô 2012


A “grávida” dos quadrigêmeos de Taubaté fez a imprensa dar a maior barrigada do ano. Com a aprovação da PEC 33 no Senado, o diploma de jornalismo deu sinais de vida, saiu da UTI e foi transferido para a enfermaria. Por outro lado, rolou um triste impressocídio no Brasil. Descansem em paz, Jornal da Tarde, Diário do Povo (Campinas), Diário de Natal, e outros mais. E não foi só aqui. A lendária Newsweek partiu dessa para uma vida digital. “Cereal killer” virou manchete de jornal. Teve repórter, que se achava grandes merdas, humilhando suspeito de crime numa delegacia na Bahia. O Datena – ah, o Datena – negociou com sequestrador libertação de reféns na TV. Sônia Abrão morreu de inveja. A Danuza Leão fez mimimi só porque hoje o porteiro do prédio dela também pode ir para Nova York ou Paris. Tadinha. Boris Casoy espirrou ao vivo no telejornal. A ex-panicat Nicole Bahls fez uma revelação chocante: antes de mostrar a bunda por aí, era estudante de jornalismo. Duda Rangel, enfim, publicou o seu livro, “A vida de jornalista como ela é”, uma homenagem ao centenário do Nelson Rodrigues. O Joelmir Beting resolveu ir pessoalmente dar os parabéns ao Nelson. E conversar um pouquinho sobre futebol, claro. O Brasil também perdeu o Millôr Fernandes, que um dia disse “o jornalismo é a mais emocionante e divertida profissão que eu conheço”. Só para variar um pouco, teve um monte de jornalista assassinado. Calado. O Brasil despencou 41 posições e fechou o ranking mundial da liberdade de imprensa em 99º lugar, o pior país da América Latina. O Clarín e a Cristina não deram trégua à velha treta. Esses dois aí nem com terapia de casal. O Galvão começou a soltar as suas pérolas no UFC. Na final do Mundial de Clubes, Mauro Naves abriu um off do Oscar e ganhou o Prêmio Nelson Rubens de Jornalismo 2012. A Globo assistiu à Olimpíada de Londres pela Record. A Ana Paula Padrão voltou a chamar a Record de Globo. E para quem acha que no jornalismo não há espaço à inovação e às mentes criativas, Nana Gouvêa aproveitou o furacão Sandy e criou um gênero: o ensaio sensual jornalístico colaborativo.


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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

30 resoluções para NÃO cumprir em 2013


1. Passar os telefones do bloquinho para a agenda do celular.
2. Não perder o celular.
3. Organizar a pilha de jornais com os recortes de suas matérias.
4. Não aceitar mais frila por uma merreca.
5. Mudar para um emprego decente.
6. Fazer um plano de previdência para não correr o risco de acabar no Retiro dos Jornalistas.
7. Não assistir mais ao BBB. Nenhuma espiadinha.
8. Reclamar menos.
9. Transar mais.
10. Fazer um plano anual na academia.
11. Largar o cigarro.
12. Beber pelo menos dois litros de água por dia.
13. Fazer refeições de 3 em 3 horas.
14. Não ter medo do passaralho.
15. Atualizar o blog toda semana.
16. Pagar todas as contas sem atraso.
17. Devolver o dinheiro que pegou emprestado de um amigo (não-jornalista, claro).
18. Dar mais atenção ao “eu interior”.
19. Ficar menos dependente do Google para apurar matérias.
20. Ficar menos dependente das redes sociais para viver.
21. Voltar a estudar inglês.
22. Ler pelo menos 25 livros no ano.
23. Realizar o sonho do iPad próprio.
24. Não aceitar mais jabás.
25. Ter mais engajamento social (é diferente de ir a baladas).
26. Doar sangue (mais a quem precisa e menos ao dono do jornal).
27. Escrever um livro.
28. Comprar um All Star novo e aposentar o velho encardido.
29. Parar de ficar procurando o amor de sua vida em eventos só com jornalistas.
30. Não fazer mais listas com resoluções de ano novo.


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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O presente de Natal certo para cada tipo de jornalista


Para o jornalista que só apura matéria via Google e redes sociais: um fantástico city tour para que ele possa conhecer ruas, histórias e gente de verdade.

Para o jornalista metido a intelectual: camisetas com as frases “TV emburrece”, “Eu leio os russos”, “Por um jornalismo mais visceral e emblemático” e “Adoro bandas da Islândia”.

Para o jornalista que sempre perde o bloquinho de anotações: um moderno bloquinho com rastreador e sinal sonoro que repete “atenção, este bloquinho está sendo perdido”.

Para o jornalista que não entende a própria letra no bloquinho: curso de caligrafia a distância do Instituto Universal Brasileiro, módulo para entrevistas rápidas.

Para o jornalista carente: um ursinho de pelúcia que fala “sua matéria ficou ótima” e “sua sugestão de pauta é muito criativa”.

Para o jornalista que não terá férias em janeiro: o livro “Como descolar pautas bacanas num período em que porra nenhuma acontece”.

Para o jornalista obcecado por furos: uma cesta de queijos do tipo Emmental.

Para o bom assessor de imprensa (no crees en asesores de prensa buenos, pero que los hay, los hay): um almoço em sua casa, para retribuir todas as bocas-livres que ele lhe proporcionou ao longo do ano.

Para o foca que acha que já sabe tudo: uns tapas na orelha para ele ficar esperto.

Para o jornalista que ama ler: o sensacional livro “A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel”, com frete grátis para todo o Brasil. Clique aqui para comprar.

Para o jornalista que adora ser a notícia: capa fake da Caras com a foto dele, claro, e a chamada “Fulano de tal abre sua casa em Búzios e fala dos novos projetos jornalísticos”.

Para o jornalista que não consegue um aumento de salário decente: um mês com apenas 15 dias. Se encontrar um com 10, melhor ainda. Presentaço de Natal, hein?


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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Fim do mundo: credenciamento para a imprensa


Deus, o Todo-Poderoso, por meio da Pauta Celestial Comunicação, informa aos jornalistas interessados que, a partir da segunda-feira, dia 10 de dezembro, está aberto o credenciamento para o fim do mundo, marcado para o próximo dia 21.

Os repórteres credenciados terão direito a participar no dia 20 de dezembro do Grande Jantar de Despedida do Mundo – a Boca-Livre Final, evento apenas comparável à Santa Ceia. Na ocasião, Deus apresentará os detalhes do apocalipse.

No dia 21, os fotógrafos credenciados terão direito a ocupar pontos estratégicos em maremotos, terremotos, quedas de asteroides e no show de 12 horas ininterruptas de Valesca Popozuda e Mulher Melancia, cujas bundas despencarão às 21 horas e 12 minutos do dia 21/12, ponto máximo da desgraceira toda.

Para fazer o credenciamento, os jornalistas devem acessar o site da Pauta Celestial Comunicação – http://www.pautacelestial.ceu – e preencher o formulário, listando, inclusive, os pecados mais graves cometidos nos últimos 5 anos.

Como somos todos filhos do Dono do evento, é importante destacar que jornalistas da TV Globo não terão privilégios na cobertura. É também uma blasfêmia a informação que circulou nas redes sociais de que o fim do mundo só começaria depois da novela das 9 e teria a apresentação de Fausto Silva.

Mais informações sobre o credenciamento:

Pauta Celestial Comunicação
Anjo Gabriel – anjo.gabriel@pautacelestial.ceu
Anjo Rafael – anjo.rafael@pautacelestial.ceu
Anjo Otoniel – anjo.oto@pautacelestial.ceu



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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Se o povo da música fosse jornalista


Vanusa – é a repórter que, na hora de fazer a pergunta numa coletiva, mistura política cambial com aumento da violência.

Latino – é o jornalista que adora copiar a matéria dos outros, plagiar, não dar crédito.

Wanessa Camargo – é a moça que só descolou um emprego porque o papai é o dono do jornal.

Gretchen – é a maioria dos jornalistas: precisa rebolar muito para ganhar a vida.

Roberto Justus – é o cara que acha que qualquer um pode ser jornalista.

João Gilberto – é o repórter que pede silêncio geral para fazer uma entrevista, que reclama do ar-condicionado da redação.

Kátia Cega – é a repórter que passa o plantão inteiro dizendo “não está sendo fácil”.

Belchior – é apenas um jornalista latino-americano sem dinheiro no banco.

Gilberto Gil – é o analista econômico que fala um monte de coisa que ninguém entende.

Restart – são os estagiários da revista Glamour.

Sandy – é a colega que celebrizou a frase “é possível ter prazer trabalhando como jornalista”.

Nelson Ned – é o salário do jornalista.


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