quarta-feira, 26 de junho de 2013

Jornalismo Caboclo


A versão de Faroeste Caboclo (Legião Urbana) para jornalistas.




Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam, jornalista ele nasceu
Deixou pra trás toda uma vida bem certinha
Só pra sentir a loucura que a profissão lhe deu.

Quando criança só pensava em ser repórter
Ainda mais quando o jornal de seu pai um dia leu
Era o terror das professoras caretonas
E na escola um jornalzinho de denúncias escreveu.

Ia pra igreja só para ouvir as histórias
Que as velhinhas confessavam para o padre Ribamar
Rolavam lá uns babados muito fortes
E os pecados das velhinhas queria publicar.

Ele queria viver para investigar
E trabalhar em rádio ou televisão
Juntou uma grana para poder estudar
De escolha própria, escolheu a profissão.

Sabia todas as fofoquinhas da cidade
Tanto que aos 13 anos de causos foi contador
Sabia até que o prefeito era viado
Casamento de fachada pra enganar o eleitor.

Durante o dia Santo Cristo trabalhava
Representação de vendas e frilas de revisor
Ia de noite estudar na faculdade
E pegou o seu diploma, jornalista, sim, senhor.

Seu município era bem pequenininho
Do tamanho de um cuzinho, não dá pra ficar
E o jornalista tinha muita coragem e armou uma viagem
Para longe se mandar.

Dizia ele “Estou indo pra Brasília
Lá no Congresso eu quero trabalhar
Em redação seguirei a minha trilha
Corrupção eu vou denunciar”.

E João fez muita pauta bosta
Era apenas mais um foca quando foi para o jornal
Ele ficava fissurado de vontade
De um dia se tornar repórter especial.

"Meu Deus, mas que carreira linda
E Prêmio Esso no futuro vou ganhar”
Cobrir buraco, ralava o dia inteiro
E ganhava uns trocados para a pinga.

Na sexta-feira ia para o pescoção
Gastar toda energia de um jovem sonhador
E conhecia muita gente interessante
E também puxava o saco de um famoso editor.

Era um goiano que vivia em Brasília
Da editoria de Política
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que o pobre foca ele ia ajudar.

E o Santo Cristo quatro pautas apurava
Na Geral não tinha tempo pra comer nem pra cagar
Mas se tornou o rei do noticiário
Com o faro apurado, o seu nome fez brilhar.

Mas o João tinha ambição à beça
E decidiu que com o Pablo ele ia conversar
Contou a ele por Política seu encanto
Teve o sonho conquistado, na área foi trabalhar.

Logo, logo, os políticos da cidade souberam da novidade
“Tem repórter mala aí!”
E João de Santo Cristo meteu o bico
Em muitas histórias degradantes dali.

Fez inimigos, se achava um cabra forte
Não temia sua morte pra se arriscar
Mas de repente sob grande influência dos caciques da cidade
Começou a se ferrar.

Já no primeiro texto ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Um processo de calúnia ele tomou
“Mas ainda vou pegar vocês”.

Agora o João tava mordido
Decidido e imbuído por seu velho ideal
Não tinha nenhum medo de ameaça
De peixinho ou peixe grande do Congresso Nacional.

Foi quando conheceu uma menina
E com todos os seus desejos ele se fortaleceu
Maria Lúcia era uma repórter linda
E lutar com o Santo Cristo ela sempre prometeu.

Aos poderosos não iria se curvar
E justiceiro ele voltou a ser
“Maria Lúcia, me ajude a investigar
E uma matéria a quatro mãos quero escrever”.

O tempo passa e um dia vem na porta
Um assessor lá do Senado com dinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta do João.

“Pois rabo preso não tenho, seu boçal
Nem me vendo por dinheiro, isso eu não faço, não
E não me vejo fantoche de picareta
Que de repórter pensa em só molhar a mão”.

“Por que o senhor daqui logo não vaza?
Nunca mais tente ligar ou pisar na redação”
Mas antes de sair, com ódio no olhar, o assessor disse:
“Você perdeu o seu emprego, meu irmão”.

“Você perdeu o seu emprego, meu irmão
Você perdeu o seu emprego, meu irmão
Essas palavras vão chegar ao teu patrão
Que vai meter um pé sem dó no teu bundão”.

Não é que o Santo Cristo era esperto
Com boas fontes por perto não parou de farejar
Pisou na lama e no meio dessa sujeira
Descobriu maracutaias pra Malufs invejar.

Falou com Pablo para ser seu companheiro
Com apoio e sem receio pruns esquemas revelar
Pablo devia garantir a sua liberdade
Como o tal bom jornalismo sempre ensina.

Mas acontece que um tal de Jeremias
Presidente do Senado apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com João ele ia acabar.

Mas uma fonte trouxe a informação
E Santo Cristo já podia se animar
E decidiu publicá-la só depois
Que o Jeremias pudesse se explicar.

Jeremias, um corrupto sem-vergonha
Usava sua influência pra dinheiro desviar
Ele comia jornalistas “inocentes”
Era amigo de empreiteira pra pensão poder pagar.

E Santo Cristo há muito não ia pra casa
Na redação, até tarde, a trabalhar
“Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Já faz um tempo que eu não sei o que é trepar”.

Chegando então em casa ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia o Jeremias furunfou
E um filho nela ele fez.

Santo Cristo era só ódio por dentro
E então pro assessor do safado ele ligou
“Olha amanhã na edição de domingo
A denúncia é uma bomba, é nela que eu vou”.

“E você pode preparar as suas notas
Desmentindo a matéria, ô, seu porco traidor
Acabo com suas picaretagens
Pro Congresso brasileiro vou fazer o meu favor”.

Mas Santo Cristo não soube o que fazer
Quando o editor lhe informou a decisão
A tal denúncia era para esquecer
São ordens altas que chegaram do patrão.

Sábado à tarde, eram tipo duas horas
E João boquiaberto com o papinho a ouvir
Um editor bunda-mole, pau mandado
Que fodeu o Santo Cristo começou a sorrir.

Sentindo o sangue na garganta
João olhou pro editor que insistia em lhe sorrir
Arrancou o crachá de seu pescoço
“Vá à merda todo mundo, não trabalho mais aqui”.

E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo que vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
“Ficar calado eu não vou admitir”.

E João nunca fechou seus olhos
Para toda imundície que ele conheceu
Pois sua luta nunca fica pra depois
Com a independência que a web lhe deu.

“Jeremias, eu sou homem, coisa que você não é
E não me curvo aos escrotos, não
Olha pra cá senadorzinho sem-vergonha
Dá uma lida no meu blog e vem sentir o que é bom”.

E Santo Cristo com o post publicado
Denunciou o collorido impostor
Comissão de Ética se reuniu depois
E absolveu o Jeremias senador.

E o povo declarava que João de Santo Cristo
Era foda porque não ia morrer
E a alta burguesia da imprensa
Não acreditou que a web tinha lá o seu poder.

E João não conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília com o Congresso ter
Ele queria ser um repórter decente
E acabar com essa gente que só faz...

Feder.


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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sugestão de cartazes para os jornalistas que querem bombar nos protestos de rua














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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dias malucos para se ter opinião


Jornalista é um cara que sente obrigação de ter opinião sobre tudo. Sobre esquemas táticos de futebol, sobre os rumos da economia global, sobre nanotecnologia (muitas vezes até sem saber muito bem o que é essa tal nanotecnologia).

Numa mesa de bar, um jornalista sem opinião é vexame na certa. Sujeito vulnerável. É como estar nu em praça pública contra a sua vontade.

A juventude que toma as ruas por mudanças no Brasil deixou velhos formadores de opinião da imprensa brasileira com as calças arriadas na praça. Talvez eles não contassem com todo esse movimento ou estão mesmo meio enferrujados para falar de revolução.

Velhos formadores da opinião pública tentando entender a opinião própria do público.

Até o Jabor, uma espécie de ser iluminado e dono de verdades supremas, detonou e, depois, amansou. Pediu desculpas. Reavaliou sua posição.

Um fato é que todos nós, jornalistas ou não, estamos vivendo dias malucos para se ter opinião. Tem gente com opinião demais, gente desesperada para formar logo uma opiniãozinha sequer, gente com opinião radical, light, opinião nem tanto lá nem tanto cá, ou até em busca da “mais bacana das opiniões”.

Ter opinião é ótimo. Só é preciso entender que ter opinião não é se posicionar apenas por obrigação de se posicionar. Ou para não dar vexame no bar e nas redes sociais. Ter opinião é refletir. É conhecer os valores que preza, o mundo que deseja construir.

Sei lá, essa é minha opinião. Ou não.



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segunda-feira, 17 de junho de 2013

ATENÇÃO: lançamento do livro no Rio ADIADO


Caros amigos do Rio de Janeiro: o bate-papo e o lançamento do livro “A vida de jornalista como ela”, que estavam programados para a próxima quinta-feira, dia 20 de junho, na FACHA, foram ADIADOS para o mês de agosto. A nova data ainda não foi definida e será informada em breve.

O evento foi adiado em função do jogo da Copa das Confederações que será realizado na mesma tarde, no Maracanã, o que vai mudar a rotina da cidade, dos meios de transporte e das redações. Para evitar transtornos para os interessados em ir ao encontro na FACHA, decidimos – eu e o grupo JornalistasRJ, que organiza o evento – escolher uma nova data. Por favor, avisem os amigos. Agradecemos desde já a compreensão de todos.

O evento de Mogi das Cruzes (SP) segue sem alterações. No dia 19 de junho (próxima quarta-feira), participo do 28º Mídia Mix, a Semana de Comunicação da Universidade Braz Cubas. Minha mesa, que será das 18h30 às 20h30, vai debater Comunicação e Humor e terá também a presença do Victor Lymberopoulos, o dono da página Publicidade e Propaganda da Depressão no Facebook.

A partir das 20h30, após o debate, faço o lançamento do livro. O evento vai ser no Auditório Vip do Campus I da Universidade (Avenida Francisco Rodrigues Filho, 1.233) e é destinado a alunos e público em geral. Inscrições pelo e-mail midiamix28@hotmail.com, com Amanda Chrispim. Mais detalhes na página da Agência Experimental de Comunicação Integrada no Facebook aqui.

Aos amigos de outras regiões do Brasil, o livro “A vida de jornalista como ela é” continua sendo vendido pela loja no Facebook aqui. O frete é grátis e os interessados podem pedir uma dedicatória também. Obrigado, meus queridos.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Um texto aos jovens que vão construir um outro jornalismo


A maioria dos leitores deste blog é formada por jovens jornalistas, gente que acabou de chegar ao mercado ou que ainda está na faculdade. Tenho o privilégio de escrever para uma geração que vai construir um outro jornalismo. Sim, esta é a missão de vocês. Este é o privilégio de vocês.

Na noite da quinta-feira 13 de junho de 2013, após acompanhar diversos relatos da truculência policial pelas ruas de São Paulo diante de uma manifestação até então pacífica, de ver imagens de agressões covardes por parte da PM, eis que leio a chamada principal da edição digital da revista Veja: “Com ação rigorosa, PM impediu depredação da Paulista”. Não me surpreendeu. Nas redes sociais, pipocaram reações de indignação contra a revista, inclusive de jornalistas, gente se dizendo com nojo, cobrando uma cobertura mais honesta.

A questão é: se este não é mais o jornalismo que se quer, já não está na hora de se construir outro?

A indignação é legítima, mas não basta apenas se indignar contra a velha imprensa. É hora de buscar uma nova.

E não se trata de utopia. Hoje, sobram meios, tecnologias, infinitas possibilidades de criação. Na mesma noite tensa de quinta em São Paulo, já comecei a perceber ares deste novo jornalismo. Muitos jovens indo às ruas fazer seus registros, com textos e imagens. Cobertura ampla, diversa.

Também não adianta viver chorando os passaralhos, os jornais que deixam de existir aos muitos por aí. É triste, claro, ver amigos sendo demitidos, postos de trabalho sendo extintos, mas será que os velhos jornais em crise são a nossa única alternativa?

Por mais que grandes grupos de comunicação definhem e possam vir a morrer, o jornalismo não morre com eles. Porque a busca por informação vai existir sempre, porque as boas histórias terão leitores interessados sempre. Só precisamos aprender a contá-las de formas diferentes.

Os jovens jornalistas podem se resignar e achar que tudo é uma grande merda sem jeito. Ou podem começar a pensar outros caminhos. Parece castigo, mas é um privilégio, sim.



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terça-feira, 11 de junho de 2013

10 razões para namorar um jornalista


Uma resposta ao clássico “1.000 razões para não namorar um jornalista”.

Aprende-se a dar valor às coisas boas da vida, como beber num pé-sujo ou dividir o resto da pizza da noite anterior no café da manhã. Depois de experiências tão preciosas como estas, quem vai se importar com cruzeiros pelo Mediterrâneo ou jantares sofisticados?

O jornalista não sufoca a pessoa amada. Quem busca uma relação que proporcione um tempo só para si deve namorar um jornalista. Aliás, terá tempo só para si até demais, porque o jornalista viverá ocupado com plantões e suas grandes matérias.

Jornalistas são legais. Ok, alguns são chatos pra caralho, mas a maioria é legal.

Os jornalistas têm utilidades. Poucas, mas têm. Ele pode, por exemplo, redigir os mais diferentes tipos de texto para a pessoa amada. Mais: pode corrigir os erros de Português do currículo da pessoa amada. Só é preciso fisgar o coração de um jornalista que tenha conhecimentos no mínimo intermediários do Português.

Como a comparação entre os pombinhos é algo inevitável em todo relacionamento, qualquer pessoa que namorar um jornalista vai se sentir um ser humano muito normal, super-resolvido e equilibrado. E não é ótimo isso?

Jornalistas têm um charme especial. Não sei se é essa coisa de reclamar demais ou se é o jeito estranho de se vestir ou ainda aquele troço de sonhar com um mundo melhor, não sei o que é, mas que rola um charme diferente, rola.

Os amigos leigos morrem de inveja de quem namora um jornalista. Acreditam, tolinhos, que jornalista é cheio de importância. É divertido. Mas atenção: se alguém perguntar por que o tal namorado jornalista nunca apareceu no Jornal Nacional, deve-se fazer cara de espanto e soltar um “mas jura que você nunca viu?”.

Jornalistas, apesar de serem jornalistas, também sabem amar.

O mundo está cheio de pessoas encalhadas e solitárias e, entre ser uma pessoa encalhada e solitária e namorar um jornalista, é preferível namorar um jornalista, muito provavelmente um dos muitos encalhados e solitários que existem por aí.

Diz um estudo de alguma universidade de algum país que eu não lembro qual que pessoas todas certinhas, com uma rotina de trabalho toda certinha, com salário pago no dia certinho, e com tudo mais tudo certinho, são péssimas na cama. Logo, alguém todo erradinho como um jornalista pode valer muito a pena.


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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Meus favoritos


Todo jornalista tem sua matéria favorita. Guardadinha na caixa de sapatos, no agadê, nas lembranças. A matéria que deu mais tesão fazer, suor danado, a que mais barulho causou.

Todo jornalista tem sua editoria favorita. Tem gente alucinada por Cultura, gente que sonha ser repórter de Esportes desde criancinha ou cobrir guerra do outro lado do mundo.

Todo jornalista tem suas ferramentas de trabalho favoritas. Bloquinho ou gravador, hein?

Todo jornalista tem suas manias favoritas. Seus mimimis favoritos.

Todo jornalista, ou quase todo jornalista, tem seu jornalista favorito. Seu jornal diário favorito, seu programa de rádio ou TV.

Todo jornalista já teve sua aula favorita na faculdade, seu sonho de foca favorito.

Todo jornalista tem sua entrevista favorita. Pode ser aquela que fez com o Paul McCartney, com um serial killer, com o Pelé, ou com um sujeito qualquer.

Todo jornalista tem o seu momento favorito para ter as suas ideias favoritas que vão revolucionar o mundo: no fala-fala do bar, no café, no banho, na hora de cagar.

Todo jornalista tem seu jeito favorito de registrar uma cena. Seu jeito favorito de descrever uma cena. Seu jeito favorito de começar e de acabar um texto.

Todo jornalista tem seu jeito favorito de ser jornalista.


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terça-feira, 4 de junho de 2013

Piadas idiotas, ridículas e infames sobre o mundo dos jornalistas


O que é um ponto marrom na mão de um repórter?
É um brownquinho de anotações.

Qual é a jornalista que sempre voa para as pautas?
A Sandra Passarinho.

Uma jornalista só comprava roupas na C&A. Qual o nome do filme?
Jornalista não veste Prada.

O que um repórter de jornal impresso disse para outro repórter de jornal impresso?
– Olha o passaralho! (vapt!)
– Onde? (vapt!)

O que acontece se a Christiane Pelajo não for apresentar o Jornal da Globo?
O William Vai-ck.

Um grupo de repórteres luta para sobreviver a mais um fechamento. Qual o nome da série de TV?
The Walking Deadline.

Qual o cúmulo da vaidade de um jornalista?
Postar a própria matéria no Facebook e, depois, entrar com um perfil fake para comentar que ela ficou excelente.

Qual escritor português já ganhou um prêmio como jornalista no Brasil?
Esso de Queiroz.

Qual o jornalista que, desiludido com a profissão, resolveu se tornar evangélico?
Clark Krente.

Como se fala liberdade de imprensa em chinês?
Xen Xen Xu Ra.


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