quarta-feira, 6 de maio de 2009

O "jornalismo" do Ratinho voltou


Semanas atrás, li no jornal que Ratinho, vulgo Carlos Massa, voltaria à TV depois de um longo período na geladeira do seu Silvio. A matéria destacava que o novo programa não teria nada do antigo circo dos horrores, mas, sim, um “cunho jornalístico”. Aquelas palavras me deram calafrio. Isso mesmo, amigos, Ratinho, que se auto-intitula o “defensor do povo brasileiro”, estava voltando, para fazer jornalismo. E no SBT.

A estréia de Ratinho foi na última segunda-feira. Liguei a televisão para conferir, afinal, como estou desempregado, me sobra tempo para o ócio e me falta dinheiro para assinar uma TV a cabo. O jornalismo de Carlos Massa me lembrou seu “190 Urgente”, que passava na CNT nos anos 90, mas sem o famoso cassetete. Nada de novo. Muita matéria policial, recheada de escracho. Numa reportagem sobre a apreensão de um caminhão carregado de maconha, o apresentador soltou essa: “Também o que tem de maconheiro por aí. Só aqui no SBT tem um monte”. É impossível não rir de suas pérolas.

Escrevi, há pouco tempo, um post sobre o finado Notícias Populares, um jornal que, apesar de alguns exageros, tinha sacadas criativas e bem-humoradas. Gosto do lado B, mas Ratinho passa dos limites muito mais do que o NP passava.

Com exceção de alguns poucos minutos de matérias mais digeríveis, o resto era só baixaria, apoiada por uma platéia ensandecida, uma bandinha típica de circo mambembe e as intervenções pitorescas do rato Xaropinho. O “cunho jornalístico” de Ratinho está mais para um programa de humor. De quinta categoria.

A estréia fechou com uma reportagem sobre o menino-cachorro da Guatemala, um jovem com aparente distúrbio mental que age como um bicho nas ruas, dando cabeçada em tudo o que vê pela frente e assustando a criançada do povoado. A reportagem ouviu religiosos, insinuando que o garoto estava possuído pelo capeta. Matéria grotesca, mas Ratinho fez questão de exaltar o caráter de seriedade da reportagem. “Aqui não tem baixaria, não. Baixaria é lá no programa do Datena”.

5 comentários:

Rosemeri Sirnes disse...

Não tenho comentário algum a tecer, nunca assisti ao programa do Ratinho, nunca consegui, fica emparelhado com o programa da Luciana Gimenez aos meus olhos.
Outro dia de passagem pela TVE assisti ao Observatório da Imprensa com a participação de Roberto D'Avila e Leda Nagle, o programa tratava do fazer jornalístico e foi espetacular.

Júlia Ourique disse...

Eu acho o Ratinho fofinho, nunca fui de assistir o programa dele, mas ele é fofinho ueh! tem cara de ser um bom amigo, daqueles que sempre tem alguma historia engraçada pra contar.

Lanier Rosa disse...

Em Brasília temos um jornal policial gratuito conhecido pela frase "Se torcer pinga sangue". Se tivessemos como espremer o programa do Ratinho, tenho medo(e nojo) do que sairia.

Dark_angel disse...

Bem, eu não sou muito fã do Ratinho, não gosto do programa dele, mas nada contra se existem pessoas que gostam dele.

The Ideas of a Vintage Doll disse...

No dia que o Ratinho fizer realmente algo jornalístico, eu rasgo o diploma!