sexta-feira, 11 de novembro de 2011

50 coisas que (quase) todo jornalista já viveu


Qual o jornalista que nunca perdeu um puta tempo procurando um telefone num bloquinho velho de anotações? Que nunca esqueceu o nome de um entrevistado? Trocou o nome de um entrevistado? Nunca prometeu largar o jornalismo por um emprego decente? Acabou a noite num bar para comemorar... para comemorar mesmo o quê? Teve um branco em frente à tela do computador? Perdeu um texto inteiro que tinha esquecido de salvar? Passou a madrugada escrevendo um frila para entregar no dia seguinte bem cedinho? Qual jornalista nunca disse “mês, faz isso comigo, não, acaba logo, vai, por favor”? Ficou todo babão com uma matéria publicada? Fez uma merda enorme e passou o resto do dia se sentindo mal? Ganhou um elogio e passou o resto do dia se sentindo bem? Pensou em ganhar dinheiro escrevendo um blog? Fez um belo nariz de cera? Achou que sabia mais do que realmente sabia? Tomou chá de cadeira de entrevistado? Precisou explicar para um tio que, embora seja jornalista, não trabalha na Globo? Ficou com preguiça de ouvir a gravação de uma entrevista? Saiu frustrado de uma coletiva por não ter tido tempo ou coragem de fazer uma pergunta? Teve dúvida sobre como escrever “exceção”? Cochilou numa aula de Teoria da Comunicação na faculdade? Se arrependeu de aceitar um frila trabalhoso por uma merreca de grana? Caiu de pára-quedas numa pauta? Teve uma pauta que caiu na última hora? Sentiu medo de não conseguir terminar um texto até o deadline? Chegou atrasado a uma pauta? Qual o jornalista que nunca foi chamado de jornaleiro na família? Almoçou porcaria na padoca? Deixou de almoçar? Folgou numa terça ou quarta-feira? Contou uma piadinha num velório de famoso? Amou/odiou um entrevistado? Teve sensação de poder com uma credencial no pescoço? Ganhou jabá bem chinfrim? Trabalhou até em sonho? Se imaginou escrevendo “a matéria”, daquelas de mudar os rumos do país? Recorreu ao “até o fechamento desta edição fulano de tal não foi encontrado”? Passou um carnaval ou um ano-novo de plantão? Pensou em trocar de editoria? Qual jornalista nunca se iludiu? Nunca se desiludiu? Se desiludiu um pouquinho mais? Reclamou do salário? Falou mal de outro jornalista? Comprou rifa com nome de mulher para ajudar algum motorista? Pensou em ganhar um prêmio? Uma menção honrosa? Foi a uma pauta só para paquerar um(a) repórter de outro jornal? Desistiu de trocar o jornalismo por um emprego decente? Qual jornalista nunca se sentiu um pouco bipolar?



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44 comentários:

Cobertura de Eventos disse...

Apesar de trabalhar por pouco tempo em redação de rádio e jornal, já vivi várias dessas situações... E cada lembrança gerou uma gargalhada hehehe

Grande texto!

Gaby Silva disse...

O pior é aquela de ter que explicar que é jornalista mesmo sem estar trabalhando na Globo. Desde que me formei ouço dos parentes distantes:
- Agora vai procurar alguma coisa na TV?
- Não, prefiro jornal, revista, jornalismo online...
- Mmmm (pensando: coitada)

Álvaro disse...

Resumiu em belas palavras a vida e a rotina do jornalismo, parabéns Duda :)

Alexandre Perger disse...

O clássico é: "um dia vou te ver na Globo, apresentando o Jornal Nacional".

Elsânia Estácio disse...

Muitooo bom!
Traduduziu o que estudantes focas e jornalistas profissionais passam.

Adoro seus textos, parabéns.

Abraço.

Blog da Ronilma Santos disse...

Eu sou campeã em trocar nomes de entrevistados..

Aline disse...

Só falfou aquela de gravar uma baita entrevista, não anotar nada e perder a gravação....

Nine disse...

Querido Duda, você alegra minhas noites (só te leio a noite..rss). Jornalista nao é um pouco bipolar... É totalmente.kkkk

Larissa disse...

Jornalista um pouco bipolar? Para mim bipolar e jornalismo são sinônimos! Seus textos são geniais.

Danilo Motta disse...

Eu nunca almocei numa padoca até pq sou do RJ, almoçaria no máximo num boteco mesmo! rs

Gisele disse...

De todas essas, só não me enquadrei na de fazer rifa! Mas fiz muito bolão da Mega Sena com a redação, e, claro, ninguém nunca ganhou nem uma mísera quadrinha! rsrsrs

Benaya Ewerton disse...

Muito bom o texto!!! Essa do telefone no bloquinho, que agente passa horas procurando é a melhor, sem falar na parte de "eu vou largar isso, não quero trabalhar no carnaval, natal e ano novo", mais todo ano agente trabalha!!! kkkkkkkkkkk

Duda Rangel disse...

Nine, bom saber que alegro tuas noites :)
Danilo, pode ser em boteco também.
A todos, obrigado pelas mensagens. Fico feliz por ter rolado uma identificação com as frases do texto. Abraços.

Simone Schettino disse...

Duda, marquei quase todas (rs). Algumas várias vezes, algumas hoje mesmo. Parabéns, mais uma vez!

A Viajante disse...

Fala sério, Duda... qual professor nunca pensou em ser reconhecido pelo (s) tirano(s) do diretor da escola???????????

Roberta Vescovi disse...

Oi convido vc a seguir meu novo blog http://robertavescovi.blogspot.com/ espero que goste comente, e fique a vontade para criticar e opinar. Com certeza é muito importante pra mim. grata. Beta.

Anônimo disse...

Muito bom, me identifiquei totalmente. Achei que só eu tinha dúvidas quanto à grafia de exceção rsrs.
Ai ai, "ô mês, faz isso comigo não, acaba logo" é a melhor!!! rs
Eliane

Jéssica Alves disse...

Muuuuito bom esse texto, compartilhei em todas as redes sociais rsrsrs. Caramba, passei por quase todas essas situações, e olha que só estou há um ano e meio nessa bagaça!! Mas mesmo assim, não desisto não, porque adoro fazer meu trabalho.

Dessas a clássica mesmo é quando os pais dizem que vão nos ver no Jornal Nacional e tomar chá de cadeira dos assessores já renderam milhares de insultos em pensamento :P. Parabéns cara, adooro seu blog!!

Duda Rangel disse...

Valeu pelas mensagens. Beta, vou visitar o teu blog, sim. Jéssica, agradeço a divulgação em tuas redes sociais. Abraços.

Antonio Clifton disse...

Faltou a clássica: tratou mal o assessor de imprensa, foi demitido da redação e acabou virando um...

Diego Barbosa disse...

Dificilmente eu comento qualquer coisa... mas sinceramente esta é a história da vida de todo jornalista, com um agravante se vc por alguma caso namorou, casou ou tem qualquer relacionamento com alguém que por algum acaso trabalha na Globo rs

Daniela Luiza Martins Augusto do Nascimento disse...

Apesar de ter vivenciado por pouco tempo a profissão, me vi em várias situações...

Anônimo disse...

O pior (ou seria melhor?), Duda, é ao completar 30 anos de jornalismo, ter a certeza de que, mesmo vivendo/ganhando mal a vida toda; mesmo pagando micos monumentais; mesmo não tendo obtido o reconhecimento que julgávamos merecer... muitos de nós (eu, com certeza!) sabemos que faríamos tudo de novo. Parabéns pelo texto.
Jaciara Santos, de Salvador (BA)

Jaciara Santos disse...

o pior (ou seria melhor?), Duda, é ao comnpletar 30 anos de jornalismo é ter a certeza de que, mesmo vivendo/ganhando mal a vida toda; mesmo pagando micos monumentais; mesmo não tendo obtido o reconhecimento que julgava merecer... muitos de nós (eu, com certeza!) sabe que faria tudo de novo. Parabéns pelo texto.

Duda Rangel disse...

Antonio, Diego, Daniela e Jaciara, legal pela participação de vocês. Abração.

Anônimo disse...

Porra Duda, de verdade, chorei lendo isso. Teu blog é o melhor sobre nossa vida, realmente é uma terapia, é bom saber que tem gente que se se sente como a gente. abraços e tudo de bom

Anônimo disse...

Ótimo!!!

Duda Rangel disse...

Caros Anônimos, obrigado pelos comentários. Legal saber que rolou identificação com o texto. Aquele abraço.

André disse...

Bipolar? Sempre! rs.

Thalita disse...

Merreca sao todos os frilas... o arrependimento qnd o frila e de graça ou que provavelmente será (ja q a possibilidade de receber é quase nula)...

Estevam Collar de Brito disse...

Recorreu ao “até o fechamento desta edição fulano de tal não foi encontrado” kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk e a preguiça, onde fica?? kkkk

d20m06 disse...

Acho que todo jornalista de redação é bipolar! Até nem tomo mais café e larguei o cigarro há alguns anos senão já tinha enfartado!

hehehehe

Top Concursos Roraima disse...

Adorei. Uma realidade louco. Beijao.

Anônimo disse...

Aquele "um dia te vejo apresentando o Jornal Nacional" é clássico.

Duda Rangel disse...

Valeu pelas mensagens. Aquele abraço!

Deyvison Roberto - J.Rede disse...

Jornal Nacional é TOP!

Daniele Martins disse...

O clássico: Ainda vou te ver apresentado o Jornal Nacional. rsrsrsrs. O pior é quando vc fala que é jornalista e te perguntam em qual veículo vc trabalha e vc, simplesmente, diz que é assesora de imprensa. E vem aquela cara de interrogação "?". kakakka

SÔNIA PILLON disse...

Nossa, eu já vivi tudo isso mais de uma vez!!!

Cacheadas Conectadas disse...

Texto perfeito! A parte do "que jornalista não se iludiu"? ou desiludiu?" é fato. Me identifiquei, já estou procurando sair da profissão, mas é algo tão viciante que fico às vezes na dúvida.

Parabéns pelo texto, excelente.

Abraços,
Alessandra

Pedro Lacerda disse...

Ahhh, é tudo que eu quero pra mim! *-*

Duda Rangel disse...

Obrigado, mais uma vez, pelos comentários. Adoro vocês!

Amanda disse...

Sou assessora de imprensa e embora alguns achem o contrário, somos sim, jornalistas. Me identifiquei com várias situações. Um dia de um lado do balcão, outro dia de outro!

Duda Rangel disse...

Legal, Amanda. Abraços.

Diário Anápolis disse...

Pensei em ganhar dinheiro escrevendo um blog e ganho! Meu blog tem 1 ano de vida e tem muita repercussão pela cidade, graças a Deus!

O problema está, digamos...estou fazendo Direito, afinal quero grana.