quinta-feira, 12 de julho de 2012

Manual para fazer um jornalista carente feliz


O jornalista carente precisa ser lido ou visto. Sempre. Atenção é tudo. Se ele te perguntar “leu minha matéria, né?”, diga que sim (mesmo sendo mentira) ou diga que você já separou o jornal para ler com mais calma à noite. Jamais solte um “que matéria?”. Isso o levará a uma depressão terrível. Se ele divulgar os textos no Facebook, curta. O carentão vai curtir mais ainda.

Não basta ler ou apenas dizer que leu o jornalista carente. Ele vai querer suas impressões. E, claro, impressões boas. Ou melhor, ele vai querer grandes elogios. Se o texto estiver uma merda e você ficar incomodado em mentir, diga apenas “um texto como nenhum outro” ou “um texto de chocar”, expressões que servem tanto para coisa boa quanto para coisa ruim.

Muitas vezes o jornalista carente só precisa de um ouvido. Se você perguntar “como foi a pauta?” e ele resolver contar, indo além do “boa” ou “ruim”, escute os detalhes. Importante: finja estar muito interessado, balance a cabeça, arregale os olhos, diga “ah, legal”. Porque jornalistas carentes sempre apelam para o “ei, você tá prestando atenção no que eu estou dizendo?”.

Jornalista carente adora ser lembrado. Para um frila, para uma festa, mesmo festas chatas só com jornalistas. Se você mandar um cartão bem brega de “feliz dia do jornalista” via Facebook, ele vai amar. Lembre-se também do quanto ele foi corajoso na cobertura de um incêndio anos atrás. Só não lembre que ele está lhe devendo uma grana, porque isso não deixa feliz nem jornalista carente.

Se um dia você encontrar um jornalista carente de cultura, dê a ele um livro. Se um dia você encontrar um jornalista carente de sexo, considere a possibilidade de uma transa, uma rapidinha, vai, não custa nada, ainda mais se for um carente atraente. Agora, se um dia você encontrar um jornalista carente total de talento, aí fica difícil ajudar. Ah, já sei. Mande o coitado rezar. Muito.

4 comentários:

Joelison Freitas disse...

Poderia resumir o manual apenas em uma parte: "Se um dia você encontrar um jornalista carente de sexo, considere a possibilidade de uma transa..."

Anônimo disse...

Acho q nesse texto, na minha opinião, vc n repete seu costumeiro talento, já detectado inúmeras vezes. Algumas pitadas de preconceito, não gostei, mas n leve a mal. Sds,
Luiz Mendes

Duda Rangel disse...

Oi, Luiz. Fica registrada tua opinião. Abraços.

Anônimo disse...

Me lembrou da facu, quando a gente obriga todo mundo ler tudo que escrevemos e assinar com um elogio