segunda-feira, 26 de abril de 2010

Decifre-o ou o derivativo te devora


Muitos jornalistas têm uma dificuldade enorme em dominar a economia doméstica. Não entendem sequer a equação “salário de fome + gastos excessivos = cheque especial”. Compreender o complexo cenário macroeconômico brasileiro ou mundial, então, torna-se missão duríssima. Ignorância é um fator que inibe muito jornalista de trabalhar na área. É mais fácil questionar o Dunga, que escalou o Josué, do que criticar os caras do Copom, com seus vieses de alta e baixa. A recém-encerrada enquete – Qual a editoria mais chata para um jornalista trabalhar? – teve vitória folgada de “Economia”, com 42% dos votos.

Quando a última grande crise financeira estourou nos Estados Unidos e no mundo, muito jornalista ficou com cara de “o que é subprime?” ou “que porra é essa de derivativo?”. Com certeza, teve jornalista que pensou que o Lehman Brothers era um grupo de rap ou uma companhia circense. Trabalhar em Economia exige dedicação, estudar diversos assuntos e, principalmente, ler bastante o próprio noticiário de Economia e conversar com quem entende. É por esta razão que é tida como uma editoria chata.

Lembro-me muito bem de uma jornalista foca, que manjava pouco de Economia. O máximo a que estava acostumada neste campo era fazer a gestão dos trocados que recebia mensalmente, que ela carinhosamente chamava de salário. Fazia contas simples, para saber, por exemplo, a miséria que seria destinada a pagar o aluguel ou às viagens de ônibus. Quando foi parar no caderno de Economia, mal sabia a diferença de milhões, bilhões ou trilhões. Teve de começar a perceber a grandiosidade dos zeros à direita.

Mas ela aprendeu tudo sobre os zeros à direita. E sobre muitas outras coisas mais. Hoje, domina vários assuntos econômicos. No auge da crise, era ela quem explicava aos jornalistas mais jovens da redação o que era a porra do derivativo. Mas, apesar da evolução de seu conhecimento, ela continua cometendo um erro básico, pois não aprendeu que “salário (ainda) de fome + gastos excessivos = cheque especial”.

A nova enquete, já no ar, quer saber qual a maior roubada para um jornalista na cobertura de uma eleição. Falar bem do “candidato do jornal” para manter o emprego? As velhas ladainhas dos políticos? Acompanhar um comício na PQP no domingo que seria de folga? A eleição está aí. Não deixe de votar!

6 comentários:

Unknown disse...

Para mim sem dúvida o pior de eleições é cobrir os tais comícios na PQP em domigos que 'seriam' de folga. Em 2008 trabalhei 10 MESES sem folga! 10 MESES! De domingo a domingo! E o Lula no palanque fazendo piadinhas com o Frank Aguiar... Ô vida!

Daniel disse...

oq é derivativo????? rsrsrsrsrsrs
A questão da editoria de economia é q só sai da rotina quando tem crise, se ñ é as mesmas pautas sempre. Inflação, juros e por ai vai...

Júlia Ourique disse...

Eu gosto de Economia... bem, mas talvez seja por que meu professor de Economia seja maluquinho. Um professor que começa aula com clipes da Beyonce nao é [adoravelmente] maluquinho? Impossivel nao gostar de Economia (mesmo que eu nao entenda muito)

Talita Cruz disse...

Eu confesso que sempre odiei matemática, fisíca, química e tudo que envolvesse números. Mas economia aparecerá no meu caminhos nos próximos semestres. Sinto que serão aulas de cochilo..rsrs Bjs Duda.

Laís disse...

Talita, depende de como é ministrada a aula de economia. eu gostei do modo como minha professora conduziu o assunto, sem sem limitar ao economês, mas com exemplos práticos,com coisas do nosso cotidiano. quando fica no economês é um saco mesmo!não sei como uma amiga minha adora trabalhar com economia....

Duda Rangel disse...

Derla, comício com o Frank Aguiar deve ser duro de suportar. O bom é que, enquanto discursa, ele não canta.
Daniel, concordo com você. E esta mesmice também pode ser aplicada a outras editorias.
BitterSweet, legal te ver de volta ao blog. Só estou tentando imaginar como é uma aula de Economia misturada com clipes da Beyonce!!!
Talita e Laís, nunca tive nada contra as aulas de Economia. Graças a elas, me tornei um exímio jogador de truco. Na verdade, o chato mesmo é o economês.
Abraços a todos.