Não bastasse a vergonha do currículo cheio de corpo catorze e outras pequenas trapaças, olham para mim como se eu ainda fosse um repórter que faz cocô nas pautas. Não sou mais tão foca assim, não, tá ligado? Já fiz matéria importante, já entrevistei o prefeito, já dormi em delegacia. Quer saber mais? Já li Nietzsche. E entendi tudinho. O problema é essa minha cara de bebê que nem barba crescida dá jeito. O quê? Não, senhor, não é trabalho de faculdade.
Tudo o que ele mais queria era não ser levado a sério.
Legal essa coisa da experiência, do respeito conquistado, mas de repente a gente percebe que a vida perdeu a graça. É a fase filho-da-puta em que você começa a sentir saudade de si mesmo. Eu quero a porra-louquice da minha juventude de volta, a desordem, o sonho, a chance de errar. Como a gente faz para ser foca outra vez? Ser gente grande é muito careta. Saudade do tempo em que tudo era apenas um trabalho de faculdade.

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