terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Carta de um jovem jornalista ao Papai Noel


"Olá, Papai Noel. Eu me chamo João e sou um jornalista recém-formado. Ainda estou chateado com essa história do diploma não ser mais obrigatório, mas não vou desistir da profissão que eu amo! Com ou sem diploma, o problema maior é que está muito difícil arrumar um emprego. Estou escrevendo para pedir uma oportunidade de trabalho neste Natal. Deixei uma meia pendurada na janela com meu currículo atualizado.

Nem precisa ser um emprego muito bom. Para começar, faço até plantão no carnaval. Sei que vou ganhar um salário pequeno. Estou ansioso para aprender jornalismo na prática e confiante que o próximo ano será bem melhor. Meus amigos dizem que sou muito otimista, que acredito em tudo, até em Papai Noel. Mas a gente precisa ser assim.

Cometi alguns erros este ano, mas nada tão grave que não me faça merecer este emprego. O senhor vai compreender. Fiquei de bobeira na internet, escrevendo bobagem no Facebook e lendo o blog do Duda Rangel. O único vício que eu tenho é beber demais, embora falam que todo jornalista bebe. Também dou um tapa num baseado de vez em quando, mas só quando estou estressado e com dor de cabeça. E se é para uso medicinal não há problema, o senhor bem sabe.

Na faculdade, eu sempre fui um aluno dedicado. Fazia os trabalhos direitinho. Li até livro do Diogo Mainardi que eles me obrigaram. Eu também sou bem-informado. Não gosto de ler jornal, mas sigo todas as notícias na internet. O meu Português é bem correto também. O senhor pode notar que não tem vírgula separando o sujeito do verbo nesta carta.

Estou louco para ver se todas aquelas coisas que o Duda Rangel escreve no blog dele acontecem mesmo. Estou com um puta tesão (ops, desculpa!) de ir para a rua, fazer reportagens, buscar sempre a história mais bacana, comer coxinha de frango na padoca, ganhar um monte de jabá e almoçar de graça nos eventos. Também quero conhecer o tal pescoção. Só não quero ser corno como o Duda, mas este pedido fica para o outro Natal, está bom? Não vou abusar mais do senhor! Obrigado, Papai Noel. João."


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8 comentários:

Heraldo Leite disse...

Arrumar vaga em jornal é o mesmo que entrar para a ABL: alguém tem de morrer pra você ficar com a vaga!

Adriana Marcon disse...

Acabo de me formar em jornalismo também...Boa ideia!!! Acho que vou aproveitar e enviar uma cartinha pro representante da Coca-Cola também... Vai que dá certo!!

Camilla Lima disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Cara...me vi demais no Joãozinho! só acrescento um pedido nesta cartinha: que apareçam mais frelas em assessoria..assim faço o bom e velho jornalismo pela manhã e a tarde ganho uma pontinha a mais mentindo para meus amigos de labuta!#assessoria

Camilla Lima disse...

PS: minha cartinha já está na arvore de natal dos correios

Gustavo Jaime disse...

Espera lá, meus caros... não sei se eu é que tenho sorte ou se vocês é que têm azar. Formei-me em julho de 2005, mudei COMPLETAMENTE de cidade e três meses depois já estava empregado no melhor jornal de Santa Catarina. Pode não ser o top de linha, mas o Diário Catarinense investiu num recém-saído da faculdade. Quando enchi o saco da redação, decidi regressar a Brasília (onde nasci e cresci) e, dois meses depois, arrumei emprego na Assessoria de Imprensa Nacional da Caixa Econômica Federal. Era uma ponte para viajar para Lisboa, onde fiz meu mestrado. Durante meus dois anos na cidade, recebi duas propostas de emprego (uma delas de editor de Esportes em um jornal popular de Florianópolis). Rejeitei ambas. Até mesmo lá, onde o mercado está fechado, consegui uma vaga em O Jogo, um dos três diários desportivos portugueses. Agora estou no Brasil, "fazendo hora" para realizar dois cursos em Barcelona - vivendo das economias e sem ambição de trabalhar (cheguei em novembro e zarpo em fevereiro).

Ou seja, acho que o mercado pode estar difícil, mas não é impossível. Lógico que ninguém vai começar ganhando muito, então há de ser humilde. Importante são os contatos, os estágios durante a faculdade. E ser bom, claro!

Enfim, é como o ofício de jogador de futebol: apenas 3% vai enriquecer com ele. O restante tem de se contentar em realizar um excelente trabalho e cumprir com as "obrigações" deontológicas da profissão.

E está dito...

Palavras Vagabundas disse...

Tô copiando a carta, fazendo uns ajustes para mandar para o Papai Noel! Obrigadão pela ajuda.
Jussara

Rebelc disse...

Estou na 16ª edição da cartinha pro Papai Noel. Mas não tive resposta em nenhuma das outras 15. Alguém tem o msn dele?? Quem sabe, num bate-papo franco, ele me conta porque ainda não me atendeu :(

Duda Rangel disse...

É, meus amigos, entrar no mercado de trabalho é um desafio para os jovens jornalistas. Vale escrever cartinha para o Papai Noel e para a área de comunicação da Coca-Cola, como sugeriu a Adriana. Com um bom QI, melhor ainda.
Concordo com o Gustavo: com talento e dedicação, é possível, sim, superar as dificuldades. É só tirar a bunda da cadeira e correr atrás...Sucesso a todos! Abraços.