sexta-feira, 28 de agosto de 2009
A felicidade nas pequenas coisas
Ontem, eu li um pouco mais sobre o Michael Jackson, um cara que conquistou dinheiro e fama. Mas tinha uma vida de merda. Sim, uma vida de merda, porque é assim que se define a existência de alguém que suplica todos os dias a um médico a aplicação de anestésicos fortíssimos. É muito triste ter de viver sedado para não sentir as dores do corpo e da mente. E eu aqui reclamando de ter me tornado apenas um pobre anônimo. E corno.
Comecei a perceber quanta coisa boa eu vivi na minha carreira de jornalista, mesmo sem ganhar dinheiro e fama. O tesão do jovem Duda ao ver sua primeira matéria assinada não tem preço. A primeira matéria assinada na capa do jornal então me garantiu orgasmos múltiplos. Era delicioso conquistar, após meses, uma entrevista com alguém que não queria falar com jornalistas, mas que acabava falando comigo só para eu parar de encher o saco.
Como eu ficava feliz ao ver um caderno especial feito com tanto carinho e por tanto tempo enfim impresso nas minhas mãos. Como eu ficava feliz ao ouvir a estagiária gostosa dizer que a minha matéria do domingo estava ótima, quando eu achava que estava apenas boa. Como eu ficava feliz ao ter um fim de semana de folga depois de duas semanas trabalhando sem descanso. Como eu ficava feliz ao ganhar um jabá, mesmo que fosse um vinho barato para celebrar o Natal.
6 comentários:
- Fernando Rocha disse...
-
Nós só damos valor ao que temos, quando perdemos, e como me disse um amigo, nada é tão ruim que não possa piorar.
- 28 de agosto de 2009 às 13:03
- The Ideas of a Vintage Doll disse...
-
Ser corno não precisava ser tão ruim assim, Dudinha. Se ela fosse bi, vc poderia ter aproveitado isso =D
- 28 de agosto de 2009 às 15:54
-
-
a minha vida sempre piora, suplico ao medico que me passe remedio de tarja preta pra dormir(mas ele nunca passa),tenho que pagar 75 reiais de incrição pra federal e ainda tenho quer fazer 3 fases de provas terriveis, em um curso em que são apenas 26 para uma vaga, sem contar a universidade estadual. Minha namorada me troco por um homem, um "filhinho de papai" cretino. Sempre piora...
(desculpe foi um desbafo) Abraçoss.. - 30 de agosto de 2009 às 10:48
- Pabline Felix disse...
-
E tem coisa mais feliz do que mudarem sua pauta de cobertura de inauguração de posto de saúde pra crítica cultural de um show fino, estilo Teatro Municipal?
Pra mim, não... - 31 de agosto de 2009 às 09:12
- Duda Rangel disse...
-
Apesar de tanta desgraça, a vida é feita também de inesperados momentos bons (caso da Pabline). Acho que esta tese só não se aplica ao Fluminense. Por isso, Gleyci, nada de desanimar. Doll, eu nunca tinha pensado por esse lado. Até que poderia ter sido interessante. Beijos e abraços a todos!
- 31 de agosto de 2009 às 09:56
- Ewerton Martins disse...
-
Se, no fim desse texto, você dissesse mais um "como eu ficava feliz...", ele com certeza seria interrompido por um choro saudoso. Até vi a cena.
- 2 de setembro de 2009 às 12:03