quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sem jeito pra coisa


Sabe o repórter que na coletiva faz uma pergunta que acabou de ser feita por outro repórter? É o Alfredinho. Sabe o repórter que coloca o lead da matéria no último parágrafo? É o Alfredinho. Sabe o repórter desinformado que só lê o caderno de Esportes? Não, não é o Alfredinho. O Alfredinho nem o caderno de Esportes lê.

Alfredinho não leva furo da concorrência. Leva rombo da concorrência. Alfredinho é o jornalista que chega a um velório e pergunta pra família do morto se está tudo bem. É o jornalista que escreve Fiat Uno no campo “Veículo” do formulário de credenciamento. O texto do Alfredinho é tão ruim que nem pra enrolar banana na feira serve.

Alfredinho entrevista perfil fake de celebridade no Twitter e acha que está conseguindo uma puta exclusiva. É o repórter que esquece o celular ligado nas entrevistas reais. Quando o dotô Gilmar Mendes decidiu pelo fim do diploma de jornalista, o diploma do Alfredinho deu um suspiro de alívio.

Alfredinho não sabe reclamar do salário! Não sabe reclamar da pauta ruim que sempre sobra pra ele na reunião de pauta! Alfredinho não leva jeito pra nada. Nem pra reclamar.


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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Bate-papo e lançamento do livro de Duda Rangel em Manaus


Com o apoio dos meus dois personal assessores de imprensa, eu, Duda Rangel, terei um bate-papo com estudantes e jornalistas de Manaus no próximo dia 30 de abril (terça-feira), às 19 horas. O evento será no Teatro UniNorte (Avenida Joaquim Nabuco, 1.469, Centro, ao lado da Unidade 6 do Centro Universitário). Apareçam!

Vou falar sobre a vida de jornalista, os desafios da profissão, o blog Desilusões perdidas e sobre um monte de outras coisas, como a disputa entre o jornalista de redação e o assessor de imprensa, também conhecidos como “Caprichoso” e “Garantido”.

Logo após o bate-papo, haverá o lançamento do livro A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel no próprio teatro, e uma sessão de autógrafos, com caligrafia de jornalista, ou seja, cheia de garranchos.

Os ingressos podem ser encontrados na Livraria Valer (Rua Ramos Ferreira, 1.195, Centro) e no DCE/UniNorte – Unidade 1 (Avenida Joaquim Nabuco, 1.232, Centro).

Toda a organização de minha viagem para Manaus e do evento está sendo feita pelas simpáticas Natalia Lucas e Jackeline Farah. Para informações, é só entrar em contato pelos telefones (92) 8194-5890 (Natalia) e (92) 9135-6460 (Jackeline).

Para quem não for de Manaus e quiser comprar o livro, a venda segue pela loja no Facebook aqui. O frete é grátis. E os interessados podem pedir dedicatória também.

Após o encontro de Manaus, espero seguir com meus papos e lançamentos em outras cidades. E vamos que vamos. Até mais.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Se o povo de Salve Jorge fosse jornalista


Irina – é a jornalista acomodada, que passa o dia inteiro sentada, apurando tudo pelo telefone.
 
Aisha – é a foca obcecada por encontrar "a matéria de sua vida".
 
Wanda – é a jornalista que promete aos estagiários um puta emprego na redação. Enganados, eles passam a trabalhar praticamente de graça.
 
Pescoço – é o assessor de imprensa que dá uma nota exclusiva a duas jornalistas concorrentes e se mete em confusão.
 
Érica – é a repórter iludida pelo sonho do emprego estável no jornal que tanto ama.
 
Dona Helô – é a jornalista que tem compulsão pelos jabás chiques dos eventos de moda.
 
Empregada da dona Helô – é a que passa o dia inteiro dando palpite no texto dos outros.
 
Théo – é o cara que come todas as empadinhas de todos os brunchs de todas as coletivas de imprensa. E é um puta mala.
 
– é o repórter (ou a repórter, sei lá) que só escrevia notinha coberta e, de repente, é escalado(a) para fazer uma matéria especial.
 
Morena – é a repórter que sempre arma um barraco em coletiva, treta com segurança em festa.
 
Stenio – é o pai que descobre que a filha está estudando jornalismo e é culpado pela ex-mulher por ter errado na educação da menina.
 
 
Miro – é o diploma de jornalista: saiu para comprar cigarros. E nunca mais foi visto.


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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O dia em que o estudante chamou o TCC para um papo reto no bar


– Sufocando?
– É, TCC, você está me sufocando.
– Deixe de ser infantil.
– Infantil? Você simplesmente quer atenção o tempo todo.
– Mas eu não pedi atenção o tempo todo.
– Explicitamente, não. Mas eu consigo fazer outra coisa na vida além de me dedicar a você?
– Pense que TCC é apenas por uma fase. Em breve, você se livra de mim.
– Você sabe há quanto tempo eu não transo?
– Hahaha. Agora a culpa é minha?
– Há quanto tempo eu não vou ao cinema?
– Seja menos dramático. E tome logo essa cerveja. Daqui a pouco você vai dizer que está tomando cerveja quente por minha culpa.
– Quem é o dramático aqui?
– Você ainda vai sentir saudade de mim.
– Se liga, quem sente saudade de um TCC?
– Pense pelo lado positivo: graças a mim, você está lendo mais. Conheceu até a biblioteca.
– Sei.
– E não ir ao cinema no seu caso é coisa boa. Você só via filme ruim mesmo. E nem transava tanto assim antes de me conhecer.
– Você tá folgado, hein, TCC?
– É por minha causa que você está agora aqui, num bar, bebendo. Isso é vida social, não?
– Não, isso é você em todos os momentos da minha vida. Até num bar.
– Eu não sei por que vocês, estudantes, gostam tanto de me rotular assim, como “o cara mau”.
– Não?
– Não. É como se eu fosse o grande problema do curso. Isso é bullying, sabia?
– Não vou nem discutir isso com você.
– Bom, era só isso que tínhamos pra conversar. Acabou a DR?
– Sim, TCC, acabou a DR. Já podemos ir pra casa.
– Eu não vou pra casa agora, não. A noite só está começando.
– Pois é, mas eu tenho que fazer um monte de anotação pra levar amanhã ao meu orientador.
– Coitadinho, não fica triste, não. Eu bebo por nós dois.
(O estudante paga a conta e os dois se levantam)
– TCC, desculpe a minha grosseria. Eu tô muito sensível. Até gosto de você.
– Tudo bem, eu já estou acostumado.
– Posso te pedir um favor?
– Um só, ok?
– Eu tô com uma puta dúvida se escolhi o tema certo. Não tô me sentindo à vontade, sabe?
– Olha, eu até poderia te ajudar, mas preciso confessar uma coisa.
– O quê?
– Sabe o lance do “cara mau”? Pois é, eu adoro ser “o cara mau”.


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terça-feira, 16 de abril de 2013

Amélie


Já viu uma jornalista tímida? Prazer, sou eu. Um dos mais belos exemplares da espécie. Meu nome é Mariana, mas pode me chamar de Amélie. Amélie Poulain. Escolhi ser jornalista porque gosto de observar pessoas, seus movimentos, a cidade. Mas não curto falar, me aproximar demais, interagir, fazer perguntas. Ok, eu sei que você vai dizer que jornalista tímido deveria nascer morto, mas eu prefiro o meu mundo seguro.

Meu mundo seguro é o meu blog. É nele que eu falo das minhas observações. Das pessoas, seus movimentos, da cidade. Ou melhor, não falo, escrevo. É minha conexão com o tal mundo externo. As pessoas me leem e, vez ou outra, deixam lá um comentário. Sei que minhas palavras podem ajudar as pessoas. E eu gosto de ajudar as pessoas.

A proposta da minha amiga me deixa, claro, preocupada. Ou melhor, me deixa desesperada. Repórter? Sei. Fazer perguntas? Sei. Olhos nos olhos do entrevistado? Sei. Logo agora que eu estou quase curada das minhas crises de pânico, ela me vem com essa. É lógico que ela sabe que eu estou precisando de grana. Salário razoável? Sei.

Ser repórter de verdade é um puta desafio para mim. Lembra o dia em que tive de ler um poema em voz alta. Acho que na 5ª série. Além de escrever, agora vou ter que falar. Posso pular esta segunda parte? Não, não posso.

Uma coletiva de imprensa. Melhor que a estreia seja assim, porque vai ter um monte de gente na sala e eu posso só ouvir e sumir sem ser notada. Só três pessoas? Coletiva com só três repórteres? Pausa para a taquicardia. Exercícios de respiração. Quero meu mundo de volta! Pedem para eu começar e eu... (mais exercícios de respiração) pergunto! E o cara responde. E eu faço uma segunda pergunta e essa coisa de estabelecer diálogo com um estranho me deixa eufórica. Lembrou meu primeiro selinho. Na 7ª série. Ou 8ª, sei lá.

Um repórter mais velho disse certa vez que dor de barriga faz parte do ofício. Que ansiedade é coisa boa de viver. Que até o povo experiente passa por isso. Ok, eu tô curtindo conhecer o mundo real, mas confesso que tinha orgulho de ser tímida. Ou melhor, tinha um puta orgulho. Um dos mais belos exemplares da espécie.


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quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Kama Sutra da imprensa


Dez posições para apimentar o trabalho do jornalista.


Meia nove na corda


Amigo do chefe


Rapidinha no chão


Analista econômico


Inspiração de ladinho


Bloquinho escondido


Rala-bucho erótico


Pautada no queixo


Trepadinha do macaco


Bundalelê selvagem



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terça-feira, 9 de abril de 2013

Emílio Santiago para jornalistas


Sair bom (versão de Saigon)

Tantas palavras, menos palavras
Já é fechamento, o texto não saiu bom
Cortar pela metade é um dom.

Vem o editor, já reclamando
Pede agilidade, vai botando uma pressão
A vida é muito dura em redação.

Às vezes, você grita um peraí
Fecha sem revisar
Respira pra não explodir
E quase sempre eu penso em me matar
Mas é só ao bar chegar
Que esqueço o dia ruim.

Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.

Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.


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sexta-feira, 5 de abril de 2013

10 motivos para celebrar o Dia do Jornalista


Porque eu mereço, afinal é o ano inteiro ralando, sofrendo bullying, comendo a coxinha de frango com pouco recheio que o Diabo amassou.

Porque eu tenho o maior orgulho de ser jornalista.

Porque nós, jornalistas, adoramos datas comemorativas. Todo mês tem um Dia do Jornalista, nunca reparou, não? Morram de inveja, publicitários.

Porque é o que eu tenho pra comemorar. Vou comemorar o quê? Os cinco textos que vou escrever hoje?

Porque eu vou poder beber todas, embora eu não precise de uma razão especial para beber todas.

Porque parece um pouco aniversário de namoro, sabe? Tipo mais um ano junto, ainda tá rolando uma química, apesar das crises e DRs sem fim.

Porque, segundo a minha avó, tem uma simpatia que diz que se todo mundo celebrar junto o Dia do Jornalista e acender umas velas e misturar umas pétalas de rosas a uma foto do William Bonner, vai... vai acontecer o que mesmo, vó?

Porque eu quero mais é subir nos Trend Topics.

Porque pode ser o meu último Dia do Jornalista e eu tenho que aproveitar. Vai que amanhã eu ganho na Mega-Sena.

Porra, porque eu amo a minha profissão. Precisa de outros motivos?


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terça-feira, 2 de abril de 2013

O lado bom da vida de jornalista


Quando entrevistou o trapezista, teve vontade de voar.

Quando precisou voar para a pauta, entendeu o que é ser repórter.

Quando começou a caminhar pelas ruas, aprendeu a olhar o mundo de um jeito que ninguém sabia olhar.

Quando esbarrou nas imundícies da vida, percebeu que não podia se conformar com aquilo tudo.

Quando provocou um nó na garganta do leitor, sorriu todo cheio de orgulho.

Quando meteu o pé na lama, saboreou o prazer de não viver preso num escritório.

Quando visitou o asilo de velhinhos, descobriu o valor das boas histórias que ficaram perdidas.

Quando causou uma simples mudança na sociedade, teve a certeza de que essa coisa de ser jornalista vale a pena, sim.


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terça-feira, 26 de março de 2013

Nada a seu tempo


Tudo o que ele mais queria era ser levado a sério.

Não bastasse a vergonha do currículo cheio de corpo catorze e outras pequenas trapaças, olham para mim como se eu ainda fosse um repórter que faz cocô nas pautas. Não sou mais tão foca assim, não, tá ligado? Já fiz matéria importante, já entrevistei o prefeito, já dormi em delegacia. Quer saber mais? Já li Nietzsche. E entendi tudinho. O problema é essa minha cara de bebê que nem barba crescida dá jeito. O quê? Não, senhor, não é trabalho de faculdade.

Tudo o que ele mais queria era não ser levado a sério.

Legal essa coisa da experiência, do respeito conquistado, mas de repente a gente percebe que a vida perdeu a graça. É a fase filho-da-puta em que você começa a sentir saudade de si mesmo. Eu quero a porra-louquice da minha juventude de volta, a desordem, o sonho, a chance de errar. Como a gente faz para ser foca outra vez? Ser gente grande é muito careta. Saudade do tempo em que tudo era apenas um trabalho de faculdade.


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sexta-feira, 22 de março de 2013

20 riscos da vida de jornalista


1. Risco de pautas nebulosas e oscilações de humor no decorrer do dia.

2. Risco de desenvolver TJC (Transtorno Jornalístico-Compulsivo), como reler a matéria quinhentas vezes.

3. Risco de ser riscado do mapa pelo crime organizado.

4. Risco de encontrar uma bala perdida no meio de uma pauta.

5. Risco de ver anunciante escroto pedir sua cabeça numa bandeja.

6. Risco de ficar encalhado ou, pior, risco de casar com outro jornalista.

7. Risco de descobrir que seu filho – criado com tanto amor e carinho – também quer ser jornalista.

8. Risco de sofrer bullying dos colegas engenheiros.

9. Risco de tomar um pisão no pé numa coletiva lotada.

10. Risco de ser confundido com aquele repórter da Globo, que faz aquele programa, que fala daquele assunto, qual mesmo?

11. Risco de ficar com os dentes amarelos de tanto tomar café.

12. Risco de ficar com os cabelos brancos bem antes da hora.

13. Risco de contrair Estrelíase Aguda.

14. Risco de ter que entrevistar gente que só fala merda, como jogador de futebol e mulher-rã.

15. Risco de levar cantada de fonte.

16. Risco de ser atacado por algum engraçadinho num link de TV.

17. Risco de pés na bunda indesejados.

18. Risco de criar vínculo afetivo com o cheque especial.

19. Risco de enlouquecer ainda muito jovem.

20. Risco de curtir essa loucura.


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terça-feira, 19 de março de 2013

Fontes jornalísticas


O Don Juan – é o tipo que só passa informação para “as” jornalistas, de preferência as bonitas. É sempre gentil e sugere pagar o jantar num restaurante fino para conversar – ele sabe que a jornalista, carente de comida fina, não vai recusar. Ou sugere um papo no seu apê, afinal é preciso garantir o sigilo da informação.

O agricultor – é o tipo que vive plantando notícias. Liga para o repórter e conta uma mentirinha com a esperança de que, se publicada, ela vire uma verdade. Isso acontece muito com técnico de futebol desempregado, atriz global desempregada ou cardeal que sonha ser papa.

O “putz, de novo este cara?” – é o tipo sempre chamado para palpitar sobre certos assuntos. O mesmo economista para falar sobre taxas de juros, o mesmo médico para abordar os riscos da obesidade, o mesmo psicanalista para explicar por que um jovem sai de casa para matar criancinhas numa escola americana.

O “que causa” – é o tipo que garante a manchete do dia. É procurado quando o noticiário está morno, sem graça. Gosta de dar opiniões polêmicas, fazer provocações. Romário, Jair Bolsonaro, Rita Lee, Alexandre Frota, Luana Piovani, Agnaldo Timóteo e todo o resto do povo que adora aparecer “causando”.

O cagão – é o tipo inseguro, com medo da repercussão de suas declarações. “Pensando bem, é melhor você não colocar isso, não. Bota só aquela parte inicial” ou “Vê como você vai escrever isso aí pra depois não me dar problema” ou ainda “Posso dar uma lida no texto antes de você publicar? Calma, foi só uma sugestão”.

O ocupadinho – é o tipo que está sempre em reunião, ou melhor, o que pede para a secretária dizer que está em reunião. Vai gostar de reunião assim na PQP. E, se a secretária lhe sugerir “me deixa o seu telefone que assim que acabar ele liga”, esqueça, porque esta reunião vai durar semanas, meses. Talvez a eternidade.


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quarta-feira, 13 de março de 2013

20 requisitos para ser jornalista


Requisitos básicos:

1. Gostar de ler.
2. Ser inquieto e questionador.
3. Não ter medo, vergonha, preguiça.
4. Ter engajamento social (não é a mesma coisa que curtir uma balada, ok?).
5. Ter prazer pelo que faz.

Requisitos desejáveis:

6. Capacidade de levar esporro e engolir o choro.
7. Capacidade de receber o contracheque e engolir o choro.
8. Ter um nível de vaidade moderado.
9. Não se importar em levar uma vida PJ.
10. Domínio de idiomas estrangeiros, afinal a vida real não é uma novela da Glória Perez.

Requisitos que agregam valor, geram diferencial competitivo e outras merdas do gênero:

11. Ter boas sacadas de pauta e de personagens. Incrível, mas pensar é diferencial.
12. Escrever um texto de 20 linhas sem um errinho de Português. Ainda mais incrível.
13. Aproveitar as tecnologias, mas sem ser refém delas.
14. Capacidade de ir para a rua e interagir com seres humanos de verdade.
15. Ser craque em concordância, principalmente concordar com a escala de folgas e plantões.

Requisitos imprescindíveis:

16. Desapego a essa coisa chamada dinheiro.
17. Desapego a família, datas festivas, namoro e churrascos num domingão de sol.
18. Estômago resistente a comida tosca, café por períodos prolongados e falta de comida por períodos prolongados.
19. Ser forte, persistente, guerreiro e... porra, e essas lágrimas? Dá para engolir esse choro?
20. Paciência. Muita paciência.


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quinta-feira, 7 de março de 2013

O amor nos tempos da pauta


Ele dá uma cantada tão criativa quanto os seus textos: você vem sempre em coletiva?
Ela mexe no cabelo para chamar a atenção dele. Nem vê o fone de ouvido sair voando.

Ele faz a barba, compra uma segunda calça, lava enfim o All Star.
Ela começa a usar o perfume francês que ganhou de jabá.

Ele finge que não entende uma resposta do entrevistado só para perguntar a ela.
Ela faz que perde a caneta só para pegar uma emprestada dele.

Ele acha linda a caligrafia dela, mesmo sem entender uma palavra escrita no bloquinho.
Ela suspira toda vez que ele diz “um, dois, três, gravando”.

Ele anota para ela seu e-mail. Vai que ela precisa escrever um frila a quatro mãos.
Ela anota para ele seu celular. Vai que ele tem uma dúvida de Português no sábado à noite.

Ele divide com ela o último croissant do coffee break. Uma mordidinha dele aqui, uma mordidinha dela ali.
Eles esquecem o deadline.

Ele arranca o microfone da mão do assessor na coletiva e faz uma declaração de amor para ela.
Ela atualiza o perfil no Face. Em um relacionamento sério. Se é que relacionamento entre jornalistas pode ser algo, assim, sério.


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segunda-feira, 4 de março de 2013

Curtindo a vida de jornalista adoidado


Jornalismo se aprende na doideira da prática. Na doideira do dia a dia.

É arriscar, cair de paraquedas. Mergulhar no mundo sem medo. Sem dedos.

É correr para a pauta, para várias pautas. Concentração total.

É demorar a dormir porque tem texto para acabar. Demorar a dormir porque na manhã seguinte tem matéria importante e quem quer saber de travesseiro numa hora dessas?

É roer as unhas pela fonte que não liga, pela fonte que não fala, pela fonte que não para de falar e o fechamento tá chegando, porra.

É sentir na pele a chuva, o frio, o sol queimar. É nem se lembrar que existe um troço chamado protetor solar.

Jornalismo a gente respira, transpira. Pira.


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