quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lançamento do livro do Duda em Belo Horizonte


No meio de Beagá tinha um livro do Duda. Tinha um livro do Duda no meio de Beagá.

O livro “A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel”, lançado em São Paulo em outubro, vai ganhar uma noite de autógrafos em Belo Horizonte. O encontro será no dia 14 de março, uma quinta-feira, das 19 às 22 horas, na Livraria Mineiriana (Rua Paraíba, 1.419, Savassi).

Meus leitores das Minas Gerais, apareçam! Para comprar este clássico da literatura mundial, para trocar um abraço ou apenas para filar um amendoim, porque, sim, vai ter amendoim. Vou adorar conhecê-los. E não se esqueçam de divulgar aos amigos.

O livro reúne 110 textos dos cerca de 500 produzidos para o blog nos quatro primeiros anos. São contos, crônicas, poesias e paródias, tudo organizado em capítulos temáticos.

Viajo a Minas graças ao pessoal da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Sou muito grato a vocês. Lá, no dia 13 de março, das 14 às 16 horas, participo da IV Secom (Semana de Comunicação) com uma palestra + bate-papo com os alunos. Aproveito para fazer um pequeno lançamento do livro no evento.

E, finalizando o Pão de Queijo Tour 2013, no dia 15 (sexta-feira), terei um bate-papo com os alunos do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), das 9h30 às 11 horas.

Adoraria lançar o livro em outras cidades pelo Brasil. Tomara que, em 2013, alguns destes encontros sejam possíveis. De qualquer forma, aos que estão distantes, o livro segue sendo vendido pela loja no Facebook aqui. E pode pedir dedicatória, combinado?

Muito obrigado, meus queridos!

                          

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O início das aulas numa faculdade de jornalismo


Para o povo do primeiro ano

O contato com a primeira e talvez a mais importante disciplina do curso: Sociologia do Boteco. Calouro precisa confraternizar, conhecer os veteranos. Será que rola gente interessante? Tudo é novidade: as aulas, os desafios, as ilusões. Tudo é uma grande festa: o fim de noite na república, os congressos de comunicação. Tudo é descoberta. Descobrir, por exemplo, que é preciso começar a ler. Pode jornalista que não gosta de ler? Não, não pode. Pintam aqueles caras chatos, mas essenciais: Adorno, Marcuse, McLuhan. E o McDonald´s, claro, para matar a fome.

Para o povo do segundo ano

Porra, ainda faltam três anos (primeiros sinais de ansiedade). Sociologia do Boteco II, uma espécie de módulo avançado. Agora o lance é confraternizar com os novatos, pintar a cara dos novatos, beber a cerveja paga pelos novatos. Reparando bem, a turma está menor. Quem desistiu mesmo? Tempo de promessas: este ano, eu começo a ler jornal sem falta. Tempo das primeiras grandes dúvidas: será que vai rolar aula prática? Começo um estágio ou fico no emprego atual para pagar o curso? Será que esta minha vida pobre de estudante acaba quando eu me formar?

Para o povo do terceiro ano

O bar, claro, para não perder o costume. Não foi metade do curso, falta metade do curso. Caraca, dois anos ainda? Mas a galera já se sente metade jornalista, o que, convenhamos, já é alguma coisa. Este ano, as aulas prometem: vai ter entrevista de verdade, programa de rádio, TV e o escambau. Bem que poderia ter uma disciplina sobre finanças pessoais também, né? Estágio, estágio, estágio. A turma está ainda menor. Será que sobra alguém? Jornalismo é para os fortes.

Para o povo do quarto ano

É o ano da mistureba de sentimentos: angústia, euforia, medo, alívio. Quase não existem mais as confraternizações. Porque é reta final, porque tem TCC, porque tá todo mundo com a cabeça no futuro esquecendo o presente, porque o tempo escassa. A saudade começa a bater. Queria tanto que acabasse e, agora que está acabando, o povo não quer mais que acabe. Saudade dos amigos, das descobertas, das crises, dos trabalhos em grupo, de alguns professores e da Sociologia do Boteco, sem dúvida a mais importante disciplina do curso.


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Expediente


Se existe alguém que lê expediente de revista ou jornal, esse alguém é o próprio jornalista.

Tem o frila que visita bancas e livrarias bacanas à caça de contatos, contatos, contatos. É o tipo que anota tudo, mas não compra nada. Alguns preferem as bibliotecas. Os mais tecnológicos vasculham expedientes pela internet.

Tem o jornalista na cola de algum conhecido. Por onde anda o Wally? Gente curiosa em saber se um antigo colega de faculdade já virou editor-chefe. Nosso mundinho é tão pequeno quanto o nosso salário. Ainda mais numa época de redações anoréxicas.

Tem o assessor que rala para atualizar seus mailings. Com o entra-e-sai nas publicações, essas listas vendidas por aí envelhecem mais rápido do que o iPhone. Na hora de entupir com releases a caixa postal dos pauteiros, o mailing caseiro é mais confiável.

E tem, claro, o jornalista que saboreia o expediente da própria publicação. Ah, os focas. Ficam lá curtindo o nome estampado num pedaço de papel, sorriso besta na cara que diz sou jornalista de verdade, não tá vendo aqui, não?


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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pequena declaração de amor ao Jornalismo


Quer amor mais verdadeiro do que o meu por você? Um amor sem interesses financeiros, sem golpes do baú. Assim, simples: amor.

É o tal amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na pobreza e na pobreza, por todos os dias da minha vida.

Você pode ser meio safado, meio sem-vergonha, mente de vez em quando porque eu sei, mas não te troco por nada. Nem mesmo por um concurso público todo bonitão e sarado.

Sem você, minha vida seria monótona. Careta. Sem graça.

Saiba, meu amor, que por mais que eu te diga ofensas, por mais que diga que bebi pra cacete no dia do vestibular que prestei pra você, isso tudo é bobagem. As nossas brigas sempre acabam em beijos, abraços e matérias especiais.

Você é a minha comédia e a minha tragédia romântica, a minha união instável registrada em cartório. Jô, meu lindo, você é a tampa da minha caneta. A pilha que faltava no meu gravador.

 
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Clássicos do axé para jornalistas


Eles voltaram para animar o carnaval da redação.

Carteirada na Festa
(versão de Festa, de Ivete Sangalo)

Hoje tem festa bacana
Comida pra se fartar
Carteirinha da Fenaj
Claro que eu vou usar.

Tem prosecco, sim, senhor
Croissant e canapé
Boca é livre, meu amor
Hoje é noite de filé
Vai lá, pra ver...

Repórter sem trabalhar
Só pra comer e beber
O assessor já mandou me chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!

Carteirada na festa
Eu vou dar
Até o segurança
Mandou liberar.


Droga de matéria
(versão de Dança da Manivela, de Asa de Águia)

Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que droga de matéria ela entregou (mas que matéria)
Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que droga de matéria ela entregou.

Dizendo que aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim
Aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim.

Muda o leadzinho dela
Limpa os errinhos dela
Corta o pezinho dela
Reescreve mais um pouquinho.


Que vida louca
(versão de Levada louca, de Ivete Sangalo)

Rale, rale, rale
Trabalhe sem bico de choro
Cheque, cheque, cheque
Até o furo nascer.

Que vida louca
Que vida louca
Que vida louca
De levar.


Pauteira
(versão de Sorte Grande ou Poeira, de Ivete Sangalo)

Pauteira
Pauteira
Pauteira
Liga pra pauteira!


Cheque especial
(versão de Água Mineral, de Carlinhos Brown)

Pagou o aluguel? Não!
Tá sem grana? Tô!
Olha, olha, olha, olha o cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Com juro espacial
Depois você se dá mal.


Pescoceition
(versão de Rebolation, de Parangolé)

Enche a cara de café que vai começar...
O pescoceition, tion, o pescoceition
O pescoceition, tion, o pescoceition.


Frila
(versão de Milla, de Netinho)

Ô, frila
Só mais uma noite
Dez laudas pra escrever
Texto pé no saco
Por um fee bem safado
Só no café requentado
No maior baixo-astral.

Já é madrugada
Não consigo acabar
Vejo estrelas caindo
Ouço o galo cantar
Eu e você... e o omeprazol
E o omeprazol.


Salário Ruim Demais
(versão de Ara Ketu Bom Demais, de Araketu)

Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Só sei
Que o rosto enrubesce
Coragem desaparece
Vergonha do cacete é o meu drama
Entendi por que o povo reclama
Pra lixeiro pagam mais
Só sei
Que meu salário é ruim demais.

Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô
Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô.


Sou jornaleiro
(versão de Sou praieiro, de Jammil e Uma Noites)

Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?

Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?


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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

10 dicas para uma boa cobertura de carnaval


1. Seja na avenida, num baile de salão ou atrás de um trio elétrico, fuja das perguntas óbvias quando entrevistar um folião. Pelo amor de Deus, nada de “muita alegria?” ou “curtindo o carnaval?” ou ainda “e essa energia tem hora pra acabar?”.

2. Evite os personagens manjados, como o gari que samba feliz; o rapaz que sofre para empurrar o carro alegórico, mas faz isso pelo amor à escola de samba; ou a tiazinha na arquibancada do sambódromo que não perde o pique apesar da chuva.

3. Entrevistar um carnavalesco não é missão fácil. Para se ter uma dimensão da encrenca, esse povo tem o ego maior do que o de nós, jornalistas. Seja cauteloso nas perguntas para não magoá-lo e correr o risco de presenciar um dos maiores pitis de sua vida.

4. Se entrevistar subcelebridades em bailes, na concentração ou em camarotes de cervejaria, cheque o nome da pessoa antes de entrar ao vivo na TV. E tente falar apenas com gente interessante. Não caia na lorota dos “projetos artísticos sigilosos”.

5. Não se revolte se esbarrar numa Carla Perez trabalhando como repórter ao seu lado. Pensamentos ruins como “nosso diploma não vale nada mesmo” ou “poderia ter gastado a grana da faculdade numa lipo” só vão atrapalhar a sua concentração.

6. É fundamental ter cuidados com a voz. Fazer perguntas gritando num local barulhento deixa qualquer um rouco. Neste caso, não é considerada prática antiética levar a boca para bem perto da orelha do entrevistado. Mas sem enfiar a língua, ok?

7. Prepare-se para todo tipo de adversidade – chuva, sol, altos decibéis de música sem parar, cheiro insuportável de mijo nas ruas, cantadas de baixo nível e, claro, piadinhas como “aí, jornalista, trabalhando no carnaval! Se fodeu, hein?”.

8. No dia da apuração do bloco especial, é conveniente trabalhar com protetores de cabeça e maxilar (como os de pugilistas). Apuração é sempre um tumulto de repórteres querendo falar com o presidente da escola campeã ou rebaixada.

9. Se você odeia samba ou axé, cobrir o carnaval ouvindo rock é uma ótima dica. Só não se esqueça de tirar os fones do ouvido na hora de uma entrevista. Uma desintoxicação pós-festa (não ouvir Ivete Sangalo durante a quaresma) também é uma boa.

10. Se você é casado, nada de ficar ligando pra casa a todo o momento pra saber se sua mulher ou seu marido está se comportando. Relaxe! E por que não prestar atenção na diabinha safada ou no bombeiro musculoso à sua frente? Afinal é carnaval.


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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Como os jornalistas são vistos pelos leigos


O leigo imagina que todo jornalista trabalha em TV, ou melhor, na TV Globo. Jornalismo se resume à TV Globo. Você não aparece no Jornal Nacional? Não? Mas você não é jornalista? Ah, você só escreve. Entendi. Que louco, mas a tua cara é muito conhecida.

O leigo acha que jornalista quebra todos os galhos por ter acesso a gente famosa. Pega o autógrafo dos jogadores do Corinthians nessa camisa. De todo mundo, tá? É pro Dudu, meu sobrinho. E não esquece o do Ganso. Ah, é Pato? Vixe, confundi os bichos.

O leigo acredita que jornalista resolve todas as encrencas de texto da humanidade. Amor, faz a minha carta de pedido de emprego. Faz, vai, você é jornalista, é craque em escrever. Te amo! Ah, dá pra revisar também esse poeminha que eu vou botar no Face?

O leigo supõe que jornalista ganha um puta salário. Já que tu é jornalista, me empresta uns duzentos! É pra pensão da minha ex. Cinquentinha, então. Dez reais, tu não tem dez reais? Caraca, meu irmão, pensei que tu ganhava bem. Tu não trabalha na Globo?


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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sobre a cobertura de uma tragédia


Para um jornalista, cobrir uma tragédia é trabalhar no limite. O limite entre o interesse público e a simples exploração da desgraça.

Cobrir uma tragédia é monitorar os próprios passos, perceber até onde se pode avançar.

É apelar para o bom gosto em meio a gosto tão amargo.

Cobrir uma tragédia é prestar serviço. E auxílio, se for preciso.

É ficar bem próximo da dor do outro, da histeria, da anestesia. E saber respeitá-las. É lembrar que o Jornalismo pertence à tal área de Humanas, por mais que a Matemática, com seus balanços de mortos e feridos e índices de audiência, insista em se intrometer.

Cobrir uma tragédia é parar com a bobagem de achar que frieza é sinônimo de profissionalismo. Jornalista pode se emocionar, pode se solidarizar. Pode se sentir pequeno. Nós, jornalistas, não somos máquinas. Pertencemos também à área de Humanas.


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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A reunião de pauta segundo Jesus Cristo


Jesus: Gente, estou precisando muito de boas sacadas de pauta. Outros olhares, vocês entendem? A última grande manchete do nosso jornal foi quando andei sobre as águas.

André: E o milagre da multiplicação das pautas, chefe?

Jesus: Apenas como último recurso, André.

Pedro: Chefe, já que estamos falando em novos olhares, eu queria pedir para mudar de editoria. Não aguento mais as pautas chatas de sempre.

Jesus: Que pautas chatas de sempre, Pedro?

Pedro: Ué, só matéria de chuva, enchente, piscinão, o Rio Jordão que transbordou. Já estou ficando estigmatizado como o repórter da chuva. Daqui a uns séculos ou milênios, sei lá, eu viro santo e vou ser o quê? O santo da chuva. Vocês podem escrever isso.

João: Pedro, se você quiser, pode cobrir a Galileia Fashion Week no meu lugar. O evento é top. E sempre rolam umas roupinhas de presente, umas túnicas de linho lindas.

Jesus: Voltemos à reunião de pauta! Ideias, meus caros?

Tiago: A gente poderia fazer uma matéria especial sobre a UPP que instalaram lá no Monte Sinai. Pacificou geral o morro.

Jesus: Boa, Tiago. Isso dá chamada de primeira, hein?

Tiago: Obrigado, chefe!

Tomé: Senhor, uma fonte me bateu que tá rolando uma operação da PF para investigar a corrupção do Judiciário. Tem até nome: “Operação Mãos Lavadas”. Parece que o Pilatos tá envolvido. Eu não acredito que vai dar em alguma coisa, mas vou ficar de olho.

Jesus: Ok, Tomé. Veja isso, sim. O povo adora essas histórias de corrupção. Vende jornal.

Simão: Eu tô com a matéria das pet shops de ovelhas.

Jesus: Legal, Simão. Só não se esqueça de uma retranca com os pastores, foco na avaliação deles sobre o serviço, ok?

Tiago: Deixa comigo.

Jesus: E cadê o Mateus que não apareceu ainda? Ele não sabia da reunião de pauta de hoje?

João: Ele está cobrindo a história do Moisés, o lance lá de abrir o mar. Chefe, o senhor não viu o release, não?

Jesus: Meu Pai, verdade, João. Agora de manhã, não?

João: A abertura do mar estava marcada para as 9 horas. Agora, já deve estar rolando o brunch.

Jesus: Esses brunchs da assessoria do Moisés são ótimos.

João: E o cordeiro ao molho madeira que eles servem no almoço? Divino! Alguém aí já comeu?


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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que responder para um cara que oferece 10 reais pelo texto de um jornalista profissional


Prefiro fazer malabarismo com bolinhas no farol que eu ganho mais.

É por essas e outras que o mercado está uma bosta. Babaca.

Eu cobro 10 mil reais pelo meu texto. Mas a gente pode chegar a um meio-termo. Topa?

Eu não vou perder o meu tempo escrevendo para uma publicação furreca como a sua (gostaram da expressão “furreca”?).

Que jornalista ganha mal a gente já sabe, mas, meu amigo, também não precisa avacalhar, né?

Por que o digníssimo senhor não pega esta nota de 10 reais, faz um aviãozinho igual ao Silvio Santos e enfia no seu digníssimo cu?


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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Cenas de um Big Brother só com jornalistas


CENA 1 – CONFESSIONÁRIO / PAREDÃO

Elvis, o pauteiro: Bial, eu vou votar no assessor de imprensa por uma questão de afinidade mesmo. E essa falta de afinidade vem desde os tempos em que ele tentava me vender umas pautas furadas. Valeu? Beijo, Brasil.

Paulo, o assessor de imprensa: boa noite, Bial, boa noite, Brasil. Eu vou votar no Elvis, o pauteiro. É mais um voto de defesa, porque eu sei que esse cara não gosta de assessor.


CENA 2 – A FESTA

Erika, a colunista social: tá muito boa essa festa. Uhu! E a comida japonesa? Sensacional. E olha que de boca-livre eu entendo (dançando com um prato na mão).

Sharon, a estagiária ambiciosa: eu vou é me esbaldar, passar mal de tanto comer, porque, quando eu voltar pro jornal, só vão me dar roubada pra cobrir. Brunch que é bom, nada.


CENA 3 – DIA DE CALOR NA PISCINA

Fernanda, a editora de Economia: vou te falar uma coisa, Mônica, como jornalista é feio, meu Deus. Não tem um aí que preste. Olha só a barriga do pauteiro.

Mônica, a repórter de Moda: claro, esses caras não malham, só comem porcaria. Você queria o quê? E o Carlos, o diretor de Redação? Além de careca, aquele corpo não vê sol há uns 20 anos.


CENA 4 – PAIXÕES E TRAIÇÕES

Sharon, a estagiária ambiciosa: eu não vim pra cá pensando em me envolver com alguém, mas você é um cara que mexeu comigo, sabe? A gente não controla essas coisas do coração.

Carlos, o diretor de Redação: é o que eu digo para a minha esposa sempre: a gente não controla essas coisas do coração. Ah, pega lá o edredom, vai.


CENA 5 – O BARRACO (cena exibida só no Pay-Per-View)

Mônica, a repórter de Moda: pô, Miguel, eu não te dei o direito de roubar o meu contracheque na minha bolsa e mostrar para o Brasil inteiro!

Miguel, o fotógrafo: meu, deixa de ser fresca. Foi só uma brincadeira.

Mônica: brincadeira? Agora que todo mundo já sabe quanto eu ganho, o povo vai perguntar “é esse o glamour?”. Você não ia curtir se eu revelasse pro Brasil o saldo da sua conta bancária, ia?

Miguel: faz o que você quiser, meu. E quer saber? Pra mim, glamour de cu é rola.


CENA 6 – NOITE DE ELIMINAÇÃO

Pedro Bial (depois de um longo discurso que ninguém entendeu): ele brilhou por muito tempo, mas o jogo acabou para ele. Com 98% dos votos dos internautas, o eliminado desta noite é você, Jornal Impresso. Vem pra cá, meu guerreiro.


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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Jornalista com gosto


Gosto de ser jornalista.

Gosto dessa coisa de não ter rotina. Gosto da surpresa. Do imprevisível. Gosto da rua. De andar, de olhar. De ouvir. Gosto das coisas belas e das feias também. Gosto de gente.

Gosto do frio na barriga. Gosto do gosto de primeira vez pela milésima vez. Gosto das boas histórias para contar. Das boas histórias para lembrar.

Gosto de imaginar o que o leitor achou, se refletiu, amou ou odiou.

Gosto da dúvida. Gosto de questionar. Desconfiar. Gosto do desafio de sentar e escrever. Gosto de pensar como é que eu começo essa porra. Gosto de não saber como terminar.

Gosto de não me conformar. Da inquietação que me faz andar.

Gosto do cheiro de café. Gosto do jornal fechado, do jornal folheado. Gosto do bar. Dos amigos. Gosto da conversa fiada. Da piada. Gosto dos dias alegres e dos cheios de melancolia também.

Gosto de trapacear o destino. Gosto de reclamar. Caraca, como eu gosto de reclamar.

Gosto de ficar desgostoso com a minha vida de jornalista e logo depois achar tudo muito gostoso outra vez.
 

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um descanso não remunerado para as ideias


O mundo sobreviveu ao fim do mundo, e nós, jornalistas, sobrevivemos a mais um ano difícil. No quesito “sobrevivência”, somos sempre 10, nota 10. Que em 2013 a gente continue lutando, curtindo a profissão, barganhando dias melhores com o destino e rindo, rindo muito. Ah, no quesito “rir da própria desgraça”, também somos nota 10. Com louvor.

Este blogueiro vai dar um descanso não remunerado para as ideias e volta ao ar em 14 de janeiro. O Desilusões perdidas, outro sobrevivente, completa 4 aninhos com mais de 500 textos produzidos. Meu “muito obrigado” a todos que acompanharam meus posts ao longo de mais um ano.

O ano de 2012 foi também especial pela publicação do livro “A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel”. Feliz pra cacete com a repercussão e muito grato aos que prestigiaram o lançamento em Sampa e aos que têm comprado o livro pela internet, de todos os cantos do Brasil. Em 2013, espero lançá-lo em outras terras, conhecer outras gentes.

Durante os dias de recesso do blog, vai rolar, no Twitter e no Facebook, a tradicional retrospectiva com os melhores (ou piores) posts publicados no blog. Quem ainda não conhece ou ainda não curtiu a página do blog no Facebook, é só clicar aqui. Para seguir no Twitter, aqui.

O livro “A vida de jornalista como ela é” segue sendo vendido pela internet. Sem descanso. Por apenas R$ 22,90 e frete grátis para todo o Brasil. Quem quiser pode pedir até dedicatória, escrevendo para livrododuda@gmail.com. Para comprar, é só clicar aqui.

Um puta 2013 a todos vocês, meus queridos! Duda. :)


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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim do mundo: os bastidores da imprensa


Sites sobre fofocas e celebridades disputam na porrada quem vai dar em primeira mão o ensaio jornalístico-sensual de Nana Gouvêa em meio aos destroços do apocalipse.

A Pauta Celestial Comunicação, assessoria de imprensa oficial do Fim do mundo, distribui boletins de hora em hora, com o balanço de catástrofes pelo planeta e o número de mortos atualizado, que é infinitamente superior ao divulgado pela Defesa Civil.

Luciana Gimenez promove o maior debate da TV brasileira sobre o Fim do mundo, reunindo atrizes pornôs, pastores evangélicos, dançarinas de funk, líderes de seitas apocalípticas, a Miss Bumbum 2012, Inri Cristo, Renata Banhara e, claro, Agnaldo Timóteo.

César Tralli, todo espertinho, chega antes ao Céu, consegue uma entrevista com o delegado-geral da Polícia Celestial e revela um esquema ilegal de venda de vidas após a morte.

Jornalistas, mesmo os de folga, colocam suas credenciais no pescoço, na esperança de, ao chegarem ao Céu (ou ao Inferno), descolarem uma fila vip. “Pô, São Pedro, tô trabalhando”.

Mauro Naves revela um off do apóstolo Paulo, que chamou Deus de “Louco” por liberar o Fim do mundo antes da galera saborear o peru de Natal.

O diretor de redação de Veja sorri ao ler a capa da última edição de sua revista na tela do iPad – “Exclusivo: Marcos Valério revela que Lula sabia do Fim do mundo”.

A repórter Maria Fernanda Santos, sempre vendo as coisas pelo lado positivo, festeja com as amigas de redação o fato de não rolar pescoção na última sexta-feira de mundo.

Danuza Leão, deprimida e isolada em seu apartamento, escreve uma coluna lamentando que o Fim do mundo já foi chique e exclusivo. Hoje, até o porteiro de seu prédio estará no evento.

Márcio Canuto berra tanto ao microfone que mal dá para ouvir o barulho dos prédios que desabam com um terremoto.

Após 30 anos tentando, o repórter Isaías Ramalho pressente que, enfim, conseguirá escrever a grande matéria de sua vida. Pena que ninguém vai ler no dia seguinte.

A assessoria de imprensa de Mãe Dinah tenta emplacar as suas previsões para 2013, mas nenhum pauteiro dá bola.

Repórteres trocam o almoço em botecos e padarias por restaurantes sofisticados. Pagam a conta com cartão de crédito.

Datena põe na tela imagens exclusivas do momento em que um meteoro cai, invade as profundezas terrestres e atinge a audiência do programa de Fátima Bernardes.

Sem Google e redes sociais por causa do caos da internet, muitos jornalistas entram em desespero e caminham sem rumo pelas ruas, em cena de lembrar o filme “Ensaio sobre a Cegueira”.

Tiago Leifert comanda o Central do Apocalipse.


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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Imprensa Retrô 2012


A “grávida” dos quadrigêmeos de Taubaté fez a imprensa dar a maior barrigada do ano. Com a aprovação da PEC 33 no Senado, o diploma de jornalismo deu sinais de vida, saiu da UTI e foi transferido para a enfermaria. Por outro lado, rolou um triste impressocídio no Brasil. Descansem em paz, Jornal da Tarde, Diário do Povo (Campinas), Diário de Natal, e outros mais. E não foi só aqui. A lendária Newsweek partiu dessa para uma vida digital. “Cereal killer” virou manchete de jornal. Teve repórter, que se achava grandes merdas, humilhando suspeito de crime numa delegacia na Bahia. O Datena – ah, o Datena – negociou com sequestrador libertação de reféns na TV. Sônia Abrão morreu de inveja. A Danuza Leão fez mimimi só porque hoje o porteiro do prédio dela também pode ir para Nova York ou Paris. Tadinha. Boris Casoy espirrou ao vivo no telejornal. A ex-panicat Nicole Bahls fez uma revelação chocante: antes de mostrar a bunda por aí, era estudante de jornalismo. Duda Rangel, enfim, publicou o seu livro, “A vida de jornalista como ela é”, uma homenagem ao centenário do Nelson Rodrigues. O Joelmir Beting resolveu ir pessoalmente dar os parabéns ao Nelson. E conversar um pouquinho sobre futebol, claro. O Brasil também perdeu o Millôr Fernandes, que um dia disse “o jornalismo é a mais emocionante e divertida profissão que eu conheço”. Só para variar um pouco, teve um monte de jornalista assassinado. Calado. O Brasil despencou 41 posições e fechou o ranking mundial da liberdade de imprensa em 99º lugar, o pior país da América Latina. O Clarín e a Cristina não deram trégua à velha treta. Esses dois aí nem com terapia de casal. O Galvão começou a soltar as suas pérolas no UFC. Na final do Mundial de Clubes, Mauro Naves abriu um off do Oscar e ganhou o Prêmio Nelson Rubens de Jornalismo 2012. A Globo assistiu à Olimpíada de Londres pela Record. A Ana Paula Padrão voltou a chamar a Record de Globo. E para quem acha que no jornalismo não há espaço à inovação e às mentes criativas, Nana Gouvêa aproveitou o furacão Sandy e criou um gênero: o ensaio sensual jornalístico colaborativo.


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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

30 resoluções para NÃO cumprir em 2013


1. Passar os telefones do bloquinho para a agenda do celular.
2. Não perder o celular.
3. Organizar a pilha de jornais com os recortes de suas matérias.
4. Não aceitar mais frila por uma merreca.
5. Mudar para um emprego decente.
6. Fazer um plano de previdência para não correr o risco de acabar no Retiro dos Jornalistas.
7. Não assistir mais ao BBB. Nenhuma espiadinha.
8. Reclamar menos.
9. Transar mais.
10. Fazer um plano anual na academia.
11. Largar o cigarro.
12. Beber pelo menos dois litros de água por dia.
13. Fazer refeições de 3 em 3 horas.
14. Não ter medo do passaralho.
15. Atualizar o blog toda semana.
16. Pagar todas as contas sem atraso.
17. Devolver o dinheiro que pegou emprestado de um amigo (não-jornalista, claro).
18. Dar mais atenção ao “eu interior”.
19. Ficar menos dependente do Google para apurar matérias.
20. Ficar menos dependente das redes sociais para viver.
21. Voltar a estudar inglês.
22. Ler pelo menos 25 livros no ano.
23. Realizar o sonho do iPad próprio.
24. Não aceitar mais jabás.
25. Ter mais engajamento social (é diferente de ir a baladas).
26. Doar sangue (mais a quem precisa e menos ao dono do jornal).
27. Escrever um livro.
28. Comprar um All Star novo e aposentar o velho encardido.
29. Parar de ficar procurando o amor de sua vida em eventos só com jornalistas.
30. Não fazer mais listas com resoluções de ano novo.


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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O presente de Natal certo para cada tipo de jornalista


Para o jornalista que só apura matéria via Google e redes sociais: um fantástico city tour para que ele possa conhecer ruas, histórias e gente de verdade.

Para o jornalista metido a intelectual: camisetas com as frases “TV emburrece”, “Eu leio os russos”, “Por um jornalismo mais visceral e emblemático” e “Adoro bandas da Islândia”.

Para o jornalista que sempre perde o bloquinho de anotações: um moderno bloquinho com rastreador e sinal sonoro que repete “atenção, este bloquinho está sendo perdido”.

Para o jornalista que não entende a própria letra no bloquinho: curso de caligrafia a distância do Instituto Universal Brasileiro, módulo para entrevistas rápidas.

Para o jornalista carente: um ursinho de pelúcia que fala “sua matéria ficou ótima” e “sua sugestão de pauta é muito criativa”.

Para o jornalista que não terá férias em janeiro: o livro “Como descolar pautas bacanas num período em que porra nenhuma acontece”.

Para o jornalista obcecado por furos: uma cesta de queijos do tipo Emmental.

Para o bom assessor de imprensa (no crees en asesores de prensa buenos, pero que los hay, los hay): um almoço em sua casa, para retribuir todas as bocas-livres que ele lhe proporcionou ao longo do ano.

Para o foca que acha que já sabe tudo: uns tapas na orelha para ele ficar esperto.

Para o jornalista que ama ler: o sensacional livro “A vida de jornalista como ela é – o melhor do blog de Duda Rangel”, com frete grátis para todo o Brasil. Clique aqui para comprar.

Para o jornalista que adora ser a notícia: capa fake da Caras com a foto dele, claro, e a chamada “Fulano de tal abre sua casa em Búzios e fala dos novos projetos jornalísticos”.

Para o jornalista que não consegue um aumento de salário decente: um mês com apenas 15 dias. Se encontrar um com 10, melhor ainda. Presentaço de Natal, hein?


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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Fim do mundo: credenciamento para a imprensa


Deus, o Todo-Poderoso, por meio da Pauta Celestial Comunicação, informa aos jornalistas interessados que, a partir da segunda-feira, dia 10 de dezembro, está aberto o credenciamento para o fim do mundo, marcado para o próximo dia 21.

Os repórteres credenciados terão direito a participar no dia 20 de dezembro do Grande Jantar de Despedida do Mundo – a Boca-Livre Final, evento apenas comparável à Santa Ceia. Na ocasião, Deus apresentará os detalhes do apocalipse.

No dia 21, os fotógrafos credenciados terão direito a ocupar pontos estratégicos em maremotos, terremotos, quedas de asteroides e no show de 12 horas ininterruptas de Valesca Popozuda e Mulher Melancia, cujas bundas despencarão às 21 horas e 12 minutos do dia 21/12, ponto máximo da desgraceira toda.

Para fazer o credenciamento, os jornalistas devem acessar o site da Pauta Celestial Comunicação – http://www.pautacelestial.ceu – e preencher o formulário, listando, inclusive, os pecados mais graves cometidos nos últimos 5 anos.

Como somos todos filhos do Dono do evento, é importante destacar que jornalistas da TV Globo não terão privilégios na cobertura. É também uma blasfêmia a informação que circulou nas redes sociais de que o fim do mundo só começaria depois da novela das 9 e teria a apresentação de Fausto Silva.

Mais informações sobre o credenciamento:

Pauta Celestial Comunicação
Anjo Gabriel – anjo.gabriel@pautacelestial.ceu
Anjo Rafael – anjo.rafael@pautacelestial.ceu
Anjo Otoniel – anjo.oto@pautacelestial.ceu



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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Se o povo da música fosse jornalista


Vanusa – é a repórter que, na hora de fazer a pergunta numa coletiva, mistura política cambial com aumento da violência.

Latino – é o jornalista que adora copiar a matéria dos outros, plagiar, não dar crédito.

Wanessa Camargo – é a moça que só descolou um emprego porque o papai é o dono do jornal.

Gretchen – é a maioria dos jornalistas: precisa rebolar muito para ganhar a vida.

Roberto Justus – é o cara que acha que qualquer um pode ser jornalista.

João Gilberto – é o repórter que pede silêncio geral para fazer uma entrevista, que reclama do ar-condicionado da redação.

Kátia Cega – é a repórter que passa o plantão inteiro dizendo “não está sendo fácil”.

Belchior – é apenas um jornalista latino-americano sem dinheiro no banco.

Gilberto Gil – é o analista econômico que fala um monte de coisa que ninguém entende.

Restart – são os estagiários da revista Glamour.

Sandy – é a colega que celebrizou a frase “é possível ter prazer trabalhando como jornalista”.

Nelson Ned – é o salário do jornalista.


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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

40 neuras clássicas do jornalista


1. Será que vai dar tempo de fechar a matéria?

2. Será que eu não me esqueci de fazer nenhuma pergunta?

3. Será que eu consigo um emprego quando me formar?

4. Será que o meu texto ficou bom?

5. Será que alguém me ouve às 5 da manhã na rádio?

6. Será que eu tô muito gorda no vídeo?

7. E o meu cabelo? Será que tá bonito?

8. Será que eu anotei certo o horário da coletiva?

9. Será que a porra do gravador gravou tudo direitinho?

10. Será que eu estou na lista dos demitidos?

11. Será que eu peço aumento?

12. Será que o meu namorado realmente lê as minhas matérias ou só diz que lê?

13. Será que o TCC vai ser foda?

14. Será que é isso mesmo que eu quero pra minha vida?

15. Será que o William Bonner também tem suas neuras?

16. Será que a minha mulher realmente dorme durante o meu pescoção?

17. Será que pega mal ligar pra casa da fonte no domingo de manhã?

18. Será que eu escrevi certo o sobrenome do entrevistado?

19. Será que a coletiva vai bombar?

20. Será que sai pelo menos uma notinha?

21. Será que eu sou um bosta só porque nunca ganhei um prêmio?

22. Será só imaginação? Será que nada vai acontecer?

23. Será que eu deveria bancar o intelectual?

24. Será que o problema é a editoria que é chata?

25. Será que eu cobro pela milésima vez o assessor?

26. Será que eu ainda me acostumo com este ritmo maluco?

27. Será que se eu divulgar as minhas matérias no Facebook vão me achar um marqueteiro exibido do caralho?

28. Será que eu tô pedindo muita grana por este frila?

29. Será que eu tô pedindo pouca grana por este frila?

30. Será que eu já tinha desligado o celular quando mandei o entrevistado à merda?

31. Será que tem muito será neste post?

32. Será que alguém vai perceber que eu já usei essa declaração numa matéria antiga?

33. Será que eu levo o meu notebook para a praia no domingo?

34. Será que eu vou desmaiar de fraqueza se ficar o dia inteiro sem almoçar?

35. Será que eu estudo jornalismo mesmo com a queda do diploma?

36. Será que a informação que eu peguei no Wikipedia é confiável?

37. Será que se eu aceitar o jabá vão me achar um vendido?

38. Porra, será que eu salvei o texto?

39. Será que os outros repórteres ouviram algo que eu não ouvi?

40. Será que eu sou um pouquinho neurótico?


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